quinta-feira, 26 de junho de 2025

COP30 tem cúpula de chefes de Estado antecipada para 6 e 7 de novembro

Rodolfo Juarez

O governo brasileiro decidiu que a cúpula de chefes de Estado da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, será antecipada e está confirmada para acontecer nos dias 6 e 7 de novembro de 2025, quinta e sexta-feira, em Belém, capital do estado do Pará.

A decisão foi informada pelo secretário extraordinário para a COP 30, Valter Correia, que destacou a importância de realizar a abertura com mais tranquilidade e organização. 

Segundo o secretário a cúpula faz parte da COP, e a antecipação é uma decisão dos organizadores brasileiros para ter tempo de uma reflexão mais aprofundada, sem a pressão da rede hoteleira ou da cidade, além de ajudar na organizar da abertura do evento.. 

A Cúpula faz parte das atividades oficiais da Conferência, que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro, e colocará o Brasil no centro das discussões globais sobre mudança do clima. O governo federal, em conjunto com os governos do Pará e Belém, trabalha para garantir infraestrutura e acomodações adequadas aos participantes durante os onze dias de evento.

A COP30, prevista para acontecer de 10 a 21 de novembro deste ano, reunirá líderes mundiais, cientistas, ativistas e representantes de diversos setores para discutir e buscar soluções para as mudanças climáticas, um dos maiores desafios atuais da humanidade.

Mas, afinal, o que é a COP e porque ela é tão falada e tão importante?

A COP é um evento anual que reúne países signatários da UNFCCC para negociar acordos e políticas globais de combate às mudanças climáticas. Desde a primeira edição, em 1995, as COPs têm sido palco de decisões importantes, como o Protocolo de Kyoto, em 1997, e o Acordo de Paris, em 2015, que estabeleceu a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis da época pré-industrial.201.

No entanto, pelo que se vê na prática, os compromissos assumidos até agora não têm sido suficientes. Segundo dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) publicados em 2023, o mundo já aqueceu 1,1°C e os efeitos são visíveis: ondas de calor, secas, enchentes e furacões mais intensos e frequentes. Se a comunidade mundial não agir rapidamente, os impactos previstos serão catastróficos.

Por outro lado, o aumento da temperatura não está apenas nas medições realizadas ao redor do mundo. Durante o Carnaval deste ano, se percebeu com facilidade esse fenômeno: as temperaturas nos primeiros dias de março ficaram acima da média.

Belém, com mais de 400 anos de história, Belém, é um importante centro cultural, econômico e logístico da Amazônia.

O Brasil, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, conforme carta da presidência brasileira da COP30, busca fortalecer o multilateralismo, conectar a sociedade civil e acelerar a implementação do Acordo de Paris, destacando a importância da cooperação internacional, da ciência e da conservação das florestas para combater a mudança do clima.

 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Apesar da enfermaria beira-leito, os pacientes renais crônicos continuam invisíveis no Amapá

Rodolfo Juarez

Desde o dia 12 de junho deste ano de 2025, o Hospital de Emergência (HE) Dr. Oswaldo Cruz, que pertence ao Governo do Estado do Amapá, dispõe de uma enfermaria do tipo beira-leito, para atendimento de pacientes que dão entrada no HE com crises renais ou são pacientes renais crônicos de uma das clínicas de hemodiálise com endereço em Macapá ou Santana.

A enfermaria beira-leito conta com 4 leitos e está equipada com quatro máquinas de hemodiálise de última geração e têm a gestão privada da empresa Clínica Uninefro, segundo informações de fontes da Secretaria de Estado da Saúde do Governo do Estado.

A enfermaria beira-leito, também chamada de atendimento ou cuidado à beira leito, refere-se ao conjunto de ações e procedimentos realizados diretamente no leito do paciente, com o objetivo de prestar assistência integral e personalizada. Isso inclui a administração de medicamentos, monitoramento de sinais vitais, avaliação do estado clínico e outras intervenções de enfermagem, tudo focado na interação direta com o paciente e na otimização do seu cuidado.

O atendimento beira-leito busca abranger todas as necessidades do paciente, desde a avaliação clínica até a administração de tratamentos e a promoção do bem-estar. O enfermeiro, ao atuar à beira leito, estabelece uma relação mais próxima com o paciente, o que facilita a comunicação, a identificação de suas necessidades e a adaptação do cuidado. 

A assistência beira-leito envolve a aplicação do processo de enfermagem, que inclui a avaliação, o planejamento, a implementação e a avaliação da assistência prestada ao paciente. Sistemas informatizados, como o beira-leito, auxiliam os profissionais de enfermagem na coleta, armazenamento e organização de dados do paciente, otimizando a tomada de decisões e a segurança do tratamento. 

O atendimento beira-leito pode levar a melhorias na qualidade da assistência, na satisfação do paciente, na segurança do tratamento e na eficiência do trabalho da equipe de enfermagem. 

Em resumo, a enfermaria beira-leito representa uma abordagem centrada no paciente, onde o cuidado é prestado de forma mais próxima, personalizada e eficiente, utilizando a tecnologia para otimizar o trabalho da equipe de enfermagem e promover a segurança do paciente.

O Hospital de Emergências (HE) Dr. Oswaldo Cruz, em Macapá, é conhecido por atender casos de alta complexidade, incluindo ortopedia, neurocirurgia, oftalmologia e AVC. Além do atendimento clínico geral.

O hospital funciona 24 horas por dia, incluindo fins de semana. O HE também é focado em casos de urgência e emergência, e recentemente passou por reformas, ampliações e melhorias na estrutura, funcionalidade e atendimento. 

Em relação à classificação de risco, o HE utiliza a metodologia internacional de cores (vermelha, laranja, amarela, verde e azul) para determinar a ordem de atendimento.

A disponibilização de uma enfermaria do tipo beira-leito destinada ao atendimento dos pacientes renais, eventuais ou crônicos, é um bom avanço no oferta do serviço do sistema de saúde pública no Estado do Amapá, entretanto, é importante lembrar que a hemodiálise, a hemodiafiltração, a dialise peritonial não oferecem a cura, mantêm vivo o paciente na espera de um transplante de rim.

Na nomenclatura médica, entretanto, é pacífico o reconhecimento de que a hemodiálise, a hemodiafiltração e a dialise peritonial sejam reconhecidos como um tratamento utilizado para pacientes com insuficiência renal, tanto aguda quanto crônica, quando os rins não conseguem mais desempenhar suas funções de forma adequada.

Os pacientes renais crônicos, que vivem no Amapá, neste ano de 2025, já participaram de duas audiências públicas, uma na Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, no dia 13 de março e uma na Cãmara de Vereadores do Estado do Amapá, no daí 14 de maio, e ainda não viram concretizadas quaisquer das necessidades, ditas e reconhecidas como urgentes, no sentido de ativar os programas de interesses dos renais crônicos e de outros pacientes que necessitam de transplante de órgão aqui no Amapá.

Continuam os pacientes renais, que necessitam de transplante, invisíveis e desconsiderados, muito embora já sejam mais de meio milhar e contemplem o ocaso da vida sofrendo e sem perspectiva, se considerada as providências das autoridades responsáveis pela gestão da saúde no Estado do Amapá.

O Amapá é o único estado da Federação que não faz transplante. Os transplantados que moram por aqui, fizeram o transplante em outro estado. Todos os outros estados brasileiros, independente da região, realizam transplantes e operam os programas de Doação de Órgãos e de Transplante de Órgãos. Aqui, nada disso é feito! 

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Como foi a criação da Companhia Docas de Santana - CDSA

Rodolfo Juarez

Era o ano 2000, ano das eleições municipais em todos os municípios brasileiros, ano durante o qual seria conhecido o 4.º prefeito eleito para governar, como prefeito, o município de Santana. Naquele ano também seriam eleitos os 13 vereadores que formariam a 4.ª legislatura na Cãmara Municipal de Santana.

Pelo tamanho do colégio eleitoral do município, tudo ficaria resolvido no primeiro turno de votação que seria realizado no dia 1.º de outubro, dia das eleições em todo o Brasil.

Os eleitores da 6.ª Zona Eleitoral, exclusiva para Santana, já tinham elegido, até então, 3 prefeitos, 3 vice-prefeitos e os vereadores das 3 primeiras legislaturas.

Rosemiro Rocha Freires, Geovani Pinheiro Borges e Tadeu Medeiros foram, nessa ordem, os 3 primeiros prefeitos eleitos pela maioria dos eleitores, para gerir a Prefeitura de Santana.

Após a apuração dos votos, ainda no dia 1.º de outubro de 2000, o gurupaense Rosemiro Rocha (PL), tornara-se, pela segunda vez, prefeito de Santana, cargo que assumiu no dia primeiro dia de janeiro de 2001. Junto. Com Rosemiro, assumiu o cargo de vice-prefeito Redmilson Anselmo Nobre (PL).

Para a Cãmara de Vereadores de Santana foram eleitos: pelo PFL: Ranolfo Gato, José Vicente e Paulinho Melo; pelo PSDB: Josivaldo Abrantes e Claudomiro Guedes; pelo PL: Diogo Ramalho e Paulo Sérgio; pelo PSD: Mário Leonardo; pelo PT: Antônio Nogueira; pelo PCdoB: Roseli Matos; pelo PSB: Odenilson Marques; pelo PDT: Ester de Paula; e pelo PTdoB: Waldon Chaves, o Bada.

Nesse período havia entendimento da parte dos dirigentes da Companhia Docas do Pará (CDP) de que era oportuno discutir a mudança na gestão do Porto de Macapá, localizado em Santana, devido ao crescimento da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana, devido o aumento na movimentação de cargas no porto minério localizado em Barcarena, no Estado do Pará.

O Governo do Amapá, teria sido consultado e não demonstrara interesse na estadualização do Porto de Macapá.

Vinha eu do cumprimento de um terceiro mandato na Presidência da  Associação Comercial e Industrial do Amapá (ACIA) e tinha conhecimento da importância do Porto de Macapá para os empresários que estavam trabalhando com importados na Area de Livre Comércio de Macapá e Santana.

Nesse tempo, Jurandil Juarez, meu irmão, estava iniciando o 3.º anos de seu mandato de deputado federal. Jurandil Juarez tinha assento no Conselho de Autoridades Portuárias do Porto de Macapá e vinha trabalhando com emendas parlamentares que vinham possibilitando a construção do cais dois e dotando o Porto de Macapá com equipamentos modernos, além da ampliação do pátio de contêineres já existente na área do Porto.

Por tudo isso, era oportuno, naquele momento, criar uma empresa local para gerenciar os interesses do Porto de Macapá em Santana.

Amadurecia a ideia de ser criada, a exemplo da experiência do Pará, uma companhia docas, com o objetivo de gerir o Porto de Macapá. Feito a explanação ao prefeito Rosemiro Rocha, este deu o sinal verde para começar os trabalhos visando  a municipalização do Porto de Macapá.

O segundo passo era convencer os vereadores da oportunidade para analisar um projeto que objetivasse criar a Companhia Docas de Santana, através de uma proposta clara e objetiva e que, ainda, apresentasse claras condições de criação de emprego e geração de renda para os residentes no Município de Santana.

Foi assim que, no dia 19 de outubro de 2021, os vereadores da Câmara Municipal de Santana: Mario Leonardo, Antônio Nogueira, Rato, Diogo Ramalho, Roseli Matos, Ranolfo Gato, Coló, Odé, Vicente Marques, Ester de Paula, Paulo Matias, Paulinho Melo e Bada, discutiram, votaram e aprovaram, por unanimidade a Lei Autorizativa n.º 545/2001-PMD e, quando submetida ao prefeito, foi sancionada e publicada no Diário Oficial do Município.

Dez dias depois, no dia 30 de outubro de 2021, foi publicado, no Diário Oficial do Município, o Decreto n.º 459/2021, que constituía a Companhia Docas de Santana - CDSA, como uma empresa pública, com personalidade jurídica de direito privado. No mesmo decreto o prefeito Rosemiro Rocha, aprovava e mandava publicar o Estatuto Social da Companhia Docas de Santana - CDSA.

No dia 5 de novembro de 2001 foram nomeados e empossados, no Gabinete do Preito Municipal de Santana, para um mandato de dois anos,  os Conselheiros Titulares do Conselho de Administração: Edival Cabral Tork, Maria do Socorro Braga de Carvalho, Ivanildo Silva da Costa e Rodolfo dos Santos Juarez; Conselheiros Suplentes do Conselho de Administração: Almir Nogueira da Silva, Jaime Viana de Queiroz, Afonso Ligório Pereira Colares e Ailson Consta de Oliveira; Presidente da Diretoria Executiva: Rodolfo dos Santos Juarez; Coordenador Financeiro e de Orçamento da Diretoria Executiva, Ailson da Costa Oliveira.

Naquele di tomaram posse ainda os membros do Conselho Fiscal. Os titulares: Cezar Nazaré Alves de Souza, Maria das Graças Reis Gondim, Benedita Farias Furtado; e os suplentes: Ademir Guimar dos Santos, Mário da Silva Brandão e Leila Marina Silva da Costa.

Estava, assim, pronta a Companhia Docas de Santana para receber o Porto de Macapá, trabalho que iria envolver negociação política, negociação administrativa, desmembramento patrimonial e disponibilidade de equipe técnica para implantação dos processos e dos serviços que antes eram executados pela Companhia Docas do Pará e que, agora, passariam a ser exercidos pela Companhia Docas de Santana.

 

segunda-feira, 2 de junho de 2025

O tempo das eleições de 2026 está chegando.

O tempo das eleições de 2026 está chegando.

Rodolfo Juarez

Começou o mês de junho, o sexta mês do ano de 2025 e, daqui a 120 dias, no dia 4 de outubro de 2025, começa o ano das eleições regionais e nacionais.

Nas eleições regionais os eleitores aptos a votar, escolherão entre os diversos candidatos, quem vai ser o governador e o vice-governador do Estado a partir de janeiro de 2027, quais os dois senadores e seus respectivos suplentes, que assumirão o cargo junto com os 8 deputados federais também escolhidos pelo eleitor apto e que comparecer para votar no dia 4 de outubro e que tomarão posse no primeiro dia de janeiro de 2027 e, ainda, os 24 deputados estaduais, para serem os seus fiscais na composição do orçamento público e nos gastos públicos do Executivo e da da própria Assembleia Legislativa do Estado.

O voto no Brasil é obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os jovens de 16 e 17 anos. Nas eleições deste ano, a votação em primeiro turno ocorrerá no dia 4 de outubro de 2026, e o segundo turno, se houver, em 25 de outubro de 2026.

Estão aptos a votar nas eleições de 2026 eleitores que apresentam situação regular perante a Justiça Eleitoral. Ou seja, que não têm pendências que os impeçam de exercer o direito ao voto. Uma consulta ao site do Tribunal Regional Eleitoral ou ao site do Tribunal Superior Eleitoral pode informa, ao eleitor, se está ou não com pendências com a Justiça Eleitoral ou se está apto a votar.

 Aquele que estiver completando 16 anos no dia das eleições, isto é, no dia 4 de outubro de 2026, poderá tirar o título de eleitor e votar, muito embora tenha ao seu dispor a prerrogativa de exercer o direito de não votar.

Para um brasileiro nato ou naturalizado concorrer a um cargo eletivo, é necessário: ter nacionalidade brasileira, estar em pleno exercício dos direitos políticos, ser alfabetizado e filiado a um partido político. É preciso também ter idade mínima para o cargo pretendido, domicílio eleitoral na circunscrição e cumprir o alistamento militar obrigatório, quando se tratar de homem.

Para as eleições regionais de 2026 as idades mínimas para os cargos que estarão em disputa são: 30 anos, para os cargos de Govenador e Vice-governador; 35 anos para Senador e seus respectivos suplentes; 21 anos para Deputado Federal e Deputado Estadual. 

Para ser candidato a um dos cargos oferecidos nas eleições regionais é preciso ser filiado a um partido, mas não só isso, tem que se apresentar, perante ao partido ao qual é filiado, demostrar o seu interesse em ser candidato a um dos cargos oferecidos para escolha do eleitor, e ver o nome deferido na convenção do partido.

Na convenção partidária referida, na data escolhida pela direção do partido ao qual o candidato a candidato é filiado, ver seu nome aceito para a disputa do cargo escolhido, através da votação na forma selecionada pelos dirigentes do partido ao qual o pretendente é filiado.

Daí em diante deve o candidato acompanhar o registro da sua candidatura para as disputar os votos no dia 4 de outubro de 2026, o primeiro domingo do mês, conforma manda a Constituição Federal e a legislação eleitoral. A campanha, com regras não tão obvias, precisa ser executada com planejamento e zelo.

Independentemente do resultado da eleição, sendo ou não eleito para o cargo pretendido, o candidato precisa cuidar da prestação de contas, uma obrigatoriedade indelegável para considerar, na prática, o ciclo encerramento.

  

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Ministra de estado deixa, aborrecida, sessão em Comissão Permanente do Senado

Rodolfo Juarez

Na terça-feira, dia 27/05, no decorrer de uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, houve registros de embates entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), e parlamentares da região Norte, quando o assunto discutido estava centrado no projeto de pavimentação da BR-319.

A BR-319, ou Rodovia Álvaro Maia, é uma rodovia federal que liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia, com cerca de 885 km de extensão. É a única via terrestre que interliga esses dois estados e é considerada crucial para o transporte de pessoas, cargas, alimentos e medicamentos. 

Atualmente, a BR-319 está em estado de degradação e não é totalmente pavimentada, especialmente o trecho central da rodovia. Interliga 22 municípios por entre a floresta amazônica, na região entre os rios Madeira e Purus. A rodovia foi inaugurada em 1973, no contexto de colonização da Amazônia e desativada por volta de 1988.

Em 2005, o governo federal anunciou a recuperação da rodovia por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas alegações de inconsistências nos estudos e relatórios de impacto ambiental acabaram por dificultar o processo de licenciamento ambiental.

A região de influência da BR-319 totaliza cerca de 553 mil km², com população estimada em um milhão e trezentos mil habitantes, dos quais 70% vivem em áreas urbanas. Embora existam diversas lacunas nas informações científicas, sabe-se que se trata de um território altamente biodiverso, com altos índices de endemismo de espécies e marcante presença de populações indígenas e ribeirinhas.

O que aconteceu na Comissão de Infraestrutura do Senado lembra as lutas dos representantes do Estado do Amapá, eleitos para o Senado e para a Câmara Federal, no que se refere à conclusão das obras na BR-156, também uma rodovia federal brasileira e de integração socioambiental.

A rodovia BR-156 atravessa o estado do Amapá, ligando Macapá a Oiapoque e a Laranjal do Jari, com 823 km de extensão. Considerada uma rodovia essencial para a integração e o desenvolvimento do Amapá, tem tido, igualmente à BR-319, dificuldades para atender às exigências ambientais, mesmo constando dos programas federais de indução ao desenvolvimento, como o PAC 1, o PAC 2 e do Novo PAC.

Os parlamentares amapaenses estão, nesse momento, em outro embate com as autoridades do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama, sob a orientação da ministra Marina Silva, com relação ao fornecimento das licenças para que a estatal Petrobrás conclua os estudos que visam a exploração de petróleo na costa do Amapá.

Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente, atuou como professora na rede de ensino secundário e engajou-se no movimento sindical. Foi companheira de luta de Chico Mendes e com ele fundou a Central Única dos Trabalhadores do Acre (CUT-AC), em 1985, da qual foi vice-coordenadora até 1986.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Governo Federal, a audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, à qual ela havia sido chamada para falar da criação de áreas de conservação na região Norte. O senador Plínio Valério (PSDB-AM), ao cumprimentar Marina, afirmou que desejava "separar a mulher da ministra", porque a mulher "merecia respeito" e a ministra, não.

A reação da ministra foi um imediato pedido de desculpas por parte do senador amazonense, como não houve o pedido, ela deixou a sessão, deixando também para depois, questões de interesse da população e do desenvolvimento da região..

Dar as costas para os interesses das pessoas e dos desenvolvimentos da região tem sido um comportamento repetido, desta vez as alegações foram de ofensas e misoginia, questões pessoais e nada de interesse social ou econômico.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

CBF tem novo presidente

Rodolfo Juarez

No domingo, dia 25 de maio de 2025, 26 das 27 federações estaduais de futebol, 10 dos 20 clubes da série A e 10 dos 20 clubes da série B, através dos seus respectivos presidentes, compareceram e votaram definindo a eleição do novo presidente da Confederação Brasileiro de Futebol (CBF).

O colégio total de votantes da CBF é de 27 federações estaduais, com o voto de cada uma valendo 3 (três); 20 clubes da série A, com o voto de cada um valendo 2 (dois) e 20 clubes da série B, cada voto valendo 1 (um).

Samir Xaud foi eleito presidente da CBF por 46 eleitores, sendo 26 federações e 20 clubes, 10 da Série A e 10 da série B.

O total do corpo eleitoral da CBF é de 67 membros, os quais há dois meses, aclamaram Ednaldo Rodrigues por unanimidade.

 

Entre as federações, só a Federação Paulista, que tem como presidente Reinaldo Carneiro Bastos não votou. Com isso se esperava uma votação 108 votos de um total para pleno colégio de 141 votos, o que equivale a 76,59%. de  78 votos das 26 federações + 20 votos dos 10 clubes da série A presente  e + 10 votos, dos 10 clubes da série B presentes.

Se pode afirmar, assim, que a eleição de Samir Xaud para presidente da CBF foi marcada pelo esvaziamento dos clubes de elite. Em troca, houve presença de familiares dos novos cartolas da CBF, lotando o plenário onde se realizou a votação.

Os clubes da Série A que vieram e votaram na eleição de domingo: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Ceará, Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras, Santos, Vasco e Vitória. Os clubes da Série B que apareceram e votaram na eleição: Amazonas, Athletic, Avaí, CRB, Criciúma, Operário, Paysandu, Remo, Vila Nova, Volta Redonda.

A CBF atravessa um histórico recente de problemas institucionais. Nos últimos anos, ex-presidentes como Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo se afastaram ou foram banidos do futebol por denúncias de corrupção ou assédio, o que fragilizou a credibilidade da entidade.

O histórico dos últimos presidentes da CBF recomenda pelo menos mudanças profundas nos procedimentos e na forma de gestão, senão vejamos:

Ednaldo Rodrigues foi o 5º presidente da CBF a ser removido do cargo nos últimos 7 mandatos. Apenas Coronel Nunes, que ocupou a presidência interinamente entre 2017-2019 e em 2021, não foi afastado.

Ricardo Teixeira comandou a CBF de 1989 a 2012, renunciou alegando problemas de saúde e depois foi banido pela Fifa por receber cerca de US$ 8 milhões em propinas. José Maria Marin assumiu em 2012, mas foi preso na Suíça em 2015 no escândalo “Fifagate” e condenado nos EUA em 2017.

Marco Polo Del Nero presidiu a entidade entre 2015 e 2017, foi banido pela Fifa por corrupção e afastado preventivamente. Rogério Caboclo liderou de 2019 a 2021, mas foi afastado após denúncias de assédio, as quais ele negou.

Embora sem interferir diretamente no pleito, Fifa e Conmebol acompanharam de perto o processo, especialmente diante do risco de intervenção judicial ou de conflitos entre clubes e a Confederação, como já aconteceu em outras federações nacionais pelo continente.

O presidente da CBF, logo no dia seguinte à eleição, acompanhou  a primeira convocação da Seleção Brasileira por Carlo Ancelotti, o novo técnico.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Como torcida desorganizada aplaudindo derrotas, defeitos e erros

Rodolfo Juarez

A polarização direita-esquerda que está alimentando a política, a gestão, a administração e as decisões públicas, socialmente instalada no Brasil há algum tempo, vem prejudicando o desempenho das autoridades em suas funções públicas e o resultado prática alcançado pelas administrações públicas em todos os níveis, levando a população ao enfrentamento desvantajoso dos preços das mercadorias e dos serviços, muito devido a uma taxa de juros incomum e uma inflação que, sem controle prático, assusta a todos, mas, principalmente aqueles que têm menos condições financeiras.

Essa situação deságua no que pode ser chamado de polarização ideológica que, quando se refere ao aumento da distância entre diferentes grupos de indivíduos, especialmente no contexto político e social, com base em crenças e opiniões divergentes. 

Isso significa que as pessoas tendem a se afastar de opiniões mais moderadas e a se aproximar de extremos opostos, criando grupos com posições ideológicas cada vez mais distantes. 

A polarização ocorre quando a divergência de opiniões e crenças entre diferentes grupos políticos e sociais aumenta significativamente. Ao aumento concomitante da polarização há o aumento da distância, nascendo uma tendência para que o centro político onde, teoricamente, estariam as posições moderadas, seja menos representado.

Na polarização há uma tendência dos grupos de indivíduos se afastarem de opiniões intermediárias e se aproximar de posições ideológicas extremas, que sempre têm consequências significativas, como a dificuldade de encontrar pontos em comum para a resolução de problemas, o aumento de conflitos e a erosão da confiança nas instituições. 

Em resumo, a polarização ideológica é um fenômeno social que se manifesta quando as diferenças de opinião e crença entre grupos e indivíduos aumentam, levando a uma maior distância entre as posições ideológicas e a uma possível dificuldade de diálogo e consenso.

A importância do diálogo e o consenso em qualquer plano de gerência ou gestão é indiscutível, então, sem o diálogo e sem o consenso, nada feito, não se avança, por mais objetiva que seja uma proposta de desenvolvimento. Não há acordo, não há avanço e objetivo final não é alcançado.

Apesar do emaranhado de leis, o Brasil patina, muito devido a posição em que os grupos decisórios se colocam e, mais ainda, por esses grupos estarem se engalfinhando na busca de uma verdade que ninguém tem.

A população, que fica apenas na posição de expectadora, vira torcida desorganizada, aplaudindo as derrotas, os defeitos e os erros, procurando com isso punir aqueles que deixaram, de lado, a autoridade que lhe foi outorgada para, nas filigranas da Administração, da Constituição e das Leis, criar mais dificuldades, mais obstáculo, em nome de um procedimento que não serve para ninguém, até para o atolado ideológico pouco serve.