sábado, 13 de dezembro de 2014

A crise na Federação das Indústrias do Estado do Amapá

Rodolfo Juarez
Está difícil a situação da Federação das Indústrias do Estado do Amapá. Fundada no dia 14 de dezembro de 1990 como uma entidade sindical, patronal, de grau superior, não demorou a criar condições para a regionalização do Serviço Social da Indústria – SESI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI.
O primeiro presidente, o empresário da construção civil, Francisco Leite da Silva, soube conduzir os primeiros passos da instituição que ganhou notoriedade regional pela importância e pelo que projetou para o desenvolvimento industrial do Estado do Amapá.
Os encontros anuais da indústria, dos quais três deles realizados na Serra do Navio, contou com a participação de todos os entes interessados no desenvolvimento do Amapá, principalmente o Governo do Estado que via na Federação uma grande porta de entrada dos negócios que precisavam ser realizados por aqui.
Desde 2002 quando assumiu o comando do sistema o presidente Sivaldo, sob a batuta da deputada federal Fátima Pelaes, houve a inserção da política partidária na instituição com a aquiescência dos conselheiros do Conselho de Representantes, trazendo as dificuldades para a Federação das Indústrias.
Depois veio a presidência de Telma Gurgel, com a influência do mandato de deputado federal de Vinicius Gurgel, concluiu o processo de politização das eleições da instituição, com o inchaço de sindicatos filiados sem a necessária representação das categorias econômicas pelas quais requeriam o direito de participar.
Os litígios foram para o Judiciário, principalmente para definir a representatividade dos sindicatos que pleiteavam o direito ao voto e, com esse voto, o direito de participar das unidades regionalizadas do SESI e do SENAI que passaram a ser cabide de emprego para os parentes dos dirigentes sindicais filiados à federação.
O Estatuto da entidade passou por reformas claramente tendenciosas à agasalhar os sindicatos que se alinham, em maioria, de um dado ou de outro dos pretendentes, até chegar em uma disputa interminável na justiça para saber quais os sindicatos que tinham ou não direito de votar e escolher os dirigentes da Federação.
O presidente da Federação das Indústrias depois de tomar posse assume a direção regional do SESI e a presidência dos conselhos regionais do SESI e do SENAI, além de passar a comandar o Instituto Euvaldo Lodi - IEL através de superintendente de livre nomeação do presidente.
A última eleição elegeu a presidente e o vice-presidente, sendo que, depois da posse o vice-presidente renunciou o cargo que foi entregue pelo conselho ao irmão da presidente, a deputada federal eleita Josi Rocha.
Por uma série de irregularidades apontadas por uma auditoria externa, o SESI e o SENAI foram retirados da tutela da Federação, sob várias alegações e perigo de continuar sendo prejudicadas as duas instituições, com a direção da Federação não tendo, até agora, forças suficientes para desfazer a intervenção que já perdura por mais de um ano.
Nesse momento Sesi e Senai continua sob o comando das respectivas direções nacionais, a Federação das Industrias do Estado do Amapá riscada do quadro societário da Confederação Nacional da Indústrias e os empregados da Federação sem receber salário desde Setembro, além de 13º, e o depósito do Fundo de Garantia.

Dia 14 de dezembro a Federação completa 24 anos sem saber o que pode fazer e sem ter o que fazer, a não ser continuar a luta para que a normalidade volte a fazer parte do dia-a-dia dessa importante instituição estadual.

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