Rodolfo Juarez
O
Executivo, este ano, fez que fosse lida para o Plenário da Assembleia
Legislativa uma das mensagens de abertura das mais tímidas e que não
corresponde ao esforço do contribuinte, que faz das tripas corações, para pagar
os tributos que lhe é exigido a cada dia e a cada movimentação financeira de
pagamento ou recebimento.
Para
quem dispõe de orçamento anual superior a cinco bilhões de reais, depois de
fazer a divisão é razoável esperar pelo menos uma parcela correspondente a, no
mínimo, 20% seja destinada exclusivamente para investimento nas áreas que
precisam de atenção, colocando nos 80% restante os recursos que são destinados
à pagar a dívida e os serviços da dívida.
A
previsão legal que obriga o governador do Estado a Mensagem a remeter para a
Assembleia Legislativa, por ocasião da abertura da seção legislativa, está no
inciso XII, do art. 119, da Constituição Estadual. A Mensagem deve ser
acompanhada do Plano de Governo e deve expor a situação do Estado, além de
solicitar as providências que julgar necessárias.
A
Mensagem não pode ser apenas um documento que sirva para cumprir uma obrigação
constitucional, o seu conteúdo deve estar de acordo com o propósito que as
intenções dos legisladores originários, exatamente para que haja efetividade no
desempenho do Executivo, inclusive com relação às medidas preventivas que podem
garantir a fiel execução do plano de governo.
Apesar
de listar como meta para 2018 a execução de projetos que constam do PDRI –
Programa Amapaense de Desenvolvimento Humano Regional Integrado e do Proinvest,
composto por 14 projetos (nominados componentes) que envolve, a preços
iniciais, recursos da ordem de R$ 1,09 bilhão, sendo R$ 980 milhões oriundos do
BNDES e R$ 110 milhões como contrapartida do Estado,
O nome
do Programa foi sequer citado, muito embora tenha havido destaque para o BNDES
nos financiamentos, como no item infraestrutura quando se referiu a Unidade
Oncológica da SESA que está previsto para compor o complexo do Hospital de
Clínicas Alberto Lima.
A
Mensagem do governador quando trata do setor produtivo, destaca a aplicação de
R$ 4,0 milhões de reais em 2018. Não faz qualquer referência a legalização das
terras ou a cultura da soja, do milho e do arroz, noutros momentos apontados
como a saída para a economia do Amapá.
Os
outros setores que poderiam indicar novos tempos para a economia do Amapá e
retirar do setor público a importância que tem hoje para a construção do PIB
que, experimentou a maior queda em 2017 quando se limitava a análise por estado
do Brasil.
Não fez
qualquer menção à Companhia de Eletricidade do Amapá, empresa estatal que tem o
Estado do Amapá como maior acionista e que é atrai a insatisfação da população
pelo preço que o consumidor paga pela energia que consome, pelo tratamento que
lhe é dado, e pela condição jurídica da empresa.
Também
não chamou a atenção para as rodovias, nem como pretende cobrar do Dnit a
conclusão tanto da BR-156 como da BR-210, sabidamente um entrave para o
desenvolvimento do Estado do Amapá.
A
Mensagem oficial aos que representam a população na Assembleia Legislativa
também não tratou da estrutura da navegação fluvial e das urgentes necessidades
da segurança pública. Neste aspecto pode ser classificada como vazia.
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