Rodolfo Juarez
É impressionante
como a emissora de televisão que tem interesse na realização do carnaval
fora-de-época busca maquiar as informações e se esforça para tornar realidade
os sonhos dos carnavalescos que são apresentados na avenida.
O esforço que os
repórteres da emissora de televisão que cobre o evento descrevem aqueles sonhos
como se realidade fossem trazendo, até com certo acanhamento, para o público
informações que nada têm a ver com a realidade.
Um esforço para
transformar uma caricatura em notícia.
Nem mesmo a morte
de uma jovem pré-adolescente foi informada durante a transmissão, pelo menos
para servir de alerta às famílias que têm seus filhos e filhas engajados no
desfile.
Não é possível
entender comportamento de um grupo econômico, dono de empresas de comunicação,
dentre eles uma rede de televisão, que faz do evento carnaval ganhos
milionários, deixe de dar notícias que possam ser importantes, não mais para
esse evento, mas para outros.
E essa é uma
ocorrência que se repete.
Doutra vez foi um
grupo de quase ou igual a vinte pessoas que deixou alguns aleijados para toda a
vida e, agora, viu uma pessoa encerrar, no começo da vida, esse bem que Deus
nos dá e uma só para cada um.
Mas tudo em nome do
carnaval a emissora se permite, mesmo sabendo que ainda se está em quarentena
social de Covid-19 e que nada é certeza e que, mesmo nos intervalos comerciais
destaca a tal “rede do bem” falando para evitar aglomeração.
Até onde vai a
responsabilidade desses incentivadores que sabem que ainda, no Brasil, nesse
tempo, estão morrendo mais de 100 pessoas por dia por serem infectados pelo
novo coronavírus.
Mas o carnaval
seguiu em frente aproveitando o feriado decretado pela ação de um herói
nacional, enforcando uma sexta-feira que poderia ser produtiva e emendando pelo
sábado e pelo domingo.
Uma festa só!
Tomara que não se
repita o que aconteceu há dois anos, em fevereiro de 2019, quando o carnaval
foi o grande responsável pela introdução do coronavírus por todo o território
nacional e que ninguém quis assumir a culpa, ao contrário, procuraram culpados
por todas as partes e em todos os lugares.
Elegeram alguns,
mas sempre escamotearam a principal possibilidade – a teimosia na realização do
carnaval de 2019.
Ninguém está acima
do bem ou do mal. Ninguém pode se considerar isento, mesmo que para isso
procure confundir tudo, inclusive com a política, a única estrada que dá chance
para que um individuo alcance os postos de comando que são apresentados pelo
povo brasileiro nas eleições.
A grande imprensa e
a imprensa das pequenas comunidades, elegem os seus favoritos e passam a atuar
ao lado deles, anunciando que as fakes news estão por ai, mesmo que sejam
geradas por esses mesmos que anunciam, e dizem para todos, delas se afastarem.
É o ditado revive:
faça o que eu digo, não faça o que eu faço.
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