quarta-feira, 6 de abril de 2011

COMO UMA CORRENTE

Rodolfo Juarez

Apesar do processo de gestão de administração ser executado simultaneamente nas várias partes de um todo, por pessoas diferentes e, em regra, com conhecimento adequado às exigências daquele setor específico, ninguém pode esquecer que a administração é única e a gestão responsável pela qualidade do resultado.

O resultado, portanto, variará conforme a eficiência no processo de gestão e obediência aos princípios da administração e qualquer variação fora de controle pode trazer resultados indesejados, tanto para quem executa o trabalho como para aqueles que são os beneficiários do trabalho.

Na gestão pública a repercussão de qualquer desafinação é muito mais sentida do que na gestão privada. E as razões são evidenciadas pelas diversidades de objetivos e até mesmo, pelo gigantismo que tem a administração pública, mesmo em uma pequena unidade de gerência, ou um pequeno município da Federação.

Erra o gestor público que não afina a proposta de ação. Esse erro ganha maior repercussão quando a proposta de ação não considera os pontos frágeis da gestão, mesmo que, isoladamente, a proposta seja muito boa e faça parte da estratégia de gerência para aquele setor específico.

A própria administração estratégica já organiza as ações para que não haja desequilíbrio na oferta de operações, isto é, de pouco adianta ao todo, as ações que privilegiam um setor e não está entrelaçado com os outros.

Pode-se comparar a gestão dos interesses públicos a uma corrente, ou mais propriamente à capacidade de resistência dessa corrente, que é tão forte e tão resistente quanto cada um dos seus elos.

Então, de pouco adianta fortalecer um setor, ou o setor fortalecer-se, sem considerar a capacidade de resistência dos outros setores naquele momento. A corrente será tão forte quanto o mais fraco dos seus elos; ou seja, a gestão será tão eficiente quanto o menos eficiente os seus elos.

A construção da corrente precisa ser cercada de vários cuidados e um deles é o conhecimento que cada “elo” precisa ter do outro “elo”. E existe um momento próprio para isso que se passar sem ser considerado, a “corrente” será desconhecida na sua estrutura e ninguém sabe quando e nem onde vai arrebentar.

A corrente é o plano de gestão.

Ignorar o plano de gestão é um erro grave e que trás consequências para todos. Na administração pública, principalmente na gestão dos interesses da União, de cada Estado e de cada Município, a “corrente” é o plano estratégico. Cheio de pequenas partes (elos) que precisam ser conhecidas de todos e tão resistente quando a necessidade da União, do Estado ou do Município.

É importante que esse conceito invade os órgãos, os departamentos, as divisões, os serviços e as ações programadas que o gestor público, dentro do elo, necessite executar, de forma isolada ou com participação de setores equivalentes e que tenham o mesmo objetivo.

É claro que a tática para execução do plano estratégico de uma gestão varia conforme o momento, que depende do tempo, da capacidade econômica, da expectativa da população. Ignorar esses pontos é buscar a saída para o insucesso.

Isso quer dizer que os pontos fracos de uma administração variam conforme o tempo, a capacidade econômica e a expectativa da população. Cabe aos gestores conhecerem a real situação e intervir conforme a sua capacidade.

Rigor na acessibilidade quando o ponto fraco são os buracos é um erro.

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