sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A sociedade desesperançada

Rodolfo Juarez
Estamos vivendo um período da historia do Amapá onde os objetivos não são definidos, os gestores estão sem rumo e a população observando que, com esse modelo de gestão, as perspectivas não existem.
Noutros tempos, quando ainda nem éramos território federal, tínhamos o grande plano de sermos uma unidade da Federação, com a população sendo tratada como uma sociedade que necessitava avançar no rumo do progresso.
O resultado desse objetivo foi criação do Território Federal do Amapá em setembro de 1943 e assim passamos 47 anos sempre sonhando em ser um Estado da Federação o que aconteceu com a Constituição de 1988 e o governo provisório de sete meses até a posse do primeiro governador eleito, o que aconteceu no primeiro dia do ano de 1991.
De lá para cá a população tinha o sonho de ver estruturado o Estado, com o pleno funcionamento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além dos órgãos auxiliares como o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público do Estado. Isso aconteceu.
Percebam: sempre um objetivo, sempre uma busca pela estruturação dos organismos que poderiam dar à sociedade a certeza de que valia a pena trabalhar e contribuir.
Evidente que nessa construção foram explorados vários modelos, várias ideologias. Algumas se fortaleceram, outras ficaram pelo caminho, descartadas pela sociedade, por não ter se adaptado às necessidades da população.
As organizações federais foram recepcionadas e se instalaram com estruturas preliminares, mas com planos e objetivos de crescimento. E isso aconteceu... Ai estão: a Justiça Federal, a Justiça do Trabalho, o Ministério Publico Federal, a Polícia Federal e outros organismos que completavam os objetivos definidos pela população.
Completamos 25 anos de emancipação política e, neste momento, estamos ao que parece, completamente sem rumo. Não está claro o que a sociedade quer para o futuro, a não ser que seja dado um basta na gastança em um Estado que se agigantou como resultado de uma obra que não teve acabamento e que ainda precisa de alguns ajustes para satisfazer as necessidades dela mesma.
O nosso conjunto estrutural já foi melhor. A sociedade já esteve mais satisfeita, mas agora debate-se em reclamações de todas as ordens, inclusive aquelas que jamais imaginaram proteger como, por exemplo, a certeza de que o servidor público não teria problema para receber os seus salários.
O mais grave é que o desmantelo que era localizado está se distribuindo pelas áreas mais sensíveis das administrações e que sempre receberam o carimbo de prioritárias como a saúde, a educação e a segurança pública.
Quando esse tripé não funciona, todos os comportamentos sociais são afetados, a desesperança toma conta da população e a agonia se instala nas administrações que muda a linguagem de planejamento para crise, escondendo a incompetência de uma equipe que pode estar até preparada para atuar individualmente, mas que se vê em um labirinto difícil de encontra as saídas e sem qualquer repartição de responsabilidade.

Os descuidos se transformam em erros e as esperanças desaparecem, inclusive naqueles que estão com a responsabilidade de mostra que o Amapá continua viável e ainda pode encontrar o rumo certo.

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