segunda-feira, 1 de julho de 2013

O paciente pode piorar

Rodolfo Juarez
Os principais gestores públicos nacionais estavam com razão quando resolveram se antecipar no que puderam e responder o que podiam, para os manifestantes que foram às ruas cobrando questões que todo mundo sabe que precisam ser resolvidas, mas os que têm a atribuição de resolver fingem que resolvem, mas a população não soube mais fingir que acreditava no que diziam que tinham feito para resolver.
Está sendo uma prestação de contas fora de época e também fora dos padrões conhecidos e mantidos por aqueles que receberam do povo e de forma legítima, a voluntária autorização para atuar em nome de todos.
Como não vinham desempenhando bem o papel, começaram as cobranças e as verificações das realizações que constataram que pouco ou nada do que diziam estavam, pelo menos, com vontade de fazer.
A volta às ruas foi a alternativa. Cobrar mudanças de comportamento foi a bandeira principal. Pintada de tarifa dos transportes coletivos, combate à corrupção, melhoria no sistema de saúde e a importância da ética nas relações entre os chamados homens públicos, se constituíram na motivação para a luta.
Não restou dúvida de que os agentes públicos demoraram a compreender que o movimento nas ruas nada tinha a ver com aqueles feitos pelas lutas de categorias ou mesmo por aqueles que visam o reconhecimento de gênero. Desta feita a luta era diferente e correspondia a um senso comum que, de forma espontânea tomou conta de todos e ditada pelos jovens, para os jovens e no interesse da população.
Mais uma vez a juventude pintou o rosto com a cor que nunca saiu da moda – verde e amarelo – e foi para as ruas. Ela é mesmo assim: quando sai, sai para resolver!
Claro que tem dificuldades, inclusive para ser respeitada como ordenadora de comportamento, pois, os mais velhos sempre optaram por pretender ter aqueles moços obedientes às suas ordens e aos seus mandos, inclusive para ficar calado.
Mas os tempos são outros. Os jovens estão dominando uma técnica que os mais velhos, primeiro não deram importância e depois, sempre têm um jovem a orientá-lo – as redes sociais e a internet.
A comunicação fácil e rápida e a confiança nas ordens verdadeiras, sinceras e adequadas às necessidades de agora e do futuro e não a conhecida comunicação que serviu sempre para informar o que queriam e a divertir como queriam. Voltadas sempre para analisar o já feito e o passado.
Mesmo assim os dirigentes públicos, inclusive aqueles que juraram representar o povo, acreditavam que se tratava de “fogo de palha” e que os jovens abandonariam as lutas e se recolhiam aos que os dirigentes teimam em definir como de interesse deles.
Depois dos primeiros sintomas, agora vem o diagnóstico de que os pacientes estão fortemente abalados pela doença que mais os abala – a rejeição.
As pesquisas do final de junho não pouparam ninguém. Nem mesmo aqueles que se sentiam no alto da preferência popular e que acreditavam que não seriam de lá arredados nem que houvesse um tsunami, eis que registram uma queda na avaliação popular em muitos pontos.
A divulgação da pesquisa Datafolha deixou todos inquietos e preocupados durante o final de semana. Há a certeza de que alguma coisa precisa ser feita e não é qualquer coisa. Precisam os dirigentes acertar o alvo que foi posto pela juventude e corrigir os rumos das administrações pelas quais são responsáveis.
Outro remédio pode não dar certo e o paciente piorar!

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