Rodolfo Juarez
Parece mesmo que a
política brasileira vai continuar sendo praticada como aquela dos velhos
tempos. As mesmas pessoas, com raras e honrosas exceções, continuam adotam os
mesmos modelos de antepassados que já se imaginava anulados pelo tempo e pela
modernidade.
Qual nada! A
política, quando movimentada ou manipulada visando uma eleição, em qualquer ano
eleitoral do tempo que já passou, é utilizada com incrível oportunismo,
surpreendendo até aqueles mais vividos na análise política de um pequeno
colégio eleitoral ou do maior colégio eleitoral que se tem no país.
As surpresas já não
são mais surpresas, tantas as vezes mostradas para o eleitor que,
pacificamente, sem qualquer reclamo ou protesto, aceita aparentemente de bom
grado e, ainda, se mostram dispostos a serem os defensores da decisão tomada
pelo líder político que muda conforme o vento sopra e não conforme a base
manda.
Essa história de
base política ou de líder de uma massa de eleitores, parece mais massa de
manobra, sempre procurando se dar bem em uma eleição, desde o candidato, aos
cabos eleitorais e aos próprios eleitores.
A parcela do total
de 148 milhões de eleitores aptos a votar e que não vota por mera liberalidade
ou por avaliar que o esforço para votar no dia eleição não vale a pena,
representou, em 2018 a abstenção superou 20%, com quase 30 milhões de eleitores
preferindo não ir até a sua seção eleitoral.
Cansado de ver os
políticos e outros poderosos da Nação falar em Democracia, vão os eleitores
desanimados até durante o período de campanha, onde vale quase tudo, desde que
não flagrado pela fiscalização eleitoral, pretendendo trocar por favores, desde
uma “ajuda”, até a promessa de um cargo.
Quem poderia
imaginar, antes de 2022 começar, que Geraldo Alckmin (PSDB) seria, um dia,
candidato a vice de Lula (PT) numa chapa para presidente da República do
Brasil.
Geraldo Alckmin governou São
Paulo, o maior colégio eleitoral do Brasil, entre 2001 e 2006, quando
anteriormente Alckmin era vice e, com a morte do titular Mário Covas em 2001,
ele assumiu o cargo, no qual em 2002 se reelegeu, ficando no governo até 2006.
O segundo momento se dá entre 2011 até 2014, quando ele foi eleito em 2010.
O ex-governador anunciou,
no final do ano passado, sua saída do Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB) após mais de 33 anos na sigla.
“É um novo tempo! É tempo de
mudança! Nesses mais de 33 anos e meio de trajetória no PSDB procurei dar o
melhor de mim. Um soldado sempre pronto para combater o bom combate com
entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo
caminho”, disse no Twitter.
Certamente que a “mudança” que
ele estava se referindo não era nada de profundo, era continuar buscando o
Poder, agora noutra frente, tentando repetir o que aconteceu com Mário Covas,
que foi governador de São Paulo com Alckmin vice.
Passou “costurando” retalhos
até conseguir ser aceito no PSB, partido que mirou como trampolim para tentar
alcançar os seus objetivos. Filiou-se no dia 23 de março de 2022, com a
perspectiva de ser candidato à vice-presidente da República, apontado pelo PSB
para o PT.
A Democracia dessas lideranças
é cultivada desde que possa levar vantagem, mesmo que tenha que renunciar a
tudo o que defendia, a tudo o que pregava para seus ex-correligionários de
ocasião.
Enquanto for assim, nada muda e
nada avança!
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