LADO “B” DA GESTÃO?
Rodolfo Juarez
Os atos
e os fatos atuais nos mostram que estamos vivendo o momento do lado “b” do
desenvolvimento do Estado do Amapá, aquele que se sabe que tem, mas que é
completamente desconhecido por razões de origem e por seleção daqueles que
puderam, outrora, escolher como alcançar os resultados que a população precisa.
Nada do
que foi idealizado pelo contribuinte e planejado pelos técnicos para esta
década foi executado. As razões alegadas por aqueles que deveriam ter seguido o
cronograma de interesse geral não são conhecidas, o fato é que o dinheiro do
consumidor está sendo gasto, quase na sua totalidade, para manter o que foi
construído até 2010 e, de lá para cá, nada, de relevante, foi construído e
disponibilizado para a população.
Há um
conformismo administrativo que irrita até mesmo o mais paciente dos
contribuintes. Os investimentos realizados na verdade não são investimentos na
acepção da palavra, mas ações restauradoras ou de manutenção daquilo que existia
já em 2010.
As
soluções prometidas para resolver os problemas das companhias de fornecimento
de energia e água tratada não se concretizaram.
O custo
que o contribuinte está pagando para a aventura em que se transformou o
pagamento da dívida da Companhia de Eletricidade do Amapá é um dos graves erros
cometidos na tentativa de manter a CEA como concessionária de distribuição de
energia para o comércio, o serviço e a indústria, além do atendimento ao
consumidor doméstico. Houve a intervenção na gestão da companhia, com graves
prejuízos para o contribuinte que elegeu a companhia como “a empresa mais
odiada do Amapá”.
Hoje a
CEA carrega o ônus de sua história, presta serviços precários para a
Eletrobrás, cobra uma das tarifas mais caras do Brasil, e deixa o consumidor
sem entender nada, principalmente quando o assunto é conta de energia.
A outra
empresa, a Companhia de Água e Esgoto do Amapá padece de problemas maiores.
Mesmo limitando-se a cuidar do sistema existente em 2010, com todos os seus
problemas, ainda não encontrou a fórmula inicial que é o equilíbrio de suas
contas e continua tendo problemas primários, pois, o que arrecada não paga as
suas despesas, precisando a cada mês de complementação financeira que é feita
com dinheiro do Tesouro Estadual.
Com relação
à coleta do esgoto doméstico, que faz parte do rol de responsabilidades da
CAESA, esse está completamente esquecido. Até a manutenção é apenas corretiva e
quando acontece um problema grave.
O
atendimento do serviço de coleta de esgoto doméstico encolhe na mesma proporção
que cresce o número de habitações na cidade. Não houve ampliação, sequer de um
metro, na linha de coleta que, diga-se, está completamente esgotada, seja no
transporte, seja no tratamento na lagoa de estabilização do Araxá.
Na
mesma linha de retrocesso da CEA e da CAESA estão os próprios prédios públicos
da administração que foram, na prática, “deixados pra lá”, sem reforma, sem
adaptações ou melhorias, preferindo o processo de aluguel de prédios
particulares que não foram construídos com objetivo de atender o público e por
isso prejudicam a mobilidade mesmo dos próprios funcionários.
Não há
como se conformar com um cenário destes, sem perspectivas e sem indicadores que
possam projetar, no tempo, quando essas questões serão resolvidas, exatamente
como o lado “b” de um disco, mas como não se trata de disco e já estamos na era
da “nuvem”, então, tem muito de errado no desenho década 2011-2020.
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