domingo, 9 de outubro de 2016

O "velho" e o "novo"

Rodolfo Juarez
Desde o domingo do primeiro turno da eleição municipal, que o eleitor macapaense conhece os candidatos que continuam na busca dos votos necessários para ocupar o cargo de prefeito municipal de Macapá.
Também desde aquele momento uma corrida de velocidade, mantendo a tradição, se deu na busca de alianças com nomes que disputaram a eleição, mesmo aqueles que não conseguiram os cargos e até que não votam em Macapá, foram procurados para aderir a fase decisiva da eleição.
No primeiro momento o eleitor foi esquecido e não despertou a atenção dos concorrentes habilitados, demonstrando que muitos ainda não compreenderam o momento, apesar dos recados dados, de forma direta e objetiva, para alguns daqueles que esperavam obter um resultado e que saíram da apuração sem saber explicar o que tinha acontecido.
Aline Gurgel, Ruy Smith e Dora Nascimento foram escolhidos pelos eleitores para demonstrar que eles estão atentos, querendo alterar o quadro de mando. A começar pelos municípios.
Parece que as mal explicadas atitudes do deputado Vinícius Gurgel, o principal líder do grupo de apoio da candidata Aline Gurgel; as avaliações equivocadas do senador João Capiberibe, principal líder do grupo de apoio ao candidato Ruy Smith; e o menosprezo pelo que vem acontecendo, em todo o Brasil, a partir de Curitiba, onde se concentram as ações da Operação Lava-Jato, complicou a votação da candidata Dora Nascimento.
Nem mesmo o cenário mais desfavorável para os candidatos Ruy Smith e Dora Nascimento indicava que a votação dos dois – somadas -, seria inferior à votação do candidato Genival Cruz.
Isso mostra, entretanto, que o eleitor já começou a ser mais exigente, não se conformando mais com as promessas e com métodos já testados e que não deram certo.
O eleitor do segundo turno é o mesmo do primeiro turno e as campanhas serão mais densas, com mais tempo para expor os pontos positivos e negativos de cada um dos candidatos, e os que estarão na linha de apoio a cada um deles.
Está sendo desenhando uma disputa do “velho” contra o “novo”, apesar do candidato Gilvan não ser tão velho, e nem o candidato Clécio não ser tão novo. Mas pode ser assim classificado pelos principais apoiadores de um e de outro.
Senão vejamos:
Os dois principais apoiadores do candidato do PMDB, Gilvan Borges, são José Sarney (PMDB) e Waldez Góes (PDT); os dois principais apoiadores do candidato da REDE, Clécio Luis, são Randolfe Rodrigues (REDE) e Davi Alcolumbre (DEM).
Tanto José Sarney, como Waldez Góes estão em pleno declínio político e administrativo – o primeiro muito mais que o segundo -, enquanto que Randolfe Rodrigues e Davi Alcolumbre estão em plena ascensão. Esses são os dois núcleos em torno dos quais se juntam deputados federais, deputados estaduais, vereadores e lideranças localizadas.
O eleitor, então, vai dispor no dia 30 de outubro, dia do segundo turno de votação, das duas vertentes. A do “velho”, com práticas bem conhecidas e resultados também conhecidos; e o “novo” do qual ainda está em busca de consolidação.

Não se trata de sorte. O caso é sério e está nas mãos, ou melhor, na ponta dos dedos do eleitor.

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