Rodolfo Juarez
Esta semana quem
esteve comigo foi meu colega de turma, anos 60, no Colégio Amapaense, Raimundo
Ubiratan Picanço e Silva, para falar sobre a conveniência de buscar um
transplante, exatamente o que estou buscando agora.
Desde o começo de março
deste ano, quando foi tomada a decisão de que devo buscar fazer o transplante
do rim, que tenho recebido incentivo para seguir nesse rumo que, para os
especialistas médicos que me assistem e familiares, o mais indicado é o
transplante.
A decisão foi
tomada e as providências iniciais tomadas.
O setor médico do
Estado do Amapá não oferece, até este momento, condições para que transplantes
sejam realizados aqui mesmo e, por isso, os pacientes são encaminhados para outros
unidades da federação que onde a população conta com hospitais habilitados a
fazer transplantes de órgãos. O processo já se tornou prática há tempo. O Amapá
é um dos três estados que não faz cirurgias de transplante.
O Brasil, à guisa
de informação, é um país referência mundial em transplante. É o 2.º maior
transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O morador do Estado
do Amapá para passar pelo procedimento precisa ser encaminhado para outro
estado onde haja vagas para a cirurgia e doadores de órgãos.
Há dois tipos de
doador. O doador vivo: aquele que concorda com a doação, desde que não
prejudique a sua própria saúde. Neste caso pode doar um dos rins, parte do
fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Já os doadores falecidos são
pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais,
com traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).
Mas, afinal, o que
é um transplante? A literatura médica define transplante como um procedimento
cirúrgico que é realizado com o objetivo de repor, trocar e substituir algum
órgão do corpo que estava apresentando problemas e impedindo o paciente de ter
uma determinada qualidade de vida.
Geralmente,
o transplante resulta de uma decisão tomada depois que o paciente já passou por
diferentes tratamentos e não obteve sucesso, sendo a solução a única saída para
aumentar a expectativa de vida. Esse tipo de procedimento médico é de alta
complexidade e só pode ser realizado com o auxílio de um segundo paciente,
que faz a doação do órgão ou tecido para que o enfermo se recupere.
Os órgãos e
tecidos doados são encaminhados para pacientes que aguardam a oportunidade em
uma fila única, organizada por estado ou região e monitorada pelo Sistema
Nacional de Transplantes (SNT). O Brasil conta com uma central nacional e 27
centrais estaduais de transplantes. O SNT inclui 648 hospitais, 1.253 serviços
e 1.664 equipes de transplantes habilitados.
Perceba, o
Estado do Amapá conta, no organograma da Secretaria de Saúde com uma Central
Estadual de Transplante (CET) que não tem para onde encaminhar os pacientes
(doadores ou receptores) aqui mesmo no Amapá e, por isso, um processo longo e
de muita paciência, que envolve o direito do pacientes à saúde, como está
definido na Constituição Federal de 1988, no art. 196 e seguintes, com o
comando: “Art.196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Dentre tantos os desafios
que tenho encarado, colecionar este, é mais um. Haverei de ter ânimo pata tal e
depois, prometo, contarei a história, mas contínuo esperançoso de outros
pacientes renais crônicos contem com a estrutura médica aqui.
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