segunda-feira, 23 de maio de 2011

FIM DO MUNDO


Rodolfo Juarez

A semana passada foi um desafio para a compreensão de todos os povos. Afinal de contas o pastor Harold Camping insistia em confirmar o fim do mundo para as 20 horas, horário de Brasília, do dia 21, sábado.
Esse religioso vem insistindo com essa história de fim do mundo desde 1994 quando marcou mês, dia e hora para o mundo acabar e não acabou. Ele afirmava que Jesus Cristo voltaria e que haveria o arrebatamento conforme previsto na Bíblia.
O pastor Harold Camping, autor da previsão, dizia ter buscado na Bíblia as provas de que a volta de Jesus ocorreria sábado, dia 21, às oito horas da noite, exatamente 7 mil anos depois de Deus ter salvo Noé do Dilúvio. Segundo ele, a Bíblia Sagrada daria provas incríveis de que o dia 21 de maio de 2011 era exatamente o dia do Juízo Final.
Apesar das insistentes explicações do pastor, o mundo não acabou!
Decepção total para aqueles que acreditaram no pastor e até o ajudaram a divulgar o “findo do mundo” em outras cidades e em diferentes países. Agora, a espera é pela explicação do pastor vidente, que para a maioria é um charlatão, um grande mentiroso.
Por aqui também há aqueles que estão pregando o fim do mundo, principalmente o mundo dos outros, exatamente daqueles que gostariam que sumissem, desaparecessem e escafedessem-se.
Mas como as coisas não acontecem porque a alguém quer, todos os mundos continuarão dando oportunidade para que seus habitantes sonhem, mintam, tenham medo, amem, namorem, vivam, morram, enganem, testemunhem e, até, trabalhem.
Sei que muitos gostariam de, no momento em que estão lendo esse artigo, ter o poder de mandar e, simplesmente, os outros obedecessem, mesmo que o mando fosse para que alguém sumisse e nunca mais pudesse ser encontrado.
Os que se sentem mais poderosos são os que têm mais vontade de mandar alguém desaparecer, escafeder-se.
São eles que ficam incomodados com as cobranças que lhes são feitas e a incapacidade de apresentar uma solução, mesmo a mais simples, por absoluta falta de conhecimento ou habilidade.
E os que se sentem poderosos, necessariamente não precisam ter qualquer poder. Para alguns basta que eles estejam à sombra de alguém que eles imaginam poderosos, que podem fazer alguma coisa que entende ser importante e que podem mudar, para pior, a vida daqueles que os atrapalham; e para melhor, a vida daqueles que o satisfazem em suas querências ou doenças.
Ainda bem que o mundo não acaba quando alguém quer. Nem o “pastor” mentiroso, nem o “poderoso” arrogante!
Não há nenhuma dúvida, entretanto, que aqui entre nós, podemos identificar pessoas que se alinham no mesmo pelotão do pastor Harold e dos poderosos sem poder. E que algumas dessas pessoas estão com a cabeça cheia de minhocas que carcome, lenta e progressivamente, tudo o que lhe resta de coerência.
Como o mundo não acabou alguns vão continuar as tentativas de acabá-lo, ou pelo menos, modificá-lo ao seu modo, à sua forma, não se importando se a forma que quer é a forma que os outros querem.
O avanço desses desajustados não obedece ao que a maioria tem como referência para identificar o que é um avanço, se para frente ou se para cima. Eles avançam para o vazio e para o nada.
Alguns desses “pastores” encontram-se encurralados pela verdade ou mesmo pela ambição pessoal ou grupal e precisando da uma resposta, para si mesmo, mesmo que seja a possibilidade de esperar o fim do mundo.

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