Rodolfo Juarez
A Carta
Aberta dos Governadores publicada no dia 18 de abril, sábado, não foi assinada
por 7 dos 27 governadores de estado.
Na
carta os governadores se dizem em apoio aos presidentes do Senado Federal e da
Câmara Deputados, mas a preocupação é escamotear o comportamento do deputado
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, pelos planos que tem arquitetado para
colocar em conflito os poderes da República.
Certamente
que o perfil de gestor do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre,
não clama por apoio oportunista de governadores, muito embora reconheça a
importância do que podem fazer esses dirigentes estaduais na condução das
necessidades ocasionais provocadas, nesse período especial da história
brasileira e mundial, onde o coronavírus é a preocupação da vez, ainda sem um
antídoto eficaz.
Os
governadores mantêm a mesma tática de passados recentes, se aproveitando do
sacrifício a que está submetida a população, neste momento, para exigir da
União mais dinheiro para gastar em compras, sem contação de preço e sem
licitação, o dinheiro que o povo entrega para os dirigentes nacionais e, também
estaduais, na forma de tributos.
Sempre
colocando a culpa pelos desmandos e pelas dívidas impagáveis no seu antecessor vão,
os governadores de estado, mirando as reservas nacionais, em busca de mais
dinheiro, comprometendo ainda mais o Tesouro do Estado e aumentando a dívida,
já impagável para o povo, resultado dos artifícios dos governantes.
Agora, estão
ninando o deputado Rodrigo Maia para endossar as pretensões dos gestores
estaduais que querem dinheiro mas não querem assumir qualquer compromisso que
reverta o quadro de dificuldade presente em muitos estados, repercutindo
diretamente na população.
A carta
é do tipo “morde e assopra”, ou “eu disse mais não disse”, quando afirmam, no
documento, que “não julgamos haver conflitos inconciliáveis”, ou quando afirmam
ser “fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do
diálogo democrático desprovidos de vaidades”.
A Carta
Aberta é encerrada com a declaração de que a “saúde e a vida do povo brasileiro
devem estar muito acima de interesses políticos, especial nesse momento de
crise”.
Mas
quem falou, em algum momento de “interesse político”?
O
governador do Estado do Amapá assinou a carta. Se perguntar para o governador
do Amapá porque ele assinou a carta, ele não sabe. E se responder alguma coisa,
vai para a justificativa de sempre: falta de recursos para atender o sistema de
saúde do Estado.
O
sistema de saúde do Amapá, há tempo, vive uma crise indomável que desafiou
todos os secretários de estado da saúde do Governo do Amapá. E não foram poucos
os secretários que viram ser responsabilizados por atos de improbidade dos
quais não participaram, mas foram acusados depois de avocado a teoria do fato.
Mais
uma vez se observa o oportunismo dos governadores. Aproveitando a ocasião da
pandemia para justificar as suas verdadeiras vontades e, ainda fazem tudo isso,
afirmando que estão preocupados com a saúde do povo.
Revelam
suas tendências autoritárias quando escolhem governar por decreto, e se valendo
da dispensa de licitação para comprometer o dinheiro do contribuinte em compras
emergenciais. Unem-se para tratar de estratégia de como agir em grupo, através
de um fórum deles mesmos, onde falam para o espelho, e maquiam-se para afirmar que
falam a verdade.
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