terça-feira, 16 de agosto de 2011

O GOVERNADOR QUE GOVERNOU

Rodolfo Juarez
Desde domingo que um assunto domina as discussões em Macapá e em todo o Amapá - a morte de Annibal Barcellos – o governador que governou.
Indiscutivelmente é o governador lembrado, pelos amapaenses como: realizador, tocador de obras, trabalhador, popular, administrador e sempre disposto a entender o que a população mais pobre queria, a população remediada exigia e a mais abastada desconfiava.
São muitos os fatos que marcaram a sua passagem pelo Governo do Amapá, os quais que os seus sucessores têm encontrado dificuldade para superá-los nas realizações e nas decisões que tomou enquanto governador.
Barcellos entendeu a vontade da maioria da população dos anos oitenta e anteriores que era em transformar o Território Federal do Amapá em Estado do Amapá. Alinhou-se a esse pensamento e, nessa linha, enfrentou a ira de alguns contrários à tese, que temiam perder as facilidades que, pessoalmente, tinham por aqui.
Quando teve a oportunidade de ficar bem perto daqueles que tomariam a decisão sobre a transformação, lá estava ele, como deputado constituinte, informando aos representantes de outras partes do Brasil, que o povo do Amapá, em sua grande maioria, queria a transformação logo no corpo da nova Constituição Federal.
Desde 1979, quando chegou ao Amapá, não demorou entender o que a maioria da população queria e passou a definir um plano geral que admitisse a preparação para a mudança, que ocorreu no dia 5 de outubro de 1998 e se instalou no dia 1º de janeiro de 1991.
Agora, o Estado do Amapá, alinhado com a divisão política do resto do Brasil, entregava ao seu povo o direito de escolher o seu governador e vice-governador, os seus 3 senadores, os 8 deputados federais e os 24 deputados estaduais. Uma novidade que assustava alguns, mas que representava o desejo atendido da maioria da população.
Logo no primeiro teste da nova agenda política para o Amapá a população entregou para Annibal Barcellos o cargo de governador, uma espécie de reconhecimento por tudo o que havia acontecido em passado recente.
A consolidação teria que ser feia com a participação direta da sociedade, através de seus representantes, os deputados estaduais, que já tinham compreendido porque fora importante, por exemplo, a construção do prédio da Assembléia Legislativa do Estado do Amapá tempo antes.
A forma do novo estado seria alinhada na Constituição Estadual do Estado do Amapá e foi o primeiro trabalho conjunto que durou quase um ano, até ser promulgada no dia 20 de dezembro de 1991.
Enquanto o Estado do Amapá era definido todas as frentes trabalhavam sob a orientação do governador para que, logo depois da promulgação da Constituição Estadual houvesse a instalação de todos os Poderes do Estado.
E foi o que aconteceu.
Toda essa especial ocupação não deixava Barcellos sem o tempo para a participação intensa na vida social local, bem próximo da população, onde sempre dizia que ia buscar informações importantes para priorizar as medidas governamentais.
Tinha uma certeza: o Estado é virtual e o Município é real, ou seja, para se chegar diretamente ao povo, se deve partir das condições que o povo vive no seu endereço e procurar melhorar sempre.
A morte de Barcellos pode agora desinibir os governantes e fazer com que eles saiam do acanhamento com que vêm gerindo o Estado do Amapá.

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