domingo, 3 de abril de 2022

A infraestrutura da cidade de Macapá e seus problemas

 Rodolfo Juarez

Macapá, com mais de 500 mil habitantes, já precisa dispor de uma equipe de inteligência que disponha de registros de obras, principalmente de infraestrutura, para poder otimizar a aplicação dos recursos públicos que a prefeitura dispõe, sem desperdiçar ou retrabalhar o que poderia continuar funcionando.

O sistema de drenagem da cidade é um desses complexos que precisam ser detalhados e definidos como fundamental para o avanço do sistema ao longo dos anos. Os canais de drenagem da cidade foram bem definidos pelo antigo SESP - Serviço Especial de Saúde Pública criado em 1942, a partir de acordo entre os governos brasileiro e norte-americano, tendo como funções, o saneamento de regiões produtoras de matérias-primas, como a borracha da região amazônica e o minério de ferro e mica do vale do rio Doce.

As instalações do SESP foram ajustadas com o Plano de Desenvolvimento Urbano de Macapá, Santana e Porto Grande. Na época, Santana e Porto Grande eram distritos administrados pela Prefeitura de Macapá.

O Plano de Desenvolvimento Urbano de Macapá Santana e Porto Grande foi elaborado pela Fundação João Pinheiro, com sede em Belo Horizonte (MG) e se constituiu na primeira tentativa de organizar a infraestrutura de Macapá e seus dois principais distritos.

No PDU de Macapá, Santana e Porto Grande foram definidos os sistemas básicos para a drenagem das três cidades. Foi nessa época que o DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento, que estabelecia as linhas mestras do sistema de drenagem das cidades brasileiras, contribuiu com projetos e recursos. 

Em Macapá, Santana e Porto Grande foram desenvolvidos estudos (pela Fundação João Pinheiro) que foram entregues aos prefeitos da época (os prefeitos eram nomeados pelo governador do Território) para serem detalhados e executados.

Em Macapá foram identificados, como calhas principais, o canal da Mendonça Júnior, o canal do Perpétuo Socorro, o canal do Jandiá, o canal das Pedrinhas, o canal do Nova Esperança, entre outros, todos com saídas para o Rio Amazonas, evitando a poluição da Lagoa dos Índios.

Esses canais, entretanto, precisavam ser retificados e construídos, com uma calha em concreto, guarda corpo e a estrutura de vias ao seu longo, com calçada, rodapé e linha d’água, antes do pavimento da via e seu asfaltamento.

Projetos para o Banco Mundial foram elaborados e enviados para aquele banco que tem como objetivo erradicar a pobreza extrema no mundo. Colaborar financeiramente para o desenvolvimento de programas ambientais, educacionais e sociais. Incentivar, através de empréstimos, o desenvolvimento da infraestrutura, saneamento básico e geração de energia.

Esses dados precisam estar disponíveis na Prefeitura de Macapá, para que seu corpo técnico entenda o que precisa ser feito e estabelecer uma diretriz que proporcione resultados e não simplesmente imaginar que tudo está começando agora.

Preparar a equipe para o exercício dessa gestão da infraestrutura é decisivo para que os resultados apareçam, caso contrário, pode botar o dinheiro que puder, nada será feito.

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