Rodolfo Juarez
Macapá
está completando 260 anos de fundação, mas está acanhada, sem emoção, sem
alegria, pois sabe que está desarrumada, precisando de cuidados, da compreensão
dos seus dirigentes e, até mesmo, de muitos dos seus habitantes.
Uma
desarrumação que tem a ver com ela mesma, atraente por natureza e, por isso
recebe, a cada ano, brasileiros e não brasileiros, interessados em enamora-la
ou simplesmente apreciar as suas belezas cantadas nos versos dos nossos poetas,
embalando compromissos com a culinária e a música local.
Macapá
parece que está de máscara, ou se esconde atrás de uma, evitando que seja vista
como é, bela por natureza e espetacularmente acolhedora.
A
cidade se recente de profissionais que possa melhora a sua aparência, deixar
seu colo livre para acalentar aqueles que aqui decidiram viver, mesmo tendo que
enfrentar as dificuldades e ser surpreendido pela impotência dos gerentes que
poderiam mudar a situação em que se encontra.
A sua
própria população ainda não entendeu que a cidade precisa de cada um dos seus
formadores, principalmente aqueles compromissados com as necessidades que já
estão aparentes e que não exigem instrumentos especiais para ser visto, apenas
boa vontade e compromisso de cada qual.
A
cidade ainda está dependente do humor – ou conhecimento e interesse – do seu
gestor, sempre tendo a sua visão prejudicada pelas barreiras de interesses
daqueles que dizem estar preocupados com o desenvolvimento e as condições que a
cidade pode oferecer à sua população.
A
capacidade gerencial está viciada pelas regras, pelos costumes e, provavelmente
por isso, há urgente necessidade de Macapá começar a ser objeto de interesse de
todos. Por aqui, pedir o emprego (ou aceitar) ainda é mais fácil do que
contribuir sem estar vinculado à gestão, mostrando os problemas e contribuindo
com ideias ou iniciativas que possa resolver os problemas atuais.
Até
mesmo os organizadores de programas e projetos imaginados e elaborados fora da
esfera pública entendem que as necessidades financeiras daqueles programas ou
projetos devem ser viabilizadas com o dinheiro que o contribuinte pagou, sob a
forma de tributo, para o Estado ou o Município.
Nessa
esteira vêm os eventos organizados pelas instituições particulares, religiosas,
não religiosas, associações, sindicatos e todas as células que derivam da
própria sociedade que mais tarde vai cobrar serviços públicos que também
necessitariam daqueles recursos.
Os 260
anos da cidade de Macapá poderiam ser um marco para cessar as intrigas
políticos-gerenciais decorrentes da necessidade que os respectivos gestores
demonstram desde o momento que assumem os mandatos de governador do Estado e
prefeito do Município.
O
trabalho conjunto daqueles dois entes federados, que têm origem no mesmo
eleitor, não é impossível, mesmo quando um não gosta do outro ou quando um não
se alinha ideologicamente ou partidariamente com o outro.
Quem
não pode e não deve ser prejudicado é a população, mesmo que cada qual liste
muitas razões para, até, não se cumprimentarem.
O
comportamento atual dos dirigentes que deveriam cuidar dos interesses da cidade
de Macapá, da Capital do Estado e da Sede do Município não contribuiu para a
eficácia administrativa esperada e mostrada nas regras gerais, ao contrário,
deixam sempre os auxiliares de um e de outro, distantes e, muitas vezes, sem
condições de debater o interesse comum.
A
timidez das forças sociais impede que as prioridades sejam definidas e, dessa
forma, deixam a vontade os dirigentes para fomentar a diferença que prejudica
esta cidade de 260 anos e sua população.
É
preciso a definição de um programa comum, de um plano de longo prazo, com metas
definidas, para que haja mudança de mentalidade e se comece, desde agora, a
construir a cidade dos 300 anos.
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