Rodolfo Juarez
Ainda não dá para dizer que as
dificuldades que a economia brasileira enfrenta estão influindo diretamente na
economia amapaense, muito embora, ninguém tenha dúvidas quanto à pequena
capacidade que a economia local tem para equilibrar os prejuízos decorrentes da
inflação e seus efeitos.
O dia dos pais, que ocorreu no domingo
passado, mesmo com a clara desistência de algumas empresas em arrojar-se para
aumentar as vendas, ainda está em avaliação e os órgãos vinculados às empresas
e entidades empresariais ainda não fizeram o balanço, muito embora as primeiras
informações não sejam animadoras.
Devido à falta de arrojo do consumidor
que foi às compras, com exceção de poucos setores, não fica difícil fazer uma
comparação com as outras datas consideradas importantes pelos empresários do
setor comércio.
A falta de arrojo do consumidor também
foi notada nos supermercados, açougues e feiras, onde os negociantes destes
setores ficaram esperando os fregueses que não vieram.
A partir dai começaram as especulações
como, por exemplo, aquelas de que o consumidor, temendo dificuldades futura e
atento ao comprometimento da renda e a aproximação do final do ano, evitou
aumentar a já comprometida capacidade de pagamento das famílias.
O pai ainda tem a maior parte do
controle das despesas das famílias amapaenses, mesmo quando é a mãe a principal
provedora financeira da família e, provavelmente por isso, tenha havia cautela
durante as compras e, em alguns casos, tenha preferido nem ir ao comércio.
A confirmação da impressão daqueles que
trabalham nos açougue vem do movimento havido nos pontos de venda de carne
fresca, bovina ou suína, quando não foi notado modificação no padrão de consumo
com relação aos finais de semana considerados normais.
Dizer que houve esvaziamento das
economias das famílias por causa do mês das férias ou início de aula, na
opinião da maioria dos que observam o movimento do consumo das famílias no
Amapá, não corresponde à realidade, pois nada de extraordinário houve no mês de
julho passado, quando se compara com os outros julhos dos outros anos
anteriores.
Mas cabe uma investigação para saber o
que aconteceu.
A desistência da data por parte de
alguns comerciantes já indicava o fraco volume de negócios devido o dia dos
pais, estimado em 22 milhões pelos analistas de mercado vinculados ao comércio,
pode ter sido um dos fatores preponderantes para que a estimativa não tenha
sido alcançada.
Os efeitos dos empréstimos consignados
são nocivos para esses momentos do calendário. Afinal de contas, antecipar as
receitas futuras comprometendo o salário, é um artifício que antecipa os gastos
e desequilibra as contas.
Os juros dos contratos novos se tornaram
mais fortes sobre as dívidas que o consumidor se acostumou a fazer, pois, não
houve a educação para o controle dos gastos, muito embora, em um determinado
período, nos dois últimos anos, a população e, principalmente, os funcionários
públicos, tenham sido incentivados a ir às compras sob a alegação de que haviam
sido retirados os impostos de vários produtos nacionais tendo, em consequência,
haveria a diminuição de preço, animando, assim, os consumidores a comprometer
os seus vencimentos através dos empréstimos consignados.
Mas é importante que os institutos
independentes que avaliam o mercado local, apresentem as suas conclusões e
indique à população o que deve ser feito para que a perspectiva atual, com
relação às compras de Natal, não dependa, exclusivamente, do décimo terceiro
salário que será pago em novembro e dezembro, esperado motor propulsor da
economia no final do ano.
O corte na circulação do dinheiro,
devido à antecipação dos salários, não pode ter influência com a significação e
importância que está tendo no mercado local.
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