Rodolfo Juarez
Nesta quinta-feira, dia 14 de março, será
comemorado o Dia Mundial do Rim, um evento anual, criado há 19 anos pela
Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e a Federação Internacional de
Fundações do Rim (IFKF) e instituído com o objetivo de informar a população
sobre as doenças renais, com foco na prevenção e na incorporação de práticas
saudáveis.
Segundo dados da Sociedade
Brasileira de Nefrologia, a prevalência da doença renal crônica no mundo é de
7,2% para indivíduos acima de 30 anos e 28% a 46% em indivíduos acima de 64
anos. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a
doença.
No Estado do Amapá, apesar
da indisponibilidade de estatísticas oficiais ou divulgação de dados pelas
secretarias de saúde do Estado ou de quaisquer dos Municípios, a estimativa
é de que, o número de pacientes renais
crônicos, apenas aqueles que estão fazendo hemodiálise, se aproxime bastante do
primeiro milhar.
A doença renal crônica é uma
diminuição lenta e progressiva (durante meses ou anos) da capacidade dos rins
de filtrar os resíduos metabólicos do sangue. As causas principais apontadas
pela comunidade médica são diabetes e pressão arterial alta. O sangue se torna mais ácido, anemia se desenvolve,
os nervos são prejudicados, o tecido ósseo se deteriora e o risco de
aterosclerose aumenta.
Classificar
a doença renal crônica significa considerar os estágios da doença e uma maneira
de qualificar sua gravidade. Por isso, a doença renal crônica pode ser
classificada em 5 estágios, segundo a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) medida
em mL/min/1,73m2 em: Estágio 1, TFG normal > 90; Estágio 2: TFG entre 60 e
89; Estágio 3: entre 30 e 59; Estágio 4: entre 15 e 29; e Estágio 5: TGP
<15.
A doença
renal crônica (DRC) é a deterioração da função renal de longa duração e
progressiva. Os sintomas desenvolvem-se lentamente e nos estágios avançados
incluem anorexia, náuseas, vômitos, estomatites, disgeusia, noctúria,
esgotamento, fadiga, prurido, diminuição da acuidade mental, contrações
musculares e cãibras, retenção hídrica, desnutrição, neuropatia periférica e
convulsões.
O
diagnóstico baseia-se nos exames de laboratório de função renal e, algumas
vezes, em biópsia renal. O tratamento é primariamente direcionado para a doença
subjacente, mas inclui manejo de líquidos e eletrólitos, controle da pressão
arterial, tratamento da anemia, vários tipos de diálise e transplante renal.
O Estado
do Amapá é um dos dois estados brasileiros que não realizaram um transplante
sequer, durante todo o ano de 2023 e por todos os anos anteriores. Esta
situação obriga aos pacientes renais crônicos residentes no Amapá a terem de
procurar outros centros para se habilitar à fila de transplante.
Um atraso
injustificável e que submete os pacientes renais crônicos a negativas de outros
estados e, nem isso, provoca nas autoridades de saúde do Estado do Amapá pelo
menos a vontade de resolver a questão, uma vez que não buscam alternativas que
possibilitem a sobrevivência dos pacientes renais crônicos, no momento por
aqui, condenados a dialisar três vezes por semana, durante 4 horas por vez, até
a chegada da morte.
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