Rodolfo Juarez
Até
agora continua um mistério o fato das obras de engenharia, no Estado do Amapá,
todas as públicas e algumas privadas, enfrentam o problema do atraso na
conclusão dos serviços.
Não são
apenas as de edificações, mas também as rodoviárias, as viárias, as de energia
elétrica, afinal, de todos os dos ramos primários da engenharia, têm como seu
maior problema a definição de uma data para entrega ou inauguração.
Nem
mesmo a obra do maior shopping da cidade passou longe das dificuldades causadas
pelos atrasos.
Não
pode ser um defeito de construção ou mesmo de administração, é uma questão que
precisa ser estudada, em detalhes, para que os profissionais da engenharia e da
administração das obras vençam esse empecilho.
Em
plano nacional a notícia que a presidente da República deu à nação foi de que
mais de 800 obras, apenas do setor saúde, entre hospitais, centros médicos,
unidades de pronto atendimento, prontos-socorros, postos médicos e afins, estão
paradas por todo o Brasil e exigindo mais de 10 bilhões de reais para serem
concluídos.
No
Estado, são muitas as obras, desde as áreas de esporte e artes, até canais e
piers, passando por edificações e rodovias, entre elas a BR-156, que iniciada
há mais de 80 anos ainda tem 28% de sua extensão em terra de chão.
Mas
escolas, postos de saúde, hospitais, quartéis, penitenciárias, edificações,
obras para obter água tratada, esgoto sanitário, transporte e distribuição de
energia, de interesse ambiental, de urbano, rural, naval, também formam o leque
de pendências de obras que estão inacabadas.
Nos
municípios são muitas as obras, principalmente aquelas voltadas para atender as
exigências diretamente urbanas, mas outras, também, que estão na zona rural ,
que foram iniciadas e continuam esperando que seja acabada, algumas até sem
qualquer previsão.
A
questão é que os problemas não afetam apenas os contratantes ou os donos das
obras, ou mesmo, os donos ou sócios das empresas. Afetam muito mais os
trabalhadores, e dessa coluna constam os engenheiros, os arquitetos, os mestres
de obras, os carpinteiros, pedreiros, bombeiros hidráulicos, eletricistas,
ajudantes e tantos outros que formam a equipe que constrói uma obra.
A
rotatividade no emprego, no setor, é muito grande e se torna um desafio para os
profissionais da construção civil que se veem muito mais ameaçados do que
qualquer outra parte de uma obra.
As
sucessivas dispensas são uma rotina nos quadros de operários das empresas de
construção ou montagem. O permanente sobressalto em que vive os operários se
torna um desafio a vencer a cada dia.
Os
atrasos nos pagamentos, por parte do contratante, das parcelas a que a empresa
tem direito repercute, de imediato, no quadro de trabalhadores que, já sabem
que terão atrasos para receber o salário ou pagamento de serviço que prestaram.
Para
não se tornarem insolventes, ou mais uma vítima do sistema, as empresas
dispensam os seus trabalhadores, dando-lhes o aviso de que, “quando voltarem a
pagar a fatura nós retomaremos a obra e recontrataremos vocês outra vez”.
É ai
que nasce a reação dos trabalhadores que, percebem, que podem também fazer
“marcha de jabuti” e não participar das preocupações com as datas, pois, afinal
de contas, nem o contratante e muito menos o contratado avaliam merecer
qualquer esforço extraordinário.
Uma
questão que pode se agravar, ainda mais, caso o contratante não intervenha no
processo e gere uma onde de confiança que leve, tanto os operários, como as
empresas, a voltarem a acreditar que os cronogramas foram feitos para serem
seguidos e que os serviços foram divididos em fatura para serem pagos.
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