Rodolfo Juarez
Está
difícil a situação da Federação das Indústrias do Estado do Amapá. Fundada no
dia 14 de dezembro de 1990 como uma entidade sindical, patronal, de grau
superior, não demorou a criar condições para a regionalização do Serviço Social
da Indústria – SESI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI.
O
primeiro presidente, o empresário da construção civil, Francisco Leite da
Silva, soube conduzir os primeiros passos da instituição que ganhou notoriedade
regional pela importância e pelo que projetou para o desenvolvimento industrial
do Estado do Amapá.
Os
encontros anuais da indústria, dos quais três deles realizados na Serra do
Navio, contou com a participação de todos os entes interessados no desenvolvimento
do Amapá, principalmente o Governo do Estado que via na Federação uma grande
porta de entrada dos negócios que precisavam ser realizados por aqui.
Desde
2002 quando assumiu o comando do sistema o presidente Sivaldo, sob a batuta da
deputada federal Fátima Pelaes, houve a inserção da política partidária na
instituição com a aquiescência dos conselheiros do Conselho de Representantes,
trazendo as dificuldades para a Federação das Indústrias.
Depois
veio a presidência de Telma Gurgel, com a influência do mandato de deputado
federal de Vinicius Gurgel, concluiu o processo de politização das eleições da
instituição, com o inchaço de sindicatos filiados sem a necessária
representação das categorias econômicas pelas quais requeriam o direito de participar.
Os
litígios foram para o Judiciário, principalmente para definir a
representatividade dos sindicatos que pleiteavam o direito ao voto e, com esse
voto, o direito de participar das unidades regionalizadas do SESI e do SENAI
que passaram a ser cabide de emprego para os parentes dos dirigentes sindicais
filiados à federação.
O
Estatuto da entidade passou por reformas claramente tendenciosas à agasalhar os
sindicatos que se alinham, em maioria, de um dado ou de outro dos pretendentes,
até chegar em uma disputa interminável na justiça para saber quais os
sindicatos que tinham ou não direito de votar e escolher os dirigentes da
Federação.
O
presidente da Federação das Indústrias depois de tomar posse assume a direção
regional do SESI e a presidência dos conselhos regionais do SESI e do SENAI,
além de passar a comandar o Instituto Euvaldo Lodi - IEL através de
superintendente de livre nomeação do presidente.
A
última eleição elegeu a presidente e o vice-presidente, sendo que, depois da
posse o vice-presidente renunciou o cargo que foi entregue pelo conselho ao
irmão da presidente, a deputada federal eleita Josi Rocha.
Por uma
série de irregularidades apontadas por uma auditoria externa, o SESI e o SENAI
foram retirados da tutela da Federação, sob várias alegações e perigo de
continuar sendo prejudicadas as duas instituições, com a direção da Federação
não tendo, até agora, forças suficientes para desfazer a intervenção que já
perdura por mais de um ano.
Nesse
momento Sesi e Senai continua sob o comando das respectivas direções nacionais,
a Federação das Industrias do Estado do Amapá riscada do quadro societário da
Confederação Nacional da Indústrias e os empregados da Federação sem receber
salário desde Setembro, além de 13º, e o depósito do Fundo de Garantia.
Dia 14
de dezembro a Federação completa 24 anos sem saber o que pode fazer e sem ter o
que fazer, a não ser continuar a luta para que a normalidade volte a fazer
parte do dia-a-dia dessa importante instituição estadual.
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