Rodolfo Juarez
De
repente a Amazônia passou a ser um dos temas preferidos, nas discussões
preferidas, dos engravatados de gabinetes, baseados em informações de
“especialistas” que nunca vieram à esta Região, e transmitidas por importantes
meios de comunicação formal, parecendo muito mais interessados em zoada do que
em solução para qualquer problema. Impressões que ficam, principalmente para
aqueles que nasceram e vivem na Amazônia.
É
patética a defesa feita para imersão de dinheiro estrangeiro na Região através
de organizações não governamental, exatamente quando o governo brasileiro está
querendo assumir a responsabilidade pelo que acontece na região.
Imaginar
que uma ONG vai ser mais eficiente na fiscalização, no cuidar da preservação,
no equacionar da sustentabilidade da Amazônia é, no mínimo, acreditar em “papai
Noel” ou na “mula sem cabeça”. Ninguém, muito menos países precisando se firmar
economicamente, vai despender dinheiro para ser aplicado no Brasil, sem ter
interesses inconfessáveis para justificar, internamente, a sua “bondade”.
O
exemplo mais claro é o da Noruega cujo governo é o principal acionista da
multinacional Hydro Alunorte, produtora de alumínio, instalada no coração da
Amazônia, em Barcarena, no Estado do Pará, que usou uma tubulação clandestina
de lançamento de efluentes, não tratados, em um conjunto de nascentes do rio
Muripi, conforme atestou laudo do Instituto Evandro Chagas, do Ministério da
Saúde, provocando um aumento de 25 vezes o nível de alumínio quando comparado
com os índices máximo do sistema de controle do meio ambiente local.
O Hydro
Alunorte teve que providenciar, em caráter de urgência, o fornecimento de água
potável para as comunidades de Vila Nova e Bom Futuro, ocupando a Defesa Civil
do Estado que entrou para organizar a emergência humanitária. Aquela população
usava as águas que foram contaminadas para recreação, consumo e captura de
peixes.
Para se
ter uma ideia, a gravidade do potencial agressivo e do modo de contenção dos
rejeitos da Hydro Alunorte está confirmado o poder de destruição equivalente a
Mariana e, por causa disto, o Ministério Público Federal e o Ministério Público
do Estado do Pará enviaram àquela empresa documento que solicita que uma das bacias
da empresa seja imediatamente embargada.
Então:
são bonzinhos ou noruegueses quando querem influir, disfarçados de bons
preservadores, enviando dinheiro para o Brasil?
Primeiro
que o dinheiro que mandavam “em gotas” é apurado “em cachoeiras” na própria
Amazônia, e de forma irresponsável, querendo ludibriar a fiscalização,
canalizando rejeitos para nascentes de rios.
Rejeitar
esses disfarces é uma das primeiras medidas. Ainda faltarão as compensações
pelos problemas que causa à natureza e ao povo da Amazônia. Dizer que tem
planos de mandar 3 bilhões para a preservação da Amazônia é querer sugar o que
resta, ainda com mais irresponsabilidade.
Enquanto
isso; estados da região estão vendo piorar a qualidade de vida de seu povo, com
enfraquecimento de suas economias, como está acontecendo com os estados do
Amapá e de Rondônia, que foram rebaixados em suas “notas” saindo da
classificação B para a classificação C e, assim, ficar impedido de obter
garantias da União.
Chegou
a hora da bancada da Amazônia entrar em ação e mostrar para o resto do Brasil
que tem competência e condições para dizer o que é bom para a Amazônia, para o
Brasil e para o Mundo.
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