Rodolfo Juarez
Está o
alto comando do país tendo muito trabalho para resolver uma questão criada por
ele mesmo.
Se a
presidente da República não tivesse discursado para os governadores e prefeitos
dos estados e dos municípios onde estão as capitais dos estados, certamente já
teria encontrado uma forma de retirar de pauta o plebiscito proposto para
influir na reforma política que, não mais que de repente, ganhou importância
devido às manifestações que continuam nas ruas das capitais e de outras cidades
brasileiras.
Ora, a
reforma política, além de necessária é tida como uma reforma importante, não só
para os que fazem da política o seu instrumento de poder, mas também para que o
país se alinhe às questões que estão preocupando a sociedade, não pelo conteúdo
da reforma – que é importante -, mas porque se transformou em um desafio aos
legisladores que, de certa forma, temem que as mudanças acabem prejudicando
exatamente os parlamentares desgastados e com poucas chances de sobreviver em
outro cenário legal que não o atual.
Já faz
algum tempo que a população combate a forma de escolha dos legisladores através
de um modo proporcional que, muito bem estudado pelos partidos políticos,
protagoniza aberrações como o que resultou do que ficou conhecido como “efeito
tiririca” capaz de trazer para a Câmara dos Deputados candidatos que tiveram
inexpressiva votação e que foram “carregados” pela votação do candidato
Tiririca.
A
reforma política tem como tema a correção das situações aberrantes que hoje são
comuns e como objetivo responder à população que não concorda e considera
complexo demais o processo atual que define, pela proporcionalidade, os leitos
para os cargos de vereador, deputado estadual e deputado federal.
Ora, se
o eleitor tem dificuldades para a escolha, é obvio que resultado das eleições
têm grandes chances de não corresponder à expectativa dos votantes. É por isso
que a reforma é considerada uma oportunidade, também, para a correção.
Outro
ponto que está prejudicando a confiança do eleitor no processo são as
frequentes decisões da Justiça Eleitoral contrária a “voz das urnas”, quando os
mais votados não tomam posse ou se tomam ficam na expectativa do resultado de
uma votação de um pleno do Tribunal Estadual ou de um Tribunal Superior.
É por
isso que a população acredita que a reforma política é importante.
Mas
agora o eleitor está desconfiado quando alguns dirigentes partidários começaram
a observar que a reforma pode ser manipulada para que o partido que esteja no
Governo seja favorecido para ali permanecer, considerando os pontos que podem
ser as novidades aprovadas, integrando as regras e servindo para o abatimento
do desgaste daqueles que estarão disputando os cargos eletivos em outubro de
2014.
É
grande interesse do Governo sobre o assunto tanto que, além de propor, foi
capaz de levar, em pleno domingo, os ministros de Estado para uma reunião
demorada com a presidente, onde a pauta prioritária detalha os 5 pontos do
pacto propostos pela presidente Dilma em rede nacional de rádio e televisão.
A
oposição, dizendo-se atenta a todos os movimentos da situação, garante que a
consulta popular, em qualquer tempo é oportuna, mas é preciso que se leve em
consideração a oportunidade e, nesse caso o interesse nacional.
Os oposicionistas
estão entendo que, apesar de ser oportuna a pressão pela reforma política no
Brasil, mas a oportunidade da reforma corre risco de ser favorável ao
particular e não ao coletivo o que contrariaria os interesses nacionais que não
podem ser relevados e substituídos por interesses partidários, principalmente
quando os partidos e os políticos não estão nas ruas com os jovens e, ao
contrário, estão procurando abrigo e que esse abrigo não pode ser, por exemplo,
uma reforma, principalmente a política.
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