sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Olhos arregalados

Rodolfo Juarez
O país e naturalmente o Amapá, está vivendo uma das maiores crises políticas, econômicas e éticas já registradas neste século. Os problemas se agigantam com a diminuição da capacidade de reação do Governo Central e a permanente ameaça de aumento de impostos e queda na qualidade dos serviços para os contribuintes que ficam sem saber o que fazer.
Aliás, até que poderiam saber o que precisam fazer, mas sempre esperam que os seus dirigentes e representantes se antecipem e ajam por eles, conforme está disposto nas regras administrativas do Brasil.
O dragão da inflação se apresenta voraz depois de ter sido mantido distante dos interesses dos brasileiros por muito tempo. Desperta com vontade e testa o sempre descuidado e desprevenido gestor brasileiros que, voltado para um “tal” Plano de Poder, deixa de se preparar para as emergências e de entender que nem sempre dá para continuar no rumo que tinha escolhido para orientar o governo que tem a responsabilidade de dirigir.
O problema desce para as partes do Brasil e seus entes federativos que, da mesma forma como os da administração federal, também são apanhados desprevenidos e insistindo no enfrentamento a nova “guerra” com as armas que não tem na atualidade.
Ninguém abdica dos seus projetos pessoais. Ninguém larga os meios que a mordomia dos cargos que ocupam oferece. Dá a impressão que os problemas são apenas dos outros e nada têm a ver com a Administração do Estado.
Qualquer dos que formam a população amapaense estão dispostos ao sacrifício desde que observem que o Governo do Estado e seus vinculados também demonstrem que estão dispostos a modificar os hábitos, adaptando-os à realidade.
Retirar a mordomia, em tempo de necessidades como agora, onde a Receita Pública teima em não chegar aos patamares previstos, deixando o tacho raspado todo final de mês, seria uma das medidas possíveis e imediatas.
Enxugar os salários seria outra medida que ofereceria imediato resultado como também extinguir as diárias, ajuda de custo, disponibilidade de combustível para burocratas e os veículos que usam e são pagos com o dinheiro do contribuinte, também seria uma medida desejada e possível, sem qualquer sacrifício para as famílias.
O Governo, como as demais instituições mantidas com orçamento cuja receita tenha origem no que paga o contribuinte em tributos, tinha que adaptar aos tempos atuais, redefinindo as suas condições para continuar existindo, exatamente como estão fazendo as famílias e as empresas.
As famílias estão dando o grande exemplo para os gestores!
Os chefes de família estão se desdobrando, procurando alternativas, cortando despesas e buscando novas receitas para que o padrão de vida não modifique; os empresários estão cortando custos, trinando melhor as suas equipes; aprimorando o seu processo de compras e, de todas as formas, buscando a eficácia das suas ações.
Por que o Estado não faz isso?
Os prefeitos dos pequenos municípios, tão acostumados a viver no limite, já conhecem bem os termos carência e crise. Sabem que não poder oferecer emprego, não poder contratar e não fazer o até o que precisa ser feito; as dificuldades agora são para os demais prefeitos e os governadores e suas respectivas equipes.
Por que é muito difícil para estes dirigentes?
O clientelismo ou a “tal” da governabilidade são mais fortes do que às necessidades da população?
Por que construir um estado fantasioso, ou um município fantasioso, onde os problemas são jogados para debaixo dos tapetes, sem tentar encontrar as soluções para os problemas?
Os governantes do Amapá vivem essa crise de identidade, dando a impressão que não percebem o que está acontecendo, a não ser no final do mês quando soma as colunas da receita e da despesa e vê, de olhos arregalados, que as despesas estão maiores que as receitas.

Um choque de realidade é necessário para salvar o resta, inclusive a raspa da confiança da população em seus dirigentes.

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