Rodolfo Juarez
Passados os
primeiros dez dias da divulgação do Censo de 2022 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), os prefeitos começam a fazer as contas e
percebem que o tamanho da diferença da receita de transferência vai impactar no
orçamento anual do município.
Pelo menos 700
municípios, através dos sues prefeitos, já fizeram as contas e perceberam que o
prejuízo que terão nas transferências de receitas federais, principalmente a do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM), são maiores do que aqueles
minimizados pelos técnicos do IBGE.
É importante dizer
que ninguém de fora do IBGE fez as contas quando teve que estimar as populações
no período de 2011 a 2022. Foram os próprios técnicos do IBGE que elaboraram a
equação de extrapolação da população de cada município e, em consequência, de
cada Unidade da Federação e da própria nação brasileira.
O Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística não demonstrou capacidade para realizar o
censo 2022 desde quando alegou que não tinha recurso para realizar o censo,
mesmo assim assumiu o compromisso de realizá-lo.
Por mexer com
tantos legítimos interesses econômicos e sociais, precisava executar o projeto
do censo com primazia e responsabilidade, o que ficou impossível quando alegou
dificuldades para pagar os recenseadores que, em primeira análise, precisariam
estar, no momento da contagem, perfeitamente sintonizados com o compromisso do
IBGE.
Ainda não ecoam,
Brasil a fora, do tamanho que vão ecoar, as reclamações dos governadores de
estado e dos prefeitos municipais, referentes ao resultado do Censo 2022.
O Amapá, estado com
a segunda menor população do Brasil, deixou de ter 877.613 habitantes para ter
733.508 habitantes. A população de mais de 877 mil foi estimada por conta e,
naturalmente risco, do IBGE, que com sua fórmula mágica e sem ser reavaliada
pelos seus técnicos, insistia em um padrão de crescimento estabelecido em
outras circunstâncias, com outros fundamentos e outras realidades sociais.
A diferença entre o
tamanho estimado da população em julho de 2022 (877.613 habitantes), e o
tamanho da população divulgada, em junho de 2023, pelo Censo de 2022 (733.508
habitantes) extrapola qualquer situação de erro de estimativa.
A diferença
(144.105 habitantes) representa 1/5 (ou 20%) da população divulgada pelo Censo
2022.
Quem é o responsável
por esse erro gigantesco?
Claro que são os
técnicos do IBGE.
O erro próximo de
20% é inadmissível, mesmo para aqueles que não exercem atividades estatísticas
costumeiras, então, para aqueles que têm o seu foco nessa responsabilidade, o
erro assume proporções que abalam a credibilidade das informações.
Indo aos detalhes,
em dois municípios do Estado do Amapá, Cutias e Itaubal, residem mais eleitores
do que moradores, o que seria impossível.
Há duas eleições,
pelo menos, que vimos alertando para essa inconsistência (mais eleitores do que
moradores residentes) e perguntando: quem está errado o IBGE ou o TSE?
A dúvida se dissipa
e dá para confiar mais no TSE.
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