Rodolfo Juarez
Tenho
acompanhado as recentes reclamações das autoridades do município de Macapá pelo
desvio de finalidade de uso do espelho d’água que foi construído na Praça
Theodoro Mendes que fica na frente do prédio do Mercado Central, em Macapá,
inaugurado recentemente com um chafariz que transmite efeitos de cores conforme
os raios de luz que são lançados sobre os jatos e que é alimentado pela água do
espelho.
Isso
mesmo já aconteceu no mês de junho de 2006 quando da inauguração da linha de
chafariz da praça que fica às proximidades da Fortaleza de São José e limitando
a área do anfiteatro a céu aberto daquela mesma praça que tinha como uma de
suas funções umidificar o ar quando muito seco, evitando o ressecamento das
narinas e da garganta os que estivessem na praça.
A
Organização Mundial da Saúde indica que a taxa de umidade do ar ideal para a
saúde é de 60% mas quando de um clima seco, como no verão amapaense (período
sem chuva) a umidade cai para índices abaixo do que recomenda a OMS.
Pois
bem, ainda em 2006, antes de terminar o mês de julho, o mês das férias
escolares, já havia comprometimento mecânico, elétrico e hidráulico, que
prejudicavam o funcionamento do chafariz daquela praça devido ao uso inadequado
do espelho d’água que servia mais para descarte de lixo. Em seguida o chafariz
parou de funcionar e ficou por isso mesmo, caindo no esquecimento para, afinal,
se constatar que depois de 13 anos e 7 meses a população usufruiu daquele ambiente
saudável e belo, por um mês e 15 dias.
Apesar
disso não despertar, até agora, o compromisso de quem tem a atribuição para
cuidar e a responsabilidade para manter, não se pode aceitar como fato
consumado e continuar com a mesma desculpa ou sem desculpa qualquer, deixando a
impressão de que estamos na “casa do sem jeito”.
Usar as
redes sociais apenas para declarar a insatisfação não é suficiente. É preciso
agir conforme o estágio atual de como parte da população encara o valor do
patrimônio de todos.
Se for
preciso uma campanha educativa e de conscientização que se faça a campanha; se
for preciso designar agentes públicos para evitar o mau uso ou a depredação,
que assim seja feito. O que não pode é apenas reclamar. É preciso agir.
É
possível que alguns desses que estão dispostos a fazer uso errado desses
elementos urbanos que servem de pano de fundo para vários tipos de registros
estejam pensando no desleixo com que são tratados outros pontos importantes da
cidade, além do espelho d’água e fonte do Mercado Central, e do chafariz do
Lugar Bonito.
O
reflexo desse abandono e falta de interesse ou compreensão da importância que
têm, se pode listar uma quantidade significativa de pontos como: a
superestrutura do canal da Avenida Mendonça Júnior, o prédio do Museu Joaquim
Caetano da Silva, parte da orla da cidade como o trecho entre o Igarapé das
Mulheres e o Canal do Jandiá, o trapiche Elieser Levy, a praça Barão do Rio
Branco, a praça São Benedito, a praça Nossa Senhora da Conceição, as rampas do
Bairro Santa Inês, a Lagoa dos Índios, o Curiau, a Fortaleza de São José de
Macapá, os equipamentos da praça Floriano Peixoto e tantos outros locais que
são depredados impunemente.
É
preciso catalogar, estes e outros pontos da cidade, dividir as
responsabilidades entre os órgãos estaduais e municipais, com o objetivo de
mantê-los, permanentemente, bem cuidados, inclusive pela população.
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