domingo, 11 de agosto de 2013

Domicílio de mentira

DOMICÍLIO DE MENTIRA
Rodolfo Juarez
Os dirigentes dos partidos políticos e todos os demais agentes políticos com domicílio estão em um intenso período de negociação e conchavos, entre estes circulam alguns que buscam siglas para filiar-se com o objetivo de disputar o pleito de 2014, alguns de fora do Estado que avaliam ser mais fácil – ou barato -, buscar um mandato aqui no Amapá.
Repete-se, dessa forma, a imagem que algumas lideranças locais e outros “estrangeiros políticos” têm dos eleitores amapaenses, que estariam sempre dispostos a aceitar candidaturas alienígenas, sem discussão de propósitos a não ser aqueles que atendam aos interesses imediatos e muitos restritos.
Neste cenário cabem os chamados “partidos de aluguel” sempre disponíveis para serem usados por pessoas endinheiradas e que estão sempre dispostas a valer-se das benevolências das regras que permitem, por exemplo, a definição de um domicílio eleitoral sem qualquer exigência a não ser um endereço.
É claro que o eleitor é um importante agente do conjunto, mas, nessa conjuntura acaba sendo visto com menor importância do que aquela que realmente tem e para que isso aconteça são utilizados, principalmente pelos candidatos alienígenas, artifícios diversos e não raro ilícitos.
Corrigir esse defeito, na esteira da atual legislação é praticamente impossível, muito embora já se reconheça que são fortes as chances de ser uma representação popular desperdiçada no caso de eleição de um “estrangeiro”.
Até o dia 4 de outubro deste ano será assim. Os partidos serão assediados, os “donos” deles chamados a conversar e o eleitor sondado a participar de uma campanha que, de antemão se sabe ser turbinada por demonstração de pouco ação democrática e muito desrespeito à legislação eleitoral.
Quanto mais tempo de televisão, maior a possibilidade de ser assediado o dirigente partidário. E ele sabe disso. Até espera ser procurado em um descaramento que não combina com os princípios fixados na legislação eleitoral brasileira.
O eleitor, então, fica com a incumbência do filtro final. Precisa saber o que está acontecendo e o que aconteceu há um ano, quando o partido aceitou em suas fileiras filiações com objetivos individuais, definidos pelas avaliações de grupos políticos - ou não -, que concluem como seria mais fácil – ou barato -, alcançar uma vaga, nos parlamentos, representando o Amapá.
Essa falha no sistema eleitoral brasileiro, que o eleitor quer mudar, foi um dos temas que ganhou relevância no final do semestre passado quando os jovens foram às ruas de boa parte das cidades brasileiras e motivou a proposta ao Congresso Nacional de voltar as suas atenções para a Reforma Política.
O tema é atraente, mas contém detalhes que deixa com medo os congressistas que acreditam que mexer na regra do jogo pode significar mexer na possibilidade de renovar o mandato.
Enquanto isso os remendos são feitos na própria colcha de retalhos que é multicolorida, mal costurada e curta para cobrir todos os pês e as cabeças dos que têm a atribuição de modificar a regra atual.

A paciência dos eleitores está no limite e já não está aceitando, sequer as justificativas que os parlamentares apresentam para não votar e definir as novas regras para as eleições brasileiras, no conjunto de normas que formam a Reforma Eleitoral.

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