Rodolfo Juarez
Os
acontecimentos dos últimos dias de agosto de 2016 entraram para a história
brasileira contemporânea.
Depois
de um massacrante processo jurídico-legislativo o Senado da República concluiu,
sob a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal, a análise da
denúncia formulada por juristas que apontavam crimes de responsabilidade
cometidos pela presidente Dilma Rousseff, no exercício da Presidência do
Brasil.
Depois
da abertura do processo por autorização do presidente da Câmara Federal, os
deputados analisaram o mérito da questão e, por maioria qualificada,
autorizaram o prosseguimento do feito em uma sessão histórica em que os
deputados fizeram de quase tudo, no momento da declaração do voto.
O
caminho indicado foi o Senado Federal, onde, primeiramente se procedeu com a
instalação de uma comissão especial que analisou e considerou pertinentes as
acusações, transformando a denúncia externa em um documento interno do Senado,
admitido por aquela instância, que assumiu também o papel de câmara de
julgamento, agora presidida pelo presidente o Supremo Tribunal Federal.
Depois
de uma longa sessão de julgamento o veredito, em forma de sentença, veio com a
responsabilização da presidente pelos crimes indicados pelos denunciantes e a
consequente condenação da presidente à perda do mandato. O placar de 61 pela
condenação contra 20 pela absolvição definiu o entendimento dos senadores.
A
principal consequência foi a posse do vice-presidente eleito em 2014, Michel
Temer, para governar o Brasil pelos próximos 28 meses, enfrentando os desafios
que vinham sendo adiados devido a interinidade.
Com
desemprego em alta, atividade econômica em baixa, produto interno bruto
negativo, inflação desafiando as metas oficiais e o país em insistente
recessão, tem o novo presidente a incumbência de “virar o jogo”, mudar o disco
e fazer o país voltar para o “trilho”, devolvendo ao povo a esperança que está
em falta no cardápio de muitos nacionais.
Os
problemas do governo central se interiorizam, invadem os governos estaduais e
municipais devido a queda na arrecadação nacional que sempre foi um bom suporte
para manutenção do equilíbrio orçamentário anual dos estados e dos municípios e
que agora, além do natural encolhimento, influencia na arrecadação própria, por
causa da falta de criatividade dos dirigentes estaduais e municipais.
Tem
muita gente atrapalhada país a fora, mas tem muita gente se atrapalhando no
Estado do Amapá que, pela pouquíssima prática de viver em realidades desafiadoras,
não entenderam o que estava acontecendo, queimaram todas as reservas e agora se
sustentam nas cinzas ou se debatem com os problemas sem encontrar solução.
Nos
municípios, para colocar mais um ingrediente embaralhante, acontecem as
eleições em meio às dificuldades. Surge ai os “salvadores da pátria” que, em
verdade, são oportunistas que não sabem o que falam ou o que prometem, mas
falam e prometem quase tudo.
O
desafio é para o eleitor que tem neste curto espaço de tempo, a
responsabilidade de escolher aqueles que irão administrar algumas “massas
falidas” sem poder dela se desfazer para que o problema não aumente de tamanho.
A
nenhum dos candidatos a prefeito está proibido ser honesto e competente.
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