sábado, 3 de setembro de 2016

O desafio e para o eleitor

Rodolfo Juarez
Os acontecimentos dos últimos dias de agosto de 2016 entraram para a história brasileira contemporânea.
Depois de um massacrante processo jurídico-legislativo o Senado da República concluiu, sob a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal, a análise da denúncia formulada por juristas que apontavam crimes de responsabilidade cometidos pela presidente Dilma Rousseff, no exercício da Presidência do Brasil.
Depois da abertura do processo por autorização do presidente da Câmara Federal, os deputados analisaram o mérito da questão e, por maioria qualificada, autorizaram o prosseguimento do feito em uma sessão histórica em que os deputados fizeram de quase tudo, no momento da declaração do voto.
O caminho indicado foi o Senado Federal, onde, primeiramente se procedeu com a instalação de uma comissão especial que analisou e considerou pertinentes as acusações, transformando a denúncia externa em um documento interno do Senado, admitido por aquela instância, que assumiu também o papel de câmara de julgamento, agora presidida pelo presidente o Supremo Tribunal Federal.
Depois de uma longa sessão de julgamento o veredito, em forma de sentença, veio com a responsabilização da presidente pelos crimes indicados pelos denunciantes e a consequente condenação da presidente à perda do mandato. O placar de 61 pela condenação contra 20 pela absolvição definiu o entendimento dos senadores.
A principal consequência foi a posse do vice-presidente eleito em 2014, Michel Temer, para governar o Brasil pelos próximos 28 meses, enfrentando os desafios que vinham sendo adiados devido a interinidade.
Com desemprego em alta, atividade econômica em baixa, produto interno bruto negativo, inflação desafiando as metas oficiais e o país em insistente recessão, tem o novo presidente a incumbência de “virar o jogo”, mudar o disco e fazer o país voltar para o “trilho”, devolvendo ao povo a esperança que está em falta no cardápio de muitos nacionais.
Os problemas do governo central se interiorizam, invadem os governos estaduais e municipais devido a queda na arrecadação nacional que sempre foi um bom suporte para manutenção do equilíbrio orçamentário anual dos estados e dos municípios e que agora, além do natural encolhimento, influencia na arrecadação própria, por causa da falta de criatividade dos dirigentes estaduais e municipais.
Tem muita gente atrapalhada país a fora, mas tem muita gente se atrapalhando no Estado do Amapá que, pela pouquíssima prática de viver em realidades desafiadoras, não entenderam o que estava acontecendo, queimaram todas as reservas e agora se sustentam nas cinzas ou se debatem com os problemas sem encontrar solução.
Nos municípios, para colocar mais um ingrediente embaralhante, acontecem as eleições em meio às dificuldades. Surge ai os “salvadores da pátria” que, em verdade, são oportunistas que não sabem o que falam ou o que prometem, mas falam e prometem quase tudo.
O desafio é para o eleitor que tem neste curto espaço de tempo, a responsabilidade de escolher aqueles que irão administrar algumas “massas falidas” sem poder dela se desfazer para que o problema não aumente de tamanho.

A nenhum dos candidatos a prefeito está proibido ser honesto e competente.

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