Rodolfo Juarez
No dia 11 de junho,
o Tribunal Superior Eleitoral publicará, na internet o número oficial de
eleitoras e eleitores aptos a votar nas eleições de 2022. Esse número servira
de base para fins de cálculo dos limites de gastos dos partidos e candidatos
nas respectivas eleições.
Para efeito de
comparação, em 2018 estavam aptos para exercer o direito do voto 511.824
eleitores, houve uma abstenção de 16,68% resultante da ausência de mais de 85
mil eleitores o que equivale a 3,4 vezes mais votos do que a votação do
deputado federal mais votado em 2018.
Mesmo com regras
novas para a divisão de vagas tanto para deputado estadual como deputado
federal, entendo que é importante uma campanha de chamamento do eleitor
amapaense para votar, o que, ao meu ver, poderia vir, perfeitamente, de uma
iniciativa do Tribunal Regional Eleitoral local, devido a incidência do maior
número de eleitores faltantes ser aqui na Capital, onde se concentra a maioria
do eleitorado de todo o estado.
Uma abstenção
superior a 15%, para qualquer eleição proporcional, pode ser considerado um
recado dos eleitores que estão preferindo ficar em casa, apesar dos prejuízos
que poderão advir para desenvolver sua vida profissional, devido às punições a
que está sujeito, desde à justificativa do não votar, até a questões práticas
documentais.
O eleitor amapaense
está precisando de motivação para exercer o direito e a obrigação do voto. A
campanha pela não obrigatoriedade de votar, como já acontece nas repúblicas
democráticas mais evoluídas, pode estar influenciado a tomada de decisão do
eleitor no dia da eleição.
Muitos eleitores, entretanto, não acreditam
ser possível mudar a história do país e insistem na ideia de que a corrupção é
inerente à política brasileira. Todavia, as eleições determinam o futuro do
País para os próximos quatro anos, motivo pelo qual é fundamental que cada
eleitor faça a sua opção de modo consciente e com serenidade.
Aparentemente não há justificativa plausível
para que, por exemplo, em 2014 a abstenção tenha sido de 10,44% e em 2018,
quatro anos depois, praticamente no mesmo ambiente político, a abstenção tenha
alcançado o inusitado número de 16,69%, com 85.442 eleitores deixando de
comparecer para votar, um número que só não supera todo o eleitorado de Macapá
ou Santana, mas supera o eleitorado de cada um de todos os outros 14 municípios
do estado.
Este ano é um ano de mudanças ideológicas no
comando do governo estadual quando, depois de 28 anos, desde o período em que
Annibal Barcellos foi governador, o Estado do Amapá vem alternando o Governo do
Amapá entre o PDT e o PSB, entre os Góes (16 anos) e Capiberibe (12 anos),
visto que, em 2022, nenhum daqueles dois líderes políticos disputarão o comando
do Executivo Estadual.
Pode ser uma mudança que traga ares novos
para a gestão do estado, muito embora o estado não esteja precisando mudar por
mudar, está precisando de um gestor que enfrente desafios que possam melhorar a
aceleração para o desenvolvimento do estado que não avança, apesar das
tentativas.
Pode ser também, que boa parte da desilusão
do eleitor esteja nessa rotina de quando não é um, é o outro da disputa que se
tornou repetitiva entre os dois líderes políticos locais e seus
correligionários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário