Rodolfo Juarez
Tenho a
impressão que a sociedade brasileira, pelas suas características e fundamentos,
facilitou a formação de radiais que encontram dificuldades para enfrentar até
mesmo os resultados avessos aos interesses nacionais, inclusive dos radicais.
As
pessoas são levadas, com facilidade, a tomar partido, mesmo sem saber o que
representa a linha de pensamento à qual se filia, e passa discutir, na maioria
das vezes sem se importar com a verdade, o interesse diverso ou a com própria
sociedade na qual se tem base todas as suas atitudes.
Tem
mesmo aqueles que nem se posicionam conforme uma determinada linha de
pensamento inventa a sua própria e passa a enfrentar toda sorte de posição e a
se contrapor, sempre apontando erros e deixando de ver acertos ou indicar o
tempo de um provável não erro, mesmo que seja passado.
O
Estado do Amapá é exemplo desse radicalismo.
Para
alguns é impossível falar ou mesmo lembrar-se dos seus erros. Agem
completamente alienados, mesmo podendo e tendo condições de dar outra
interpretação, até mesmo para contribuir com a própria sociedade em que vive.
A
síndrome minha da barriga cheia é o que importa. Não interessa o que está
passando o restante da sociedade. E não são raras as vezes em que esse
“restante social” representa a maioria e está precisando que os seus esforços,
através do pagamento dos tributos, atendam às suas mínimas necessidade.
Quando
falo em década perdida estou falando de um período em que os governantes
adotaram, não tão disfarçadamente, o objetivo de apagar o que o governante
anterior fez de bom ou que, se dado continuidade com a mesma prioridade,
sofreria desgaste que inviabilizaram, perante os seus fies seguidores, o
projeto de poder do seu grupo.
Por
isso é importante eleger um período de tempo em que a lembrança da maioria
alcance com facilidade os fundamentos do projeto que faz parte de seu grupo,
principalmente o grupo político.
O que
foi feito e não colocado a serviço da população, pouco importando quem fez ou
deixou de fazer, é mesmo que nada. Os exemplos são muitos. A maternidade da
zona sul é um exemplo, mas o mesmo se poderia dizer de tantos projetos
interrompidos que estão deixando o município da Capital e outros municípios do
interior com aspecto de abandono.
As
alegações de que o resultado de um governo foi prejudicado pela divulgação do
outro, não pode ser aceito de pronto, mesmo concordando com as opiniões de que
parte da imprensa, paga com dinheiro do contribuinte, atuou para encobrir os
projetos que são considerados desimportantes para o grupo que está no poder.
Agora é
necessário que compreendamos que o revezamento havido entre grupos rivais
políticos no comando do Estado é que levou a essa situação. Tornou-se a questão
um ambiente de emprego ou desemprego, com as pessoas esperando os 4 anos que
fora estiveram para voltar e “se vingar” daqueles que ficaram no comando do
Estado.
A
década perdida é resultado disso tudo, principalmente desse interesse louco de
não trabalhar o que foi decidido nos governos anteriores, mesmo sendo um clamor
da população.
O
problema é sério e assim precisa ser encarado, principalmente por aqueles que
podem interpretar a realidade com isenção e sem paixão. É difícil, mas é
preciso!
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