Rodolfo Juarez
Não faz tempo que
os brasileiros faziam questão de celebrar suas conquistas, festejar os
conquistadores e se mostrar disposto a se alinhar a uma definição que levava a
tudo isso ao civismo.
As pessoas definiam o civismo como uma prática
de valores e atitudes no cotidiano que demonstram respeito ao interesse
público, às instituições e normas da sociedade, e o amor à pátria. Um termo que
se entrelaça com a cidadania, designando o engajamento ativo do cidadão na vida
pública para o bem comum.
O civismo chegou a
abranger tanto manifestações simbólicas quanto ações práticas e até,
identificar aspectos que estavam no centro forte do civismo brasileiro, com o cumprimento
da legislação e das normas sociais como um aspecto fundamental do civismo,
essencial para a harmonia e o bem-estar coletivo.
Nesta linha havia
procedimentos que se refletiam no cuidado com o bem público e o patrimônio, com
a proteção do patrimônio histórico, cultural, ambiental e os espaços públicos,
como ruas, praças e instituições.
Esse cuidado se
estendia à valorização dos símbolos nacionais como a bandeira, o hino nacional
e as tradições históricas nacionais e locais. Havia dedicação aos interesses
públicos e a participação estruturada na vida coletiva e nos processos
democráticos, elementos-chave para o respeito, a interesse e a vontade de
celebrar cada momento que pudesse contribuir para o desenvolvimento humano.
Os mais saudosos
não perdem a oportunidade de destacar que havia a promoção de uma educação
cívica com possibilidades de desenvolver a reflexão, a urbanidade e a probidade
que, com forte componente ético era vista como essencial para formar cidadãos
conscientes.
Outros
qualificativos sociais, como empatia e urbanidade estavam sempre presentes nas
relações interpessoais e o respeito pelos limites dos outros, fatores
indispensáveis para uma convivência pacífica e civilizada.
Dessa forma o
cidadão brasileiro tinha vontade em exercer o direito e dever cívico de
participar das eleições, das comemorações nacionais como 7 de setembro, 15 de
novembro e 19 de novembro e das comemorações locais, como 13 de setembro, dia
da data magna do Estado do Amapá.
É dessa formação
cívica que nascia, para o cotidiano, atitudes como respeitar às normas e a
segurança coletiva, cuidar do espaço público e do meio ambiente, proteger o
interesse público e combater a corrupção.
Se pode dizer que
a população brasileira caminhava para além dos atos formais, através de uma
virtude que se manifestava na conduta diária do cidadão responsável e engajado
com o bem comum e os valores democráticos do país.
O que aconteceu
com tudo isso? O que aconteceu com o civismo?
Amanhã, 19de
novembro por exemplo, se comemoraria o Dia da Bandeira Nacional, hoje se
estaria esperando a população para demonstrar respeito e orgulho de um dos seus
maiores símbolos. Mas nada disso vai acontecer!
Aqui acola, como “ossos
do ofício” não como civismo, vai se ter declarações do que representa a
Bandeira Nacional.
A sociedade brasileira precisa mudar o rumo de seus interesses e o civismo pode ser o começo de muita coisa, inclusive resgate do amor e do respeito perdido pelo Brasil, seu povo e sua História.
