Rodolfo Juarez
As falas
entremeadas de exagero do atual presidente da República são isoladas, sem
contexto, para a oposição e os adversários fabricarem verdadeiros artefatos que
são lançados no modelo “se colar, colou”, no sentido de prejudicar a gestão e
que acaba prejudicando, fortemente, setores da sociedade ou a sociedade
inteira, inclusive a oposição e os adversários do presidente.
O episódio que teve
nascedouro no anuncio do ex-ministro André Mendonça para o STF, qualificado
pelo presidente da República como “terrivelmente evangélico”, é um exemplo
disso.
Foi essa expressão
que ganhou repercussão na mídia e tornou a referência principal para as
discussões que, a partir do episódio, ocupou manchetes de jornais, de blogues e
plataformas, ao invés de anunciar e discutir o preparo do indicado para ser um
ministro do STF com capacidade de mudar a avaliação que hoje a Grande Corte tem
da população.
As grandes questões
brasileiras estão sendo analisadas apenas e tão somente politicamente. Não é
possível que esse padrão continue mesmo sabendo que a motivação para esse
escancarado procedimento, sejam as eleições de 2022.
A vitória de
Bolsonaro na disputa, em 2018, pela Presidência do Brasil, deixou os “caciques”
ou aqueles que se diziam na fila, impactados pela resposta do eleitor que votou
na ideia que viram personificada no candidato Bolsonaro e não nas mesmas
promessas batidas, destes senhores que se acostumaram a repartir o Poder no
Brasil.
Nessa conta entram
todos: deputados, senadores, governadores, prefeitos, vereadores e lideranças
que, mesmo impedidas de disputar cargo eletivo, se transformam em “bimbarras”
para sustentação daqueles depende e estão acostumados viver sob a proteção e à
sombra do Poder.
As eleições,
nacional e regionais, estão às portas. As regras definidas e o campo aberto
outra vez, para todos, exatamente como preconiza a Democracia.
Aí está o problema.
Pela falta de um
nome que possa garantir a melhoria da qualidade de vida para os eleitores e
seus familiares, há a negação das “lideranças” que se apresentam já bastante
cansadas, abatidas, sem força e alquebradas para comandar, com vigor, os
brasileiros que estão ávidos por melhorias, equilíbrio social, segurança
urbana.
Os partidos minguaram,
perderam o seu poder para escolher o melhor para mandar para a disputa, e, seus
líderes, em grande maioria, não largam a direção do partido que agora, não só
lhe dá o cargo administrativo, mas também o “de comer” com as gordas
transferências feitas de dinheiro de contribuinte para “alimentar” os
megalômanos que estão grudados na presidência ou secretaria-geral dos partidos
políticos.
Enquanto isso os
novos que se agarram na oportunidade de 2018 terão dificuldades para manter o
poder conquistado, pois são alvos de ataques daqueles que foram surpreendidos e
não se elegeram governador, senador, presidente ou deputado.
Faz parte do plano
para contenção do nascimento de novas lideranças a ação dos “velhos caciques”,
que pouco se interessam pelo Brasil ou pelos estados que representam ou
governam, mas pela permanência no Poder para massagear seu ego e dar “banana”
quando exigido por aqueles que saíram de casa, no dia da eleição, para votar e
elegê-los.
Estes são terrivelmente ambiciosos, acomodados e oportunistas, o suficiente para permanecer como estão, nas suas casinhas ou casulos, sem enfrentar o dia-a-dia dos brasileiros e, assim, não se interessar pela solução dos problemas que lhes são apresentados todos os dias.
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