segunda-feira, 12 de agosto de 2013

As consequências dos empréstimos consignados

Rodolfo Juarez
Ainda não dá para dizer que as dificuldades que a economia brasileira enfrenta estão influindo diretamente na economia amapaense, muito embora, ninguém tenha dúvidas quanto à pequena capacidade que a economia local tem para equilibrar os prejuízos decorrentes da inflação e seus efeitos.
O dia dos pais, que ocorreu no domingo passado, mesmo com a clara desistência de algumas empresas em arrojar-se para aumentar as vendas, ainda está em avaliação e os órgãos vinculados às empresas e entidades empresariais ainda não fizeram o balanço, muito embora as primeiras informações não sejam animadoras.
Devido à falta de arrojo do consumidor que foi às compras, com exceção de poucos setores, não fica difícil fazer uma comparação com as outras datas consideradas importantes pelos empresários do setor comércio.
A falta de arrojo do consumidor também foi notada nos supermercados, açougues e feiras, onde os negociantes destes setores ficaram esperando os fregueses que não vieram.
A partir dai começaram as especulações como, por exemplo, aquelas de que o consumidor, temendo dificuldades futura e atento ao comprometimento da renda e a aproximação do final do ano, evitou aumentar a já comprometida capacidade de pagamento das famílias.
O pai ainda tem a maior parte do controle das despesas das famílias amapaenses, mesmo quando é a mãe a principal provedora financeira da família e, provavelmente por isso, tenha havia cautela durante as compras e, em alguns casos, tenha preferido nem ir ao comércio.
A confirmação da impressão daqueles que trabalham nos açougue vem do movimento havido nos pontos de venda de carne fresca, bovina ou suína, quando não foi notado modificação no padrão de consumo com relação aos finais de semana considerados normais.
Dizer que houve esvaziamento das economias das famílias por causa do mês das férias ou início de aula, na opinião da maioria dos que observam o movimento do consumo das famílias no Amapá, não corresponde à realidade, pois nada de extraordinário houve no mês de julho passado, quando se compara com os outros julhos dos outros anos anteriores.
Mas cabe uma investigação para saber o que aconteceu.
A desistência da data por parte de alguns comerciantes já indicava o fraco volume de negócios devido o dia dos pais, estimado em 22 milhões pelos analistas de mercado vinculados ao comércio, pode ter sido um dos fatores preponderantes para que a estimativa não tenha sido alcançada.
Os efeitos dos empréstimos consignados são nocivos para esses momentos do calendário. Afinal de contas, antecipar as receitas futuras comprometendo o salário, é um artifício que antecipa os gastos e desequilibra as contas.
Os juros dos contratos novos se tornaram mais fortes sobre as dívidas que o consumidor se acostumou a fazer, pois, não houve a educação para o controle dos gastos, muito embora, em um determinado período, nos dois últimos anos, a população e, principalmente, os funcionários públicos, tenham sido incentivados a ir às compras sob a alegação de que haviam sido retirados os impostos de vários produtos nacionais tendo, em consequência, haveria a diminuição de preço, animando, assim, os consumidores a comprometer os seus vencimentos através dos empréstimos consignados.
Mas é importante que os institutos independentes que avaliam o mercado local, apresentem as suas conclusões e indique à população o que deve ser feito para que a perspectiva atual, com relação às compras de Natal, não dependa, exclusivamente, do décimo terceiro salário que será pago em novembro e dezembro, esperado motor propulsor da economia no final do ano.

O corte na circulação do dinheiro, devido à antecipação dos salários, não pode ter influência com a significação e importância que está tendo no mercado local.

Nenhum comentário:

Postar um comentário