Rodolfo Juarez
O primeiro semestre
de 2022 passou e começamos o segundo semestre pedindo a Deus e a todos,
condições para que se viva estes seis próximos meses com um mínimo de
dignidade.
Não me refiro aos
que estão bem de vida. Falo daqueles que estão morando em invasões, combatida
por todos, mas que deixam a população sem alternativa: ou mora em uma “casa” de
invasão, na ponte, ou mora na ponte, em uma “casa” de invasão.
O crescimento anual
da população macapaense se aproxima dos 15 mil habitantes, ou seja, um bairro
por ano.
Mas onde?
A prefeitura do
município não tem plano de reserva de área para receber esses novos moradores
que para aqui vem, em sua maioria, adultos e precisando onde morar. O costume
de ir à prefeitura para receber orientações acabou. Por lá, na prefeitura
municipal, esse tema nem é discutido com os técnicos e o Cadastro Técnico tem
finalidades onde, nenhuma se volta ao atendimento das necessidades de espaço
para construção de moradias.
E, não faz muito
temo, a Prefeitura de Macapá, mantinha uma unidade para oferecer para escolha
dos migrantes, três modelos de casa, que chamava de Tipo 1 (duas águas) Tipo II
(quatro águas) ou mista (três águas).
Agora se deixou de
pensar nisso devido à especulação imobiliária que continua construindo
condomínios para moradores que ficam longe dos seus locais de trabalho, e como
não tem transporte público regular, apelam para o transporte individual, em uma
disputa no condomínio para saber quem tem o carro mais cara na garagem.
O público do
condomínio, a maioria dele, sai de uma casa que tinha no centro da cidade,
pensando em locar para um dos que precisam e transformar o aluguel da casa em
uma espécie de renta aditiva àquele que levou a adquirir uma casa em condomínio
na Rodovia Duca Serra, Rodovia JK, Rodovia do Curiaú, na Rodovia do Pacoval,
entre outros endereços.
O que chega em
Macapá precisando de moradia, fica na casa de parentes e de amigos, e na
primeira oportunidade, integra uma equipe de invasão e, por onde der, marca um
terreno de 10 x 20, chama de seu, e começa a construir a sua moradia.
Em seguida “puxa”
energia, “puxa” água e pede a ponte que, agora, passou a ser objeto de troca
com os moradores com a proposta: “se votar em mim ou em quem eu mandar, garanto
a ponte”; se não votar em mim ou em quem eu mandar “a ponte não será
construída”.
Uma troca injusta,
uma cobrança indevida e um comportamento fora de qualquer propósito. Mas parece
que esse é o plano de expansão que a prefeitura de Macapá tem para os 15 mil
novos habitantes que aqui vêm morar a cada ano.
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