Rodolfo Juarez
A
deputada estadual Marília Góes não titubeou quando respondeu à pergunta que fiz
sobre a Residência do Governador, em Macapá, durante uma entrevista que dava a
um programa de rádio no domingo pela manhã. Disse a deputada: “meus filhos, meu
marido e eu vamos continuar morando na nossa casa, não vamos para a residência
oficial.”
A
residência oficial do governador, em Macapá, já cumpriu a sua finalidade e
pode, perfeitamente, mudar de conceito para atender, por ser um prédio público,
outras necessidades da população.
Quando
os governadores do Amapá, no tempo de Território Federal, vinham para cá
nomeados pelo presidente da República e por aqui nunca tinham vindo, se
justificava a disponibilidade de uma residência onde pudesse o governador se
instalar. Agora não, depois que o Amapá foi transformado em Estado, isso em
1988 e instalado como Estado, isso em 1991, todos os que se candidatam ao cargo
de governador do Estado, obrigatoriamente, tiveram que comprovar domicílio
eleitoral no Amapá, ou mais propriamente, residência no Estado, não sendo mais
um “sem teto” por aqui.
É claro
que a Residência Oficial é um chama para o gestor devido a vários fatores, mas,
principalmente, aqueles ligados ao glamour do cargo que ainda oferece carro de
graça e segurança pessoal especial, além de uma farta dispensa, onde se gasta
com o que quer e quando quer.
Deixar
isso de lado é obedecer à força da atualidade. Prestar a atenção no que está
verdadeiramente mudando e entender que o salário do governador ou o subsídio é
entendido como suficiente para manter-se e ainda fazer uma poupança gorda.
Governar
um Estado como o Amapá, antes de ser um desafio é um privilégio para qualquer
um. A coragem de assumir a responsabilidade pela gerência dos interesses de uma
população de mais de 700 mil pessoas precisa ser grande e entendida por todos
para que não meta os pés pelas mãos.
Ser
governador é uma honra que precisa ser entendida, principalmente pelo próprio
governador, para que a população assim também entenda para que possa dar ao
governador e sua equipe, todo o apoio que precisam para bem administrar os
interesses que são de todos e não de uma parcela da população, de um partido
político, de um grupo de amigos, ou de uma família.
Abrir
mão de morar na Residência Oficial é a demonstração de que está disposto a,
realmente, separar a relação individual da relação com a coisa pública, essa de
interesse de todos e que não mais justifica favorecimentos de alguns mesmo
entre esses alguns esteja o mandatário máximo indicado pelo povo.
Tomara
que a demonstração de cisão entre o público e o privado não fique apenas no
caso da residência oficial e se estenda a todos os demais órgãos do Estado,
acabando com a inexplicável necessidade de, por exemplo, qualquer auxilio
moradia.
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