Rodolfo Juarez
Os
principais gestores públicos nacionais estavam com razão quando resolveram se
antecipar no que puderam e responder o que podiam, para os manifestantes que
foram às ruas cobrando questões que todo mundo sabe que precisam ser
resolvidas, mas os que têm a atribuição de resolver fingem que resolvem, mas a
população não soube mais fingir que acreditava no que diziam que tinham feito
para resolver.
Está
sendo uma prestação de contas fora de época e também fora dos padrões
conhecidos e mantidos por aqueles que receberam do povo e de forma legítima, a
voluntária autorização para atuar em nome de todos.
Como
não vinham desempenhando bem o papel, começaram as cobranças e as verificações
das realizações que constataram que pouco ou nada do que diziam estavam, pelo
menos, com vontade de fazer.
A volta
às ruas foi a alternativa. Cobrar mudanças de comportamento foi a bandeira
principal. Pintada de tarifa dos transportes coletivos, combate à corrupção, melhoria
no sistema de saúde e a importância da ética nas relações entre os chamados
homens públicos, se constituíram na motivação para a luta.
Não
restou dúvida de que os agentes públicos demoraram a compreender que o
movimento nas ruas nada tinha a ver com aqueles feitos pelas lutas de categorias
ou mesmo por aqueles que visam o reconhecimento de gênero. Desta feita a luta
era diferente e correspondia a um senso comum que, de forma espontânea tomou
conta de todos e ditada pelos jovens, para os jovens e no interesse da
população.
Mais
uma vez a juventude pintou o rosto com a cor que nunca saiu da moda – verde e
amarelo – e foi para as ruas. Ela é mesmo assim: quando sai, sai para resolver!
Claro
que tem dificuldades, inclusive para ser respeitada como ordenadora de
comportamento, pois, os mais velhos sempre optaram por pretender ter aqueles
moços obedientes às suas ordens e aos seus mandos, inclusive para ficar calado.
Mas os
tempos são outros. Os jovens estão dominando uma técnica que os mais velhos,
primeiro não deram importância e depois, sempre têm um jovem a orientá-lo – as
redes sociais e a internet.
A
comunicação fácil e rápida e a confiança nas ordens verdadeiras, sinceras e
adequadas às necessidades de agora e do futuro e não a conhecida comunicação que
serviu sempre para informar o que queriam e a divertir como queriam. Voltadas
sempre para analisar o já feito e o passado.
Mesmo
assim os dirigentes públicos, inclusive aqueles que juraram representar o povo,
acreditavam que se tratava de “fogo de palha” e que os jovens abandonariam as
lutas e se recolhiam aos que os dirigentes teimam em definir como de interesse
deles.
Depois
dos primeiros sintomas, agora vem o diagnóstico de que os pacientes estão
fortemente abalados pela doença que mais os abala – a rejeição.
As
pesquisas do final de junho não pouparam ninguém. Nem mesmo aqueles que se
sentiam no alto da preferência popular e que acreditavam que não seriam de lá
arredados nem que houvesse um tsunami, eis que registram uma queda na avaliação
popular em muitos pontos.
A
divulgação da pesquisa Datafolha deixou todos inquietos e preocupados durante o
final de semana. Há a certeza de que alguma coisa precisa ser feita e não é
qualquer coisa. Precisam os dirigentes acertar o alvo que foi posto pela
juventude e corrigir os rumos das administrações pelas quais são responsáveis.
Outro
remédio pode não dar certo e o paciente piorar!
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