sábado, 25 de dezembro de 2021

Depois do leite derramado, nada adianta...

Rodolfo Juarez

Às vezes nós nos concentramos tanto na celebração do Natal e nem percebemos, ou por não despertar interesse ou por não ter tempo, do que está sendo decidido no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa do Amapá, com relação à divisão da receita que está prevista ser arrecadada em 2022.

Quando percebemos tudo já está consumado, devidamente publicado e, nesse momento, todos os interessados despertam para reclamar o que não pode ser mais mudado ou, se mudado, pouco ou nada pode influenciar nos resultados.

Na semana passada destaquei pequenos trechos de uma lei estadual aprovada em julho deste ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as bases orçamentárias para o Judiciário do Estado, o Legislativo Estadual, o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Constas do Estado e a Defensoria Pública do Amapá, que já entrou no “radar” da divisão do “bolo” da receita pública amapaense, aquela que decorre das transferências da União e da arrecadação própria do Estado.

Li comentários de leitores inconformados, estarrecidos e aborrecidos com os totais.

Mas agora não tem mais jeito. Sabem todos que em junho os lideres ou chefes de Poder se reúnem para propor a melhor divisão, claro que não poderia fugir da regra geral de que “farinha pouco, meu pirão primeiro”.

A população não é informada dessa discussão que, desde o meio do ano se desenvolve no sentido de equilibrar as contas de cada um dos poderes e, na maioria das vezes, o que sobra não dá para realizar investimentos tão necessários para o desenvolvimento social e econômico do estado. Grande parte, ou a maior parte, é destinada ao pagamento de salários de funcionários daqueles poderes.

Mas, esta semana, o que me chamou mais atenção foi o pronunciamento de um dos senadores amapaenses, Randolfe Rodrigues, quando, depois de aprovado o Orçamento da União para 2022, com R$ 4,9 bilhões para ser distribuído, através do Fundo Eleitoral, para os partidos políticos financiarem as campanhas de seus candidatos.

Dizia-se, o senador, surpreso com a “indecente destinação” de R$ 4,9 bilhões para a campanha dos candidatos que vão disputar as eleições nacional e regional de 2022.

Parecia que, o senador Randolfe, tinha ouvido falar do assunto pela primeira vez. Ora, se realmente tivesse interesse e argumento, era um daqueles que poderia não ter permitido a destinação de tanto dinheiro público para a campanha eleitoral de 2022.

Randolfe Rodrigues perdeu a oportunidade de ficar calado, ou mostrar que agiu para que não fosse aprovado aquele valor. Não, preferiu adotar, o que parece ser seu prazer: pisotear os sonhos dos brasileiros.

Se não tem força, nem respeito, nem argumento, para influenciar em uma questão tão importante para o contribuinte, então que fique calado ou, pelo menos, fale na hora certa. Depois do “leite derramado”, pouco adianta. 

 

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