Rodolfo Juarez
A violência no
Estado do Amapá, faz tempo, deixou de ser uma questão de notícia e passou a ser
uma questão a ser analisada como um problema que precisa ser enfrentado de uma
forma que iniba os protagonistas da violência para que, as cidades e o campo,
possam planejar suas vivências longe desse ambiente que coloca a população
amapaense vivendo em um dos territórios mais violentos do Brasil.
As ocorrências, na
maioria das vezes na periferia da cidade, também se notam, com incrível
frequência, nos pontos com identidade para lazer, onde, necessariamente, teria
que prevalecer a paz e a alegria, tivéssemos em uma situação de normalidade
desejada.
Os fatos se sucedem
por toda a cidade com execuções em vias de grande movimento, tiros nos
ambientes de lazer, facadas e uma série de delitos que parecem estar fora de
controle, muito embora os órgãos de segurança jurem que tudo está normal e que
a política adotada tem dado resultado.
Mas que resultado?
Ninguém mais tem
tranquilidade, nem aqueles que estão nos locais de lazer, como aqueles que
estão em casa esperando os que saíram simplesmente para um jantar ou uma
balada.
O risco é muito
alto.
As notícias sobre
violência se amontoam, os crimes se sucedem e a paz desaparece. As pessoas
estão ficando traumatizadas com tantas notícias de violência, que ganhou um
fundo comum – as facções.
Aliás, que as
facções poderiam ser encaradas como uma vergonha social e debitado para o
sistema de segurança, o terceiro contingente que mais debita no orçamento
estadual e que, pelos resultados, não está dando conta do recado.
Os programas
policias proliferam nas rádios e televisões locais. Os representantes das
forças de segurança, especialmente polícia militar e delegados de polícia,
contam as suas “façanhas” para os ouvintes e as colocam como se a população
estivesse satisfeita.
Dá a impressão que
a população amapaense está assumindo as condições da síndrome de Estocolmo,
amando os seus próprios algozes e entendendo que o que fazem é a melhor forma
de manter a relação social e a paz pela qual seriam os responsáveis.
As mortes
violentas, os mortos pela polícia, a violência contra mulher, subnotificações
de crimes, lesão corporal, roubos à residência, roubos, furtos, inclusive de
armas, estão na contramão de um dos maiores investimentos em segurança no
Brasil.
O posto de que o
Amapá tem a polícia que mais mata no Brasil, aparentemente não tem
justificativa, afinal, alcança índices 4,25 vezes maior que a média nacional.
Por essas e outras
que o sistema de segurança amapaense precisa de um novo plano para
enfrentamento da criminalidade tendo como foco a população que trabalha e
precisa ter, pelos menos, a sensação de que pode levar a sua vida em segurança,
pois, para isso, manda reservar significativa parte do tributo que paga.
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