terça-feira, 16 de julho de 2013

Vida util

VIDA UTIL
Rodolfo Juarez
Há muito comentadas ou denunciadas a condição das obras publicas que estão em uso por todo o estado e que já tiveram o prazo de vida útil das obras ou serviços vencido.
Além do alto risco que contém e o impacto que causa quando há a falência da resistência de uma obra ou o esgotamento de um serviço, as repercussões sociais e econômicas são muito fortes e capazes de incentivar pessoas a buscar responsabilidades que ultrapassam os compromissos públicos.
O que aconteceu na quarta-feira na Rodovia AP-70 quando uma ponte de madeira rompeu representa um erro primário daquelas autoridades públicas que assumiram a responsabilidade de cuidar daquela rodovia.
Classificar o evento como fatalidade ou tentar passar a responsabilidade para terceiros, além de não resolver o problema é uma forma de procurar imiscuir-se da própria responsabilidade de gestão que tem sob aquele patrimônio.
O carro sobre a ponte é apenas um detalhe, que importa com relação ao tipo e ao peso, mas que não havia nenhum impeditivo para que o condutor levasse o veículo à ultrapassar o rio utilizando a ponte, afinal de contas, a ponte foi construída para ser usada por veículos, inclusive do tipo que ali está utilizando a obra de arte.
É preciso que seja da rotina dos gestores responsáveis por edificações, vias, rodovias, obras de arte, praças, equipamentos, afinal tudo o que se refira a infraestrutura socioeconômica pública, a avaliação das condições de uso, principalmente que atingem a vida útil de cada um desses elementos de uso comum, com o objetivo de manter o patrimônio em condições de atender às necessidades da população.
A queda desta ponte é um aviso para outas pontes que estão nesta mesma rodovia estadual, como em outras rodovias do Estado e, inclusive, as rodovias federais, Br-156 e BR-210, estas com histórico de mortes em acidentes por causa de obras de artes, especialmente as pontes.
Nos núcleos urbanos também têm pontos críticos que ainda não foram avaliados pelos órgãos a defesa civil e, como exemplo, cite-se as pontes sobre o canal da Avenida Mendonça Júnior, no trecho entre as ruas Odilardo Silva e Azarias Neto.
Essas pontes sobre o canal da Avenida Mendonça Júnior têm mais de 40 anos e, até agora, não se tem notícia de que foram inspecionadas, com o objetivo de avaliação das suas condições estruturais.
As autoridades que autorizam a utilização dessas pontes, mesmo que tacitamente, não podem esperar registros desagradáveis ou perdas de vidas importantes, para que as providências sejam tomadas.
A emissão de um laudo técnico por profissionais habilitados, declarando as condições atuais daquelas obras, respalda o administrador, além de trazê-lo para a coluna dos administradores que procuram cumprir o seu dever e exercer as responsabilidades que disseram ter para exercê-la.
O que precisa ser feito para verificar a condição estrutural das pontes sobre o Canal da Mendonça Júnior, no centro de Macapá, precisa, também, para a passarela da Rodovia JK, o Porto do Grego, em Santana, a Ponte Sérgio Arruda, o Muro de Arrimo da Orla, as ribanceiras do Rio Amazonas.
Tivesse sido feito isso a ponte do km vinte e um, na Rodovia Br-156 não teria a falência de sua estrutura, a estrutura da ponte na Pedreira, na AP-70 não teria se rompido, o porto de embarque de minério, em Santana, não teria desmoronado e outas obras não teriam sido perdido, definitivamente, por causa de sua vida útil.
É uma questão de zelo, mas não pode haver negligência com relação a essa questão, considerando que se trata de equipamentos públicos, com possibilidades reais de risco para a vida das pessoas que, confiando na resistência dos equipamentos, o utilizam confiando que estão em condições de uso.

Cuida do bem público é uma das mais importantes atribuições daqueles que assumem a atribuição de fazer de forma voluntária, na condição de agente público.

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