segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Do ponto de vista do eleitor

Rodolfo Juarez
É importante analisar a campanha política, a poucos dias das eleições, considerando o ponto de vista do eleitor.
Mesmo sendo o objetivo principal da campanha, os marqueteiros e os coordenadores da campanha insistem em pouco ou nada se importar com o que o eleitor está pensando e, obviamente, se ele está satisfeito com as mensagens e as promessas que são levadas na busca do voto na rua, no rádio e na televisão.
Os candidatos, os aliados, os partidos e as coligações recebem, como dádiva do processo, o espaço livre na rua, no rádio e na televisão para dizer o que entendem importante para motivar o eleitor a votar, e mais propriamente, votar de forma consciente neste ou naquele candidato.
Aparentemente, ou propositadamente, não é isso que acontece. As coordenações de campanha dão muito mais importância a uma adesão do que ao eleitor, a uma promessa do que a um programa; a um fato fortuito do que a um projeto.
Criam um ambiente hostil entre os militantes, fazendo de conta que ainda não esqueceram a máxima de que “os fins justificam os meios” e que em uma disputa política “só não vale perder”.
Estas duas máximas, condutoras do processo de militância, representam o que está sendo negado pela população de todo o Brasil nesta mudança que se demonstrar necessária na formação do grupo de representantes sociais e naqueles que recebem a incumbência de bem aplicar os resultados do que recebem dos tributos. A escolha daqueles que vai cuidar dos interesses da população, administrando os recursos, é que está em curso no momento.
Está claro que nem mesmo a administração dos 20 minutos de cada campanha, divididos em dois tempos de 10 minutos, estão sendo bem administrados, tanto que a repetição sistemática - e em profusão -, dos programas do horário eleitoral gratuito, está tornando repetitivo e provocando queda na audiência das emissoras.
Como o eleitor nada pode fazer restam-lhe duas alternativas básicas: ver o programa com o ânimo completamente adverso, ou desliga o aparelho de rádio ou de televisão e espera o horário passar.
A proposta teórica dos programas é dar a oportunidade para o candidato divulgue as suas propostas, explique o que vai fazer se for autorizado pelo eleitor a assumir o cargo de prefeito e de vice-prefeito, de forma que o eleitor possa projetar o futuro avaliando se é isso que quer.
Os candidatos, entretanto, dão ênfase para o passado, destacando o ruim e o péssimo e o eleitor sendo forçado a relembrar o ruim e o péssimo, sem ter espaço para avaliar o que interessa como a competência e a habilidade atual dos pretendentes.
Esse cenário desmotiva o eleitor, retira-lhe a vontade de participar e, em consequência opta por pagar as prendas decorrentes do fato de não comparecer para votar e, assim, não participar do processo de escolha.
As adesões dos perdedores da primeira parte da disputa precisam ser analisadas com cuidado, pois, sempre são “defuntos” que querem ser ressuscitados, mas também quer em troca o que eles chamam de “participação no governo”, uma vergonha sobre todos os aspectos, pois, o eleitor já o rejeitou deixando fora da disputa.

Como o processo eleitoral está sempre em busca de aprimoramento, quem sabe um dia isso seja rejeitado também pelas regras trabalhadas pelos organizadores das eleições.

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