Rodolfo Juarez
O Dia Mundial do
Rim é celebrado na segunda quinta-feira do mês de março. Este ano, portanto,
será no dia 14 deste mês.
Instituído com o
objetivo de informar a população sobre as doenças renais, com foco na prevenção
e na incorporação de práticas saudáveis, cuidar dos rins tem se revelado um dos
problemas de saúde pública de difícil compreensão por parte das autoridades
administrativas encarregadas de gerenciar as necessidades da estrutura
hospitalar e dos pacientes que dela dependem.
Segundo estimativa da Organização Internacional
Word Kidney Day, 10% da população mundial (850
milhões de pessoas) tem alguma doença renal crônica, que se não for tratada,
pode ser fatal.
Os rins são dois órgãos
localizados em ambos os lados da coluna vertebral. Sua principal função é
remover os resíduos e o excesso de água do organismo. O problema é que, muitas
vezes, por falta de prevenção, as pessoas podem descobrir problemas renais em
fases muito avançadas das lesões.
A Doença Renal Crônica (DRC),
perda progressiva e irreversível da função dos rins, é a mais grave delas. No
Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de
pacientes com DRC avançada é crescente e, atualmente, mais de 140 mil pacientes
realizam diálise no país.
No Estado do Amapá as
últimas informações oficiais datam de 2020 e 2021 Em 2020, foi divulgado que o
setor de nefrologia do Estado realizou mais de 43 mil sessões de hemodiálise no
atendimento de 497 pacientes com problemas renais.
Naquele ano o Estado contava
com duas clínicas de nefrologia: uma no Hospital das Clínicas Alberto Lima
(Hcal), em Macapá, e a Clínica da Vida Lourival Duarte Brandão, que funciona no
complexo do Hospital Estadual de Santana.
O outro dado é de 2021, do
dia 25 de novembro, que destacou o início do atendimento de pacientes renais
crônicos com hemodiafiltração. Destaca a nota que o atendimento foi possível
devido a um convênio firmado entre o Governo do Estado e a clínica Uninefro,
onde o procedimento está sendo realizado. A paciente renal crônica fora Maria
Monteiro Gama, então com 53 anos, a primeira paciente atendida pelo
procedimento.
Estima-se que o número de
pacientes renais crônicos residentes no Estado do Amapá, atualmente, supere 650
e o Estado continuam sendo uma das poucas unidades da Federação que não faz o
transplante, única terapia que prevê a solução do problema do paciente.
Os 3 Estados com maior número de brasileiros
que aguardam por um transplante estão no Sudeste. São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais reúnem, juntos, 56% dos pedidos em todo o país. No Sul, o Paraná
lidera, com 3.536 pessoas na fila. No Nordeste, a Bahia tem o maior volume, com
3.296 registros. No Centro-Oeste, Goiás tem 2.018 solicitações. Por fim, no
Norte, o Pará conta com 1.573 pedidos. Os estados de Roraima e Amapá não
registraram casos de transplante, nem pedidos no SNT.
Os desafios enfrentados pelos sistemas de
saúde nos últimos anos, quer seja por eventos globais, como a pandemia da Covid-19, ou por
catástrofes locais, como enchentes, desabamentos, desastres ambientais,
demonstraram a necessidade de todos os setores da sociedade estarem preparados
para o inesperado. E isso, especialmente, para proteger e cuidar dos
mais vulneráveis. Quando esses eventos acontecem, os pacientes com doenças
renais estão entre os que apresentam maior vulnerabilidade.
Na área da saúde renal, esse tema conversa
também com os grandes desafios a serem enfrentados no nosso país. Entre os
pacientes com doença renal crônica, aqueles que são socialmente mais
vulneráveis acabam tendo o diagnóstico em fases mais avançadas.
Nesses casos, para os pacientes e seus
familiares, o próprio diagnóstico da doença renal é um desafio inesperado.
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