A RESERVA
Rodolfo Juarez
Basta alguém demonstrar que está
disposto a fazer alguma coisa pela cidade de Macapá que cai nas graças da
população.
Não se trata de nada administrativo ou
muito menos político e ainda, bem menos de tendência partidária. Trata-se, em
verdade, do amor que a população daqui tem por Macapá.
Não fossem os desleixados
administradores e, também, a vontade que têm em transformar tudo o que fazem
pela cidade em voto, certamente que Macapá estaria bem melhor tanto de aspecto
como de estrutura.
O período de abandono da cidade
prolongou-se por muito mais tempo do que poderia suportar e, agora, por
pequenas que sejam as intervenções, elas aparecem como uma promissora novidade,
um motivo para festas, voltar aos pátios das residências ou as janelas das
casas.
Isso é pura expectativa e muito mais do
que uma simples intervenção de melhoria em um ambiente que está maltratado e em
descompasso com as esperanças de todos aqueles que acostumaram com os cantos e
as proclamações das belezas macapaenses.
Todos concordam que já chega de ver os
visitantes reclamando da forma como Macapá está sendo tratada. Apesar de não
nos caber a imputação à população, tudo vem na direção da cidade, inclusive as
mazelas que resultam das administrações mal feitas ou dos entendimentos
distorcidos, tudo contribuiu para o resultado.
Percebe-se que ninguém mais fala na
falta do esgoto, da iluminação pública, dos passeios, das calçadas, das praças,
até da água tratada. Tudo isso está encoberto pelo manto das ruas maltratadas,
do meio fio desalinhado e desnivelado, sem qualquer linha d’água e sem a coleta
de águas pluviais.
É um estágio que precisa ser superado
urgentemente!
Alegar que não há dinheiro para realizar
as obras de recuperação, reconstrução e construção de vias é “chover no
molhado” muito embora, todos os anos os gordos orçamentos públicos sejam
aprovados, mesmo com as reclamações de que não há dinheiro para tudo o que
precisa ser feito.
Está claro que não dinheiro para tudo
ser feito, ou mesmo calculado para ser feito de uma vez só.
Ora, ninguém precisa ter a pretensão de
fazer dessa forma, de uma vez só, pois se assim fosse faltariam mão de obra e
material para realizar tudo o que precisa ser realizado nas ruas e avenidas,
desde o asfalto para a massa, até a tinta para a sinalização.
Note-se, por exemplo, que a Rua Mato
Grosso, alternativa para quem vem da zona norte para o centro da cidade,
precisa ser recuperada. No momento é uma das mais importantes vias da cidade e
em pior condição de utilização para o tráfego de veículos e mobilidade pelas
calçadas. É, portanto, aquela que precisaria receber as obras e a alegação de
que será feita pela prefeitura com dinheiro de emenda parlamentar está
contrariando os usuários da via, pois, a mesma história se repete, depois de
quatro anos.
Ainda com as ruas dos bairros mais
afastados e em situação muito pior do que as do centro, os moradores estão
usando as suas reservas de paciência para esperar pelas obras.
Não sabem, entretanto, até quando e onde
a reserva pode ir!
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