Rodolfo Juarez
Alguns prédios
públicos e praças públicas dão a impressão de que “nasceram” amaldiçoados. É o
caso do prédio do Teatro das Bacabeiras, um prédio localizado no centro de
Macapá e, mesmo sendo um dos teatros mais novos dentre todos os existentes nas
capitais nortistas, está sem funcionar, abandonado e deixado de lado.
Os amapaenses,
principalmente os de Macapá, que já estavam acostumados em colocar o teatro
como a primeira alternativa para as grandes celebrações e eventos sociais,
principalmente de formaturas de escolas superiores, sentem falta do glamour, da
grandeza e da proximidade de um local com boas referências.
Fechado há mais de
3 anos, ninguém explica, mesmo aqueles dirigentes públicos que trabalham a
cultura local, reclamam da situação e o prédio vai ficando para ser o centro
das lamentações, pelo lado de fora, e por aqueles que passam pela Rua Cândido
Mendes e cercanias.
Para você que está
lendo essa crônica e gosta da cultura brasileira, defende os ambientes onde se
desenvolve e se trabalha a cultura de forma direta, saiba que o Teatro das
Bacabeiras, está localizado na Rua Cândido Mendes, n.º 368, no centro da cidade
de Macapá. É uma instituição pública vinculada à Secretaria de Estado da
Cultura que, ao que parece, no momento está de costas para o maior e melhor
monumento cultural do Estado do Amapá.
O Teatro das Bacabeiras teve sua construção
iniciada em 1984 e concluída em 1990. Caracteriza-se pela arquitetura moderna,
estilo que o guarneceu de grande imponência, atribuindo-lhe especial destaque
no patrimônio arquitetônico da cidade de Macapá.
Para sua inauguração, foi denominado de Cine
Teatro de Macapá. Em 09 de março de 1992, passa a ser chamado de Teatro das
Bacabeiras. Com traços italianos e capacidade para 705 pessoas (sentadas), foi
inaugurado em 09 de março de 1990, com espetáculo teatral que reuniu vários
grupos. Neste primeiro espetáculo, não foi cobrado ingresso.
O Teatro das Bacabeiras é o que mais se
destaca na linha do descaso público, muito embora outros prédios, igualmente
icônicos, também estejam literalmente abandonados, sem cuidados e tendendo a
desaparecer.
É o caso do Macapá Hotel, um verdadeiro
monumento à arquitetura amazônida que está deixado de lado por aqueles que
deveriam melhor cuidas do patrimônio público. Mas não é só o Macapá Hotel,
também entram nessa conta, entre outros, a Residência do Governador, a Escola
Cândido Portinari (esta, com a reforma em fase de conclusão a mais de um ano).
Às vezes é preciso lembrar aos agentes
públicos alguns de suas obrigações, principalmente aqueles encarregados,
especificamente, da tomada de decisão localizada. O caso presente é de lembrar
o agente público diretamente responsável. A lembrança é feita para aqueles que
têm obrigações pública com a cultura do povo amapaense e, principalmente, com
os elementos já instalados e que, sabem, se desgastam e precisam ser mantidos
permanentemente.
Abandoná-los é uma atitude indesejada e inesperada!
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