Rodolfo Juarez
A
incerteza que está juntada ao currículo de muitos deputados estaduais com
mandato para exercer na Assembleia Legislativa do Estado do Amapá contrasta,
com o que representa e o que teria que representar, cada membro daquele Poder,
na estrutura gerencial dos interesses da população amapaense.
O
episódio que culminou com a denúncia de um dos membros daquela Casa de Lei,
pelos seus próprios pares, à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do
Amapá, seria normal se não fosse consequência de arroubos defensivos de outros
deputados, inclusive daqueles que têm a responsabilidade adicional por estar na
Mesa Diretora da instituição.
O
deputado chamado por um dos seus pares de “Menino Novo” foi surpreendido pela
forma como reagiram os seus pares quando questionou a reforma do prédio que
atinge montantes financeiros que dariam para construir um prédio novo. Segundo
o deputado, queria apenas saber detalhes para, inclusive, poder se posicionar
sobre a questão que deveria interessar a todos.
A
reação, cheia de desconfiança, além de rebatizar o parlamentar estadual de
“menino novo” ainda mostrou a truculência como são tratados aqueles que se
dispõe a questionar decisões que não estão claras para ninguém, nem mesmo para
os novos que chegam com poder de perguntar e a vontade de querer saber.
Afinal
de contas, o que não pode ser explicado?
Por que
a resposta veio impregnada de autoritarismo, de ameaças e de decisões que colocam
o colega em xeque, encurralado, nas cordas deste ringue cheio de segredos e de
palavras sem sentido que não podem ser explicadas para quem pergunta.
Os
deputados perderam a capacidade de respeitar o povo que os escolheram para
fazer o papel que o povo mandasse fazer. Mas que nada. Depois de eleito e tomar
posse, entendem que o povo não existe, nem mesmo para cobrar comportamento ou
mesmo para perguntar sobre a reforma do prédio da Assembleia.
Pode
ser apenas uma questão de curiosidade.
Afinal,
para que serve a placa colocada na frente do prédio?
Claro
que é para informar. Então, o cidadão, contribuinte, que precisar de uma
informação deve ter respeitado essa necessidade, ainda mais quando esse cidadão
também é deputado estadual.
O
“menino novo” pode sentir-se insatisfeito com a resposta, pode se sentir
constrangido ou agredido com essa mesma resposta, e não pode ser intimidado por
quem quer que seja, precisa ser respeitado se não como deputado, mas como
cidadão que está interessado em saber o que estão fazendo com o seu dinheiro.
Aliás,
essa questão de gastos pelos deputados estaduais tem sido, repetidas vezes,
motivo para denúncias ao Judiciário pelo Ministério Público e, em vários casos
a denúncia foi recebida, o regular processo desenvolvido e o deputado
sentenciado.
O
entrevero, que deve ter consequências, serviu para mostrar que o zelo pelo
duodécimo financeiro repassado para a Assembleia Legislativa do Estado, não é
prioridade da gestão, mesmo sabendo dos problemas que já causou a muitos
deputados estaduais e a funcionários do Poder.
Se a
decisão dos atuais deputados for manter a situação como está, ninguém sabe como
o eleitor vai reagir no dia 7 de outubro, na hora de votar.
É bom
se espertar agora, antes da eleição, senão vai ficar difícil de renovar o
mandato dos atuais deputados estaduais.
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