quinta-feira, 19 de junho de 2025

Apesar da enfermaria beira-leito, os pacientes renais crônicos continuam invisíveis no Amapá

Rodolfo Juarez

Desde o dia 12 de junho deste ano de 2025, o Hospital de Emergência (HE) Dr. Oswaldo Cruz, que pertence ao Governo do Estado do Amapá, dispõe de uma enfermaria do tipo beira-leito, para atendimento de pacientes que dão entrada no HE com crises renais ou são pacientes renais crônicos de uma das clínicas de hemodiálise com endereço em Macapá ou Santana.

A enfermaria beira-leito conta com 4 leitos e está equipada com quatro máquinas de hemodiálise de última geração e têm a gestão privada da empresa Clínica Uninefro, segundo informações de fontes da Secretaria de Estado da Saúde do Governo do Estado.

A enfermaria beira-leito, também chamada de atendimento ou cuidado à beira leito, refere-se ao conjunto de ações e procedimentos realizados diretamente no leito do paciente, com o objetivo de prestar assistência integral e personalizada. Isso inclui a administração de medicamentos, monitoramento de sinais vitais, avaliação do estado clínico e outras intervenções de enfermagem, tudo focado na interação direta com o paciente e na otimização do seu cuidado.

O atendimento beira-leito busca abranger todas as necessidades do paciente, desde a avaliação clínica até a administração de tratamentos e a promoção do bem-estar. O enfermeiro, ao atuar à beira leito, estabelece uma relação mais próxima com o paciente, o que facilita a comunicação, a identificação de suas necessidades e a adaptação do cuidado. 

A assistência beira-leito envolve a aplicação do processo de enfermagem, que inclui a avaliação, o planejamento, a implementação e a avaliação da assistência prestada ao paciente. Sistemas informatizados, como o beira-leito, auxiliam os profissionais de enfermagem na coleta, armazenamento e organização de dados do paciente, otimizando a tomada de decisões e a segurança do tratamento. 

O atendimento beira-leito pode levar a melhorias na qualidade da assistência, na satisfação do paciente, na segurança do tratamento e na eficiência do trabalho da equipe de enfermagem. 

Em resumo, a enfermaria beira-leito representa uma abordagem centrada no paciente, onde o cuidado é prestado de forma mais próxima, personalizada e eficiente, utilizando a tecnologia para otimizar o trabalho da equipe de enfermagem e promover a segurança do paciente.

O Hospital de Emergências (HE) Dr. Oswaldo Cruz, em Macapá, é conhecido por atender casos de alta complexidade, incluindo ortopedia, neurocirurgia, oftalmologia e AVC. Além do atendimento clínico geral.

O hospital funciona 24 horas por dia, incluindo fins de semana. O HE também é focado em casos de urgência e emergência, e recentemente passou por reformas, ampliações e melhorias na estrutura, funcionalidade e atendimento. 

Em relação à classificação de risco, o HE utiliza a metodologia internacional de cores (vermelha, laranja, amarela, verde e azul) para determinar a ordem de atendimento.

A disponibilização de uma enfermaria do tipo beira-leito destinada ao atendimento dos pacientes renais, eventuais ou crônicos, é um bom avanço no oferta do serviço do sistema de saúde pública no Estado do Amapá, entretanto, é importante lembrar que a hemodiálise, a hemodiafiltração, a dialise peritonial não oferecem a cura, mantêm vivo o paciente na espera de um transplante de rim.

Na nomenclatura médica, entretanto, é pacífico o reconhecimento de que a hemodiálise, a hemodiafiltração e a dialise peritonial sejam reconhecidos como um tratamento utilizado para pacientes com insuficiência renal, tanto aguda quanto crônica, quando os rins não conseguem mais desempenhar suas funções de forma adequada.

Os pacientes renais crônicos, que vivem no Amapá, neste ano de 2025, já participaram de duas audiências públicas, uma na Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, no dia 13 de março e uma na Cãmara de Vereadores do Estado do Amapá, no daí 14 de maio, e ainda não viram concretizadas quaisquer das necessidades, ditas e reconhecidas como urgentes, no sentido de ativar os programas de interesses dos renais crônicos e de outros pacientes que necessitam de transplante de órgão aqui no Amapá.

Continuam os pacientes renais, que necessitam de transplante, invisíveis e desconsiderados, muito embora já sejam mais de meio milhar e contemplem o ocaso da vida sofrendo e sem perspectiva, se considerada as providências das autoridades responsáveis pela gestão da saúde no Estado do Amapá.

O Amapá é o único estado da Federação que não faz transplante. Os transplantados que moram por aqui, fizeram o transplante em outro estado. Todos os outros estados brasileiros, independente da região, realizam transplantes e operam os programas de Doação de Órgãos e de Transplante de Órgãos. Aqui, nada disso é feito! 

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