Rodolfo Juarez
Era um
tarde de sábado, como tantas outras na região do centro comercial em Macapá. O
movimento diferente, para melhor, certamente provocado pela expectativa do Dia
da Criança que aconteceria na segunda-feira, 12 de outubro.
Já
passava das quatro horas da tarde, quase cinco, quando uma movimentação
estranha foi observada, em uma loja especializada em prestar serviços. Homens e
mulheres corriam e faziam correr todos que estavam às proximidades.
Mais um
assalto, com possibilidade de roubo a mão armada, estava em curso.
No meio
da correria um homem ia contra a corrente, corria no rumo do problema como uma
arma na mão, atirando a esmo, dando mais motivo para as interrogações que
estavam na cabeça de todos os que corriam.
Era
mesmo um assalto a mão armada.
No
mesmo local, há poucos dias houvera uma tentativa frustrada pelo fato de, no
momento da invasão pelos bandidos, na loja estar um policial armado que
rechaçou os três assaltantes que desceram as escadas e desapareceram da vista
dos atacados.
Frustrado
o assalto. Assunto encerrado!
Nada
disso. Voltaram no sábado. E mais afoitos e agressivos.
Os
formadores do trio – um adulto, com passagem e mandado de prisão em aberto -,
um menor de 16 e outro de 14, certamente aliciados pelo adulto, entram no
estabelecimento e renderam os funcionários que estavam trabalhando, dois homens
e uma mulher.
A
audácia em perpetrar um assalto, a plena luz do dia, na área do comércio da
cidade, em um momento de grande movimentação de clientes e de pessoas que
passam pela Avenida Coaracy Nunes, fazendo o entra e sai das lojas, ou
simplesmente indo na direção do Lugar Bonito, acabou por ser o fator decisivo
para que o assalto fosse observado por pessoas que, a todos os pulmões gritou:
um assalto, um assalto!
Logo a
polícia foi chamada e uma viatura do 6.º Batalhão, que é responsável pela área,
chegou e foi recebi à bala pelos assaltantes, que não tinham por onde passar.
Os
policiais, enquanto mantinham os assaltantes encurralados, chamaram apoio que
logo chegou e os bandidos, vendo que não tinha saída, tomaram os empregados que
mantinham sob mira, como reféns e fizeram essa informação chegar aos policiais
que, então acionaram o Batalhão de Operações Especiais, o BOPE, para resolver a
questão.
Já
passava de sete e meia da noite quando os assaltantes liberaram o primeiro
refém, um homem, que estava passando mal por tem deficiência cardíaca.
Socorrido pelos paramédicos e médicos do corpo de bombeiros militar, que
estavam na área, recebeu os primeiros atendimentos e foi levado para o Pronto
Socorro para receber atendimento especializado.
As
negociações continuavam e, 20 minutos depois, foram liberados os outros dois
reféns, um homem e uma mulher, para se entregarem em seguida, depois de quase
quatro horas de negociação, na presença da imprensa e familiares dos
assaltantes, dos reféns e o dono do empreendimento.
Por
segurança e orientação dos policiais, o comércio fechou as portas desde o
início do incidente e os transeuntes receberam orientação para fazerem outro
trajeto pois o quadrilátero formado pelas avenidas Antônio Coelho de Carvalho e
Mendonça Júnior, e as ruas Tiradentes e Candido Mendes precisam ficar isolados
pelo risco de bala perdida e hipótese de fuga dos assaltantes.
Os moradores,
como eu e minha família, tivemos que nos proteger dentro de casa. Ninguém sabia
o que podia acontecer.
Ainda
bem que ninguém entrou em pânico. Apenas os mais curiosos insistiam em querer
saber o que estava acontecendo.
O
assaltante de 30 anos foi para a delegacia se submeter à identificação de mais
esse crime e, em seguida, enviado para o Instituto de Administração
Penitenciária do Estado para cumprir a ordem de prisão em aberto, e os dois
menores forma encaminhados para a delegacia especializada.
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