Rodolfo Juarez
Às vezes nós nos
concentramos tanto na celebração do Natal e nem percebemos, ou por não
despertar interesse ou por não ter tempo, do que está sendo decidido no
Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa do Amapá, com relação à divisão
da receita que está prevista ser arrecadada em 2022.
Quando percebemos
tudo já está consumado, devidamente publicado e, nesse momento, todos os
interessados despertam para reclamar o que não pode ser mais mudado ou, se
mudado, pouco ou nada pode influenciar nos resultados.
Na semana passada
destaquei pequenos trechos de uma lei estadual aprovada em julho deste ano, a
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as bases orçamentárias para o
Judiciário do Estado, o Legislativo Estadual, o Ministério Público Estadual, o
Tribunal de Constas do Estado e a Defensoria Pública do Amapá, que já entrou no
“radar” da divisão do “bolo” da receita pública amapaense, aquela que decorre
das transferências da União e da arrecadação própria do Estado.
Li comentários de
leitores inconformados, estarrecidos e aborrecidos com os totais.
Mas agora não tem
mais jeito. Sabem todos que em junho os lideres ou chefes de Poder se reúnem
para propor a melhor divisão, claro que não poderia fugir da regra geral de que
“farinha pouco, meu pirão primeiro”.
A população não é
informada dessa discussão que, desde o meio do ano se desenvolve no sentido de
equilibrar as contas de cada um dos poderes e, na maioria das vezes, o que
sobra não dá para realizar investimentos tão necessários para o desenvolvimento
social e econômico do estado. Grande parte, ou a maior parte, é destinada ao
pagamento de salários de funcionários daqueles poderes.
Mas, esta semana, o
que me chamou mais atenção foi o pronunciamento de um dos senadores amapaenses,
Randolfe Rodrigues, quando, depois de aprovado o Orçamento da União para 2022,
com R$ 4,9 bilhões para ser distribuído, através do Fundo Eleitoral, para os
partidos políticos financiarem as campanhas de seus candidatos.
Dizia-se, o
senador, surpreso com a “indecente destinação” de R$ 4,9 bilhões para a
campanha dos candidatos que vão disputar as eleições nacional e regional de
2022.
Parecia que, o
senador Randolfe, tinha ouvido falar do assunto pela primeira vez. Ora, se
realmente tivesse interesse e argumento, era um daqueles que poderia não ter
permitido a destinação de tanto dinheiro público para a campanha eleitoral de
2022.
Randolfe Rodrigues
perdeu a oportunidade de ficar calado, ou mostrar que agiu para que não fosse
aprovado aquele valor. Não, preferiu adotar, o que parece ser seu prazer:
pisotear os sonhos dos brasileiros.
Se não tem força,
nem respeito, nem argumento, para influenciar em uma questão tão importante
para o contribuinte, então que fique calado ou, pelo menos, fale na hora certa.
Depois do “leite derramado”, pouco adianta.
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