quinta-feira, 25 de agosto de 2011

TEMPO PERDIDO

Rodolfo Juarez
Desde o começo da semana que o presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, José Ramalho, vem se esforçando para encontrar uma forma de dizer que não teve sucesso nas tentativas de “salvar” a empresa quando já havia consenso, entre os próprios funcionários da Companhia, representados pelo sindicato da categoria, de que a federalização era o melhor caminho.
Apesar do esforço do presidente, a população já percebeu que tudo não passa de uma tentativa de justificar o fracasso que foram todas as negociações e todas as iniciativas tomadas aqui, simplesmente porque já não havia mais o que fazer.
Depois de ter assumido a empresa logo no primeiro dia do ano, o presidente José Ramalho imaginou um cenário onde caberia a mensagem que foi usada em alguns momentos da campanha eleitoral realizadas nos meses de julho, agosto, setembro e outubro do ano passado, quando chegaram a afirma que a “CEA era um patrimônio do povo e que, por isso, não seria aceito a federalização e muito menos a caducidade”.
Mas a caducidade já estava pedida desde 2007.
De lá para cá foram tantas viagens, tantas reuniões, tantas estratégias, tantas promessas, tantas tentativas e, mais uma vez, foi criado um grupo de trabalho para, mais uma vez, analisar o caso.
Apenas uma forma de ganhar tempo.
Passaram-se estes oito primeiros meses do ano e nada modificou, a não ser as desculpas que passaram a ter novo tom e nova cor: amarelada demais que nada tem a ver com o amarelo do PSB e, ao contrário, tudo a ver com as desculpas dadas pelos outros gestores da empresa, principalmente desde quando a CEA passou a ser um “território” dominado pela facção do PT comandado pela deputada federal Dalva Figueiredo.
Mas até onde o presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, José Ramalho, pretende ir tentando disfarçar o insucesso de suas investidas em Brasília, prometendo o que não podia prometer e arriscando uma proposta que já estava aceita – a federalização da empresa?
Além do tempo perdido em um dos setores mais nervosos do Estado, o da energia elétrica, as atrapalhadas ações atrasaram a decisão, pois, ao que perece, as autoridades federais do setor estão levando os atuais dirigentes da CEA até ficar sem fôlego e desfalecidos sem condição de reagir para anunciarem a medida final.
Não teria sido bem mais prático aceitar a realidade e finalizar o sofrimento?
Claro que seria. Mas não, os dirigentes optaram por alternativas que já tinham sido eliminadas anteriormente, fazendo propostas impossíveis de serem seguidas e gastando o já escasso dinheiro da empresa pagando as caras despesas de viagens sucessivas e repetidas a Brasília.
Agora o presidente está apresentando uma partilha onde o Governo do Estado fica com uma parte da responsabilidade da dívida e o Governo Federal fica com a outra. Até os Municípios de Macapá, Mazagão, Calçoene, Amapá e Oiapoque, não são citados, mas eles também são sócios da CEA, muito embora só sejam chamados para assinar as atas das reuniões. A participação é pequena, mas importante até para dividir as dívidas. E, mesmo sendo pequena a parte da dívida que toca para os municípios, elas são grandes para serem assumidas.
O caminho da federalização apresenta a repartição de tudo, inclusive do comando da empresa, e não precisa pagar 400 milhões de reais ou mais, para ter esse direito, pois, do contrário seria a caducidade, essa sim, um decisão radical em que a CEA ficaria sem função e o contribuinte com todos os prejuízos.

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