quinta-feira, 4 de agosto de 2011

PLANO BRASIL MAIOR

Rodolfo Juarez
As recentes medidas tomadas pela presidente Dilma Rousseff e que resultaram no lançamento do Plano Brasil Maior, com o objetivo de combater a forte desvalorização do dólar e a consequente avalanche de produtos importados no Brasil, tem o objetivo de proteger a indústria nacional.
O anúncio do governo federal contempla uma série de medidas para compensar as perdas do setor que desde o ano passado vem enfrentando dificuldades e sendo atingido diretamente pelas medidas econômicas para o enfrentamento da inflação e contenção de gastos da população, com o aumento da taxa básica de juros que é administrada pelo Banco Central do Brasil.
Prometido para os primeiros 100 dias de gestão, o projeto chegou tarde e, para muitos empresários, o plano é insuficiente para devolver a competitividade às fábricas brasileiras, sobretudo às exportadoras.
As limitações foram reconhecidas pela própria presidente Dilma Rousseff que entendeu a gravidade da situação chegando a declarar que não tem a pretensão de, com o pacote, resolver o problema. Garantiu, entretanto, que a medida é apenas um primeiro passo, muito embora um passo importante e caro.
Ao todo, o plano custará R$ 25 bilhões em renúncia fiscal, valor que será concedido ao setor produtivo na forma de incentivos nos próximos dois anos.
O Plano Brasil Maior é uma tentativa de o governo compensar os prejuízos das empresas exportadoras com o real valorizado.
Dados da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, divulgados esta semana mostram que 48% das empresas nacionais que vendem sua produção no exterior, perderam participação no mercado em 2010.
É preciso proteger a economia nacional e também os empregos. Neste momento é imperativo defender a indústria brasileira e as exportações para que se garantido o curso normal do desenvolvimento que levou o Brasil, recentemente, à 7ª economia do mundo.
Na opinião dos empresários o novo pacote é apenas um alento. Ele não reúne os elementos capazes de melhorar a competitividade do setor produtivo. Embora bem estruturadas, as medidas anunciadas não passam de café requentado.
Várias dessas medidas já foram anunciadas anteriormente, como ocorre em toda mudança de governo ou troca de ministro. A indústria só viu o anúncio de resoluções, mas até agora não houve nada na prática.
A preocupação dos empresários se justifica pelos sustos a que estiveram sujeitos no primeiro semestre com problemas nas economias dos Estados Unidos, com o Dólar, na Europa, com o Euro.
Por aqui, mesmo não sendo diretamente afetados pelo Plano Brasil Maior, afinal de contas não temos indústria para defender, haverá oportunidade para o consumidor preferir, dependendo do preço, os produtos importados, que por causa da área de livre comércio, têm a porta destrancada para a entrada dos importados.
O importante é que o setor público compreenda o que está acontecendo e não imagine que as coisas se resolvam por elas mesmas. Há tempo que isso não mais acontece, a não ser com prejuízos que podem liquidar as empresas e fulminar o emprego.
O Governo do Estado e os próprios empresários do setor industrial, precisam tratar a questão com profissionalismos, sustentado no conhecimento científico, sob pena de haver sacrifico exagerado para a população.

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