sexta-feira, 17 de abril de 2020

Um ano fazendo hemodiálise


Rodolfo Juarez
Completei, dia 12 de abril, um ano que frequento regularmente a Unidade de Nefrologia do Hospital de Clínicas Alberto Lima, em Macapá, depois de ter sido diagnosticado com Nefropatia, ou seja lesão ou doença no rim, me submetendo a hemodiálise às terças, quintas e sábado.
Antes, em maio de 2018, já havia feito uma operação para construção de uma fistula arteriovenosa no antebraço esquerdo, antevendo a necessidade deste acesso ao meu corpo, uma vez que antes, em agosto de 2014, me submeti a uma cirurgia para retirada da próstata que, em hiperplasia, prejudicara fortemente o funcionamento de todo o aparelho urinário, além de pressionar o rim que acabou por ter o seu funcionamento muito prejudicado.
A fístula arteriovenosa é uma comunicação que se realiza entre uma artéria e uma veia, quer patologicamente ou criada cirurgicamente para fins terapêuticos, como, no meu caso, para garantir um local de acesso para a hemodiálise. Caso o paciente não tenha a fístula arteriovenosa, precisa que seja “passado” um cateter que é um dos acessos vasculares para realizar a hemodiálise e representa uma condição para fazer essa terapia. A escolha e a colocação do cateter é um procedimento médico, normalmente feito em uma veia calibrosa na região do pescoço, do tórax, ou da virilha.
Cada sessão de hemodiálise, dependendo do estado clínico do paciente, pode variar de 3 a 5 horas, de 2, 3 ou 4 vezes por semana, ou até mesmo diariamente. No meu caso são três vezes por semana, durante 3 horas por sessão. Durante esses doze meses eu fiz 162 sessões, que duraram 486 horas, levando 324 agulhadas na fístula com 5 intercorrências importantes.
Na máquina de hemodiálise tem-se uma divisão: o circuito de sangue e o circuito do dialisato. O circuito de sangue compreende o trajeto que o fluido sanguíneo irá percorrer em um espaço extracorpóreo, conceito análogo para o circuito do dialisato, sendo o dialisato o fluido que circula. Ambos os circuitos possuem dispositivos eletrônicos de monitoração e controle.
O circuito do sangue é o trajeto que o sangue percorre no meio extracorpóreo: inicia com a agulha que é inserida no paciente; passa por uma bomba que definirá a pressão do sangue no circuito que é conectada aos capilares do dialisador; finalmente, o sangue passa por uma câmara catabolhas para retornar ao paciente.
O circuito do dialisato é o caminho que o dialisato percorrerá na máquina de diálise: começa com a preparação do dialisato; passa por uma bomba peristáltica que o impulsiona, com o objetivo de tornar mais eficiente as trocas de substâncias com o sangue; por fim, o dialisato é descartado. Durante uma sessão de hemodiálise são usados 35 litros de água tratada.
As máquinas atuais para o tratamento da hemodiálise são equipadas com sensores e alarmes para identificar eventuais anomalias da solução dialítica. O modelo que testa a máquina atual, que é uma rotina executada pela mesma, não é considerado, pelos técnicos, um meio confiável de certificar o seu bom funcionamento.
Atestar este funcionamento é de fundamental importância para garantir o bem estar do paciente devido ao alto número de parâmetros que a máquina opera, dentre estes, tem-se a temperatura, pressão, vazão, molaridade, velocidades das bombas, ultrafiltração, pureza da água, entre outros.
Durante este tempo que tenho de hemodiálise já anotei 5 intercorrências: erro humano 2 (dois); equipamento defeituoso: 2 (dois) e falta de energia: 1 (uma) vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário