Rodolfo Juarez
Por operação
policial
poderíamos entender como um conjunto de atos coordenados, executados de forma
planejada e em caráter sigiloso, desencadeados a partir de um levantamento
prévio de informações, com um objetivo definido e específico, conexos a uma
investigação em curso.
A discussão desta semana ficou por conta dos
acontecimentos havidos no Rio de Janeiro quando em uma dessas operações
policiais resultou com mais de 100 mortos e outros tantos feridos.
Uma pergunta se repetiu em muitos cantos e recantos
do País questionando se o Brasil corre risco iminente de entrar em uma guerra
civil.
Ainda dá para responder que
Brasil não corre risco iminente de guerra civil, mas enfrenta desafios
significativos como a polarização política e tensões sociais que podem ser
confundidas com a possibilidade de um conflito armado generalizado. A análise
de especialistas, considerando a realidade brasileira, aponta que uma guerra
civil, com exércitos em combate, é bastante improvável.
São prevalentes os fatores que indicam um risco
baixo para uma guerra civil, entre eles o controle das Forças Armadas, uma vez
que o exército brasileiro mantém o monopólio da força no país, diferentemente
de cenários onde grupos armados rebeldes possuem poder de combate
significativo. Isso impede a formação de campos de batalha convencionais.
Outro fator é a estrutura institucional que, pesar
dos desafios, as instituições democráticas brasileiras ainda funcionam. Embora
a polarização política seja intensa, a violência não escalou para um nível que
configure um conflito armado aberto, bem como não se registra evidências de que
potências estrangeiras estejam dispostas a apoiar financeiramente ou com
armamento um lado ou outro em um conflito interno no Brasil.
Embora a guerra civil seja
improvável, o Brasil enfrenta tensões que contribuem para um clima de
instabilidade, como:
Polarização política: A divisão acentuada entre diferentes espectros políticos é um desafio
persistente, com pesquisas indicando que a população mostra sinais de cansaço
com o debate político raso.
Risco de autoritarismo: Análises mais antigas já alertavam para um possível declínio na
qualidade das instituições democráticas, mas sem evoluir para um conflito
armado.
Crise de credibilidade: Declarações falsas sobre a iminência de uma guerra circulam na
internet, alimentando a desinformação. Em 2024, áudios de militares de alta
patente discutindo a possibilidade de uma guerra civil para evitar a posse do
presidente eleito em 2022 vieram a público, indicando uma crise institucional.
Tensão econômica: Fatores como desaceleração econômica, inflação e alta nos juros,
somados às preocupações com as contas públicas, contribuem para um cenário de
incerteza em 2025.
Tensão social e desigualdade: Apesar da queda recente no índice de desigualdade de renda em 2024, as
disparidades sociais persistem, e os mais ricos ainda concentram grande parte
da riqueza nacional. A ONU também alertou, em outubro de 2025, para a
necessidade de o Brasil romper com o ciclo de extrema brutalidade em operações
policiais.

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