terça-feira, 23 de julho de 2013

O que há com a construção civil no Amapá?

Rodolfo Juarez
Até agora continua um mistério o fato das obras de engenharia, no Estado do Amapá, todas as públicas e algumas privadas, enfrentam o problema do atraso na conclusão dos serviços.
Não são apenas as de edificações, mas também as rodoviárias, as viárias, as de energia elétrica, afinal, de todos os dos ramos primários da engenharia, têm como seu maior problema a definição de uma data para entrega ou inauguração.
Nem mesmo a obra do maior shopping da cidade passou longe das dificuldades causadas pelos atrasos.
Não pode ser um defeito de construção ou mesmo de administração, é uma questão que precisa ser estudada, em detalhes, para que os profissionais da engenharia e da administração das obras vençam esse empecilho.
Em plano nacional a notícia que a presidente da República deu à nação foi de que mais de 800 obras, apenas do setor saúde, entre hospitais, centros médicos, unidades de pronto atendimento, prontos-socorros, postos médicos e afins, estão paradas por todo o Brasil e exigindo mais de 10 bilhões de reais para serem concluídos.
No Estado, são muitas as obras, desde as áreas de esporte e artes, até canais e piers, passando por edificações e rodovias, entre elas a BR-156, que iniciada há mais de 80 anos ainda tem 28% de sua extensão em terra de chão.
Mas escolas, postos de saúde, hospitais, quartéis, penitenciárias, edificações, obras para obter água tratada, esgoto sanitário, transporte e distribuição de energia, de interesse ambiental, de urbano, rural, naval, também formam o leque de pendências de obras que estão inacabadas.
Nos municípios são muitas as obras, principalmente aquelas voltadas para atender as exigências diretamente urbanas, mas outras, também, que estão na zona rural , que foram iniciadas e continuam  esperando que seja acabada, algumas até sem qualquer previsão.
A questão é que os problemas não afetam apenas os contratantes ou os donos das obras, ou mesmo, os donos ou sócios das empresas. Afetam muito mais os trabalhadores, e dessa coluna constam os engenheiros, os arquitetos, os mestres de obras, os carpinteiros, pedreiros, bombeiros hidráulicos, eletricistas, ajudantes e tantos outros que formam a equipe que constrói uma obra.
A rotatividade no emprego, no setor, é muito grande e se torna um desafio para os profissionais da construção civil que se veem muito mais ameaçados do que qualquer outra parte de uma obra.
As sucessivas dispensas são uma rotina nos quadros de operários das empresas de construção ou montagem. O permanente sobressalto em que vive os operários se torna um desafio a vencer a cada dia.
Os atrasos nos pagamentos, por parte do contratante, das parcelas a que a empresa tem direito repercute, de imediato, no quadro de trabalhadores que, já sabem que terão atrasos para receber o salário ou pagamento de serviço que prestaram.
Para não se tornarem insolventes, ou mais uma vítima do sistema, as empresas dispensam os seus trabalhadores, dando-lhes o aviso de que, “quando voltarem a pagar a fatura nós retomaremos a obra e recontrataremos vocês outra vez”.
É ai que nasce a reação dos trabalhadores que, percebem, que podem também fazer “marcha de jabuti” e não participar das preocupações com as datas, pois, afinal de contas, nem o contratante e muito menos o contratado avaliam merecer qualquer esforço extraordinário.
Uma questão que pode se agravar, ainda mais, caso o contratante não intervenha no processo e gere uma onde de confiança que leve, tanto os operários, como as empresas, a voltarem a acreditar que os cronogramas foram feitos para serem seguidos e que os serviços foram divididos em fatura para serem pagos. 

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