terça-feira, 3 de maio de 2011

A POPULAÇÃO DO AMAPÁ

Rodolfo Juarez
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez divulgar, no final do mês de abril, os números consolidados do Censo Geral realizado no ano passado.
Os números nacionais apontam o Brasil com 190.755.759 habitantes no final de 2010 que, quando comparados com o que foi apurado em 2000 (169.590.693), indicam que houve um crescimento populacional, no período, de 12,48%.
O Estado do Amapá, que tinha em no ano dois mil 475.843 habitantes, apresentou no final da consolidação da contagem, 669.526 habitantes, com um crescimento populacional, nos dez anos, equivalente a 40,70%, ou seja, 3,26 vezes maior do que foi registrado para o Brasil.
Essa é a questão e esse é o problema.
Como tratar, pela média, um Estado que ficou relativamente 3,26 vezes maior do que a média nacional?
Esse índice, alto demais, para o padrão de crescimento de qualquer estado ou de qualquer região, precisa de um tratamento especial para que não mexa demais com as condições locais que são tratadas pela média, isto é, todos os planos sociais para o Amapá serão tratados como se a população tivesse crescido como cresceu a média nacional, ou seja, 12,48%, mas na realidade, o crescimento bateu em 40,70%.
É uma questão que precisa ser levada em consideração em todos os planos, em todos os projetos e em todos os orçamentos.
São mais 134.280 habitantes no Amapá, que levou o estado a ficar acima da média nacional e que precisam receber o mesmo tratamento daqueles 59.043 habitantes que estão cobertos pelos planos de atendimento social, conforme o plano nacional.
Qualquer plano feito pelo Estado precisa levar em consideração esse crescimento. O mesmo acontece com os municípios. Em cada um dos 16 casos é preciso encontrar os índices que são resultados de análises semelhantes.
Esses números podem indicar, com aproximação segura, boa parte das dificuldades que estão sendo experimentadas, por exemplo, pela administração municipal de Macapá e de outros municípios que não estão conseguindo atender, com a qualidade mínima, às necessidades da população.
Cada caso precisa ser analisado tecnicamente e por profissionais que tenham preparo para equacionar os problemas e apresentá-los às respectivas administrações públicas para ajustar as regras locais e mostrar às autoridades nacionais o peso que estão com a responsabilidade de carregar e que não estou suportando devido superar a sua resistência econômica.
Para se ter uma idéia do que representa esse superávit de 134.280 habitantes, ele representa mais que a soma de 13 dos 16 municípios do Estado, quando fica separada a população dos municípios de Macapá, Santana e Laranjal do Jari.
Essa população, na prática, está sendo entregue pelo Brasil para que o Amapá cuide dela. E, é claro, que o Estado do Amapá não tem condições de cuidar de tanta gente se mantidas as mesmas receitas e as mesmas condições administrativas.
Compreender isso é uma obrigação de todos aqueles que são responsáveis pela gestão do Estado e o bem estar da população. Não compreender significaria aumentar a possibilidade de erros e ter que ficar impedido de agir com eficácia pelas desconsiderações com esses dados muito importantes para a satisfação social e para a eficiência das ações.
Nenhum plano poderá ser eficiente quando o foco das suas metas não está sintonizado com as necessidades da população.

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