No
mundo da política a polarização pode referir-se à divergência de atitudes
políticas entre extremos ideológicos.
Quase
todas as discussões da polarização em ciências políticas são tratadas no
contexto dos partidos políticos em sistemas democráticos de governo. Nos
debates entre esses extremos a moderação ganha espaço e poder de influência,
equilibrando e, em alguns casos, decidindo disputas eleitorais ou questões
sociais ou legais que precisam de regras claras para contribuir com a
satisfação da população.
Levando
em consideração o espectro político esquerda-direita pode-se dizer que se trata
de um conceito geral de enquadramento de ideologias e partidos. Esquerda e
direita são muitas vezes apresentadas como opostos, embora um indivíduo ou
grupo possa, eventualmente, assumir uma posição mais à esquerda em uma
determinada matéria e uma postura mais à direita ou até de extrema-direita em
outra.
Na
França onde os termos se originaram, a esquerda tem sido chamada de “o partido
do movimento” e a direita de “o partido da ordem”. A classificação pouco tem
tido a ver com a prática política dos franceses.
Há um
consenso geral de que a esquerda inclui progressistas, sociais-liberais,
ambientalistas, social democratas, democrático-socialistas, libertários
socialistas, secularistas, socialistas, comunistas e anarquistas. Por outro
lado a direita inclui neoliberais, econômico-libertários, conservadores,
reacionários, neoconservadores, anarcocapitalistas, monarquistas, teocratas e
nacionalistas.
Segundo
estudiosos do assunto, são quatro as dimensões que mais assertivamente definem
os elementos da divisão ideológica entre esquerda e direita: política,
econômica, religiosa e de temporalidade.
Existem,
entretanto, críticas consideráveis e consistentes sobre a “simples redução” a
um eixo esquerda-direita. Cientistas políticos têm sugerido que a classificação
de “esquerda” e “direita” perdeu o seu significado no mundo moderno. Embora
esses termos continuem a ser utilizados eles defendem um espectro mais complexo
que tenta combinar as dimensões políticas, econômicas e sociais.
Os
termos “direita” ou “esquerda” são cada vez menos relevantes na arena pública e
mesmo no seio da população, onde os reflexos ideológicos são certamente menos
acentuados do que antes, e as diferentes visões do mundo e da sociedade já não
podem expressar claramente no contexto habitual da polarização
esquerda-direita.
É
exagerado ver o aspecto político como uma linha (eixo), com os chamados “revolucionários”
à esquerda, os conservadores à direita, e os liberais no meio, como se cada
grupo estivesse posicionado no canto de um triângulo.
O
Brasil conta, no momento, com 33 partidos registrados no Tribunal Superior
Eleitoral e é comum observar alianças entre partidos, principalmente nos
estados e nos municípios, contrariando as anunciadas ideologias claramente
opostas, mas que chegam a se entender ao ponto de firmarem coligação. Esse
comportamento é menos comum quando tratado nacionalmente.
Imaginemos
dividir os partidos no Brasil em quatro grupos: de esquerda-conservadora, de
esquerda progressista, de direita conservadora e de direita progressista. Em
qual deles se coloca cada um dos 33 partidos registrados do TSE.
Claro
que precisa haver critério para inserir o partido políticos em um desses
grupos. A votação nas matérias mais polêmicas seria um indicador importante,
mas não o único.
E quais
seriam essas matérias?
Poderiam
ser, por exemplo: a) a mudanças nas regras na expansão do pré-sal; b) a reforma
trabalhista; c) a redução da maioridade penal; d) reforma da previdência; e)
pacote anticrime; f) reforma na legislação tributária; g) taxação das grandes
fortunas; h) privatização; h) outras de igual relevância e a escolha do leitor.
Avaliando
esses comportamentos se acharia, mais facilmente, em quais dos grupos melhor se
enquadra o partido.
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