terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Tiro no pé

Rodolfo Juarez
A primeira semana dos novos parlamentares federais, seis deputados federais e um senador, foi cheia de mimos e de afagos. Afinal todos eles estavam convocados para eleger os membros da mesa que administrará os poderes da República legiferante durante os próximos dois anos.
Dependendo dos votos dos parlamentares da Câmara Federal, estavam os candidatos a ser o terceiro na linha de sucessão na Presidência da República e, além disso, muitas tomadas de decisão que dependem exclusivamente do Presidente da Mesa Diretora da Câmara Federal.
Depois da surpresa do principal partido do Governo, o candidato de oposição, mesmo sendo do PMDB, venceu as eleições e definiu prioridades que não foram antecipadamente combinadas com o Planalto.
Na outra Casa Federal, o Senado da República, os opositores à situação, apesar de apresentarem um candidato considerado bom para presidir o Senado, veio o candidato da situação, que já ocupava o cargo, e com a força da máquina estatal conseguiu vencer as eleições, permanecer no posto, muito mais para dizer “sim senhora” do que para mostrar independência com harmonia.
Mas esse é o jogo político que se instalou e quer ficar por muito tempo, independentemente do que foi dito nas ruas pelos candidatos e respondido nas urnas pelos eleitores.
O Brasil está passando – tomara que seja passando – por uma fase ruim, onde o crescimento projetado para este ano é zero, a inflação alta, aumento do imposto descontrolado, escalada dos preços sem freio e o desemprego, entre outros pontos, correndo para índices indesejados.
Tomando por base o que aconteceu na primeira semana no Congresso Nacional em Brasília, ninguém sabe do futuro de ninguém. De repente uma reviravolta pode arriscar todas as conquistas e os aloprados serão citados apenas nas linhas dos livros de história e não como referência para aqueles que os estarão substituindo no comando do Brasil.
Enquanto isso há uma disputa ferrenha para saber quem assume a coordenação da bancada federal do Amapá em Brasília. Uma invenção que não tem contribuído em nada para modificar a eficiência das transferências voluntárias federais para o Amapá, por qualquer título, inclusive as emendas parlamentares.
Nem mesmo o Orçamento Impositivo é aprovado.
Ora, se os parlamentares não contarem com o Orçamento Impositivo não contarão, certamente, com as emendas, isso porque, a não aprovação da obrigatoriedade é o fortalecimento das emendas como moeda de troca entre os membros do parlamento e os agentes públicos do Governo e com vantagem para estes.
Cabeça no lugar, trabalho em equipe, busca de apoio em outras bancadas não são decisivos por si só pra resolver os problemas, ainda mais uma bancada dividida, com representantes do povo do Amapá trabalhando contra representantes do povo do Amapá.

Esse é o chamado e caracterizado “tiro no pé”.

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