Rodolfo Juarez
Há muito que venho
oferecendo pontos para que sejam considerados nas decisões estratégicas da
cidade de Macapá, que acaba de entrar em emergência por decisão unilateral e
pessoal do prefeito da capital do Amapá.
Qualquer gestor,
como um mínimo de cuidado, entende que um núcleo urbano cresse de complexidade
juntamente com o crescimento da população.
Não adianta querer
confundir a gestão administrativa com gestão com base em interesses políticos
ou decisões que colocam em posição de prevalência a política partidária, ou
acreditar que se dispor de recursos para gastar vai fazer uma boa
administração.
Macapá já supera,
em população, capitais como a do estado de Santa Catarina, Florianópolis. Esta
condição já exige uma administração organizada, com as decisões estratégicas de
longo prazo e com os seus planos bem elaborados e conhecidos, em todos os seus
detalhes pela população.
Não há espaço, em
uma cidade como Macapá, para que um prefeito faça o que fez quando decretou
emergência, interpretando à sua conveniência, a Lei Orgânica do Município, sob
os olhares passivos e impotentes de uma Câmara de Vereadores que não está
fazendo o papel que o povo lhe outorgou – representar os seus interesses junto
à administração municipal.
A decisão do
prefeito, que afeta empresas, pessoas e empregos, não foi tratada com o devido
respeito à função que o eleitor do município deu para cada um daqueles que
estão na Câmara Municipal de Macapá. Parece mais preocupados em manter os seus
apadrinhados nos cargos que lhes foram oferecidos em troca das suas opiniões e
dos seus votos.
Os dirigentes, o
prefeito seus auxiliares diretos, como os vereadores, inclusive os que estão na
Mesa Diretora da Câmara Municipal, sabem dos grandes problemas que precisam ser
enfrentados e que, todos os dias são listados, principalmente pela parte da
população diretamente afetada.
Entre esses
problemas estão a coleta e destino do lixo, a oferta de água tratada, a coleta
de esgoto sanitário, destinação de áreas para ser oferecida à queles que, são
obrigados a invadir áreas, inclusive de ressacas, para construir a moradia que
permita esconder-se do sol e da chuva, mesmo não tendo perspectiva de contar
com água tratada, energia elétrica e transporte coletivo público.
O prefeito, ao
declarar emergência no transporte coletivo, deixa de contar com colaboradores
importantes que precisam saber das regras para melhorar os serviços, uma vez
que a prefeitura e o prefeito não definem, sequer, os pontos de parada
obrigatória, além de não conseguir concluir as licitações que inicia e que são
proposta para organizar o transporte público no município de Macapá.
O ato autoritário
só vai complicar, ainda mais, a gestão do prefeito, o atendimento ao usuário do
transporte coletivo, deixando de agir nas áreas mais sensíveis como a abertura
de vagas de emprego na iniciativa privada, pois não pode mexer nas verbas
carimbadas que recebe.
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