quarta-feira, 13 de junho de 2018

A proposta de governo não é levada a sério


Rodolfo Juarez
Os pré-candidatos ao governo do Estado do Amapá já devem estar preparando sua proposta de governo.
Trata-se de um item obrigatório para ser apresentado ao partido político ou coligação que o indicará em convenção para disputar o cargo, devidamente digitalizado e junto ao pedido de registro da candidatura.
Desde quando a proposta de governo passou a ser item obrigatório na documentação do pedido de registro candidatura para governador, que os candidatos se propuseram a construir a proposta a partir de especialistas, na maioria das vezes não conectados com o eleitor ou com a população e, por isso, com conhecimento teórico (para quem tem) e empírico para os “adivinhões” das necessidades do povo.
Tem se repetido propostas de governo impossíveis, irreais, longe da realidade da população e de suas necessidades.
Tenho a impressão que o postulante ao cargo de governador que não se aproximar das massas jamais terá condições de entender que o povo quer e, em consequência, o que o terá que fazer no governo.
O eleitor que tivesse tempo poderia pesquisar no site do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá as propostas de governo apresentadas pelos últimos candidatos, inclusive aqueles que foram eleitos, para observar a distancia que ficou a proposta de governo da gestão que realizou com seus aliados.
Uma peça tão importante como a proposta de governo não poderia ser ignorada como é, exatamente pelos seus autores. Propõe atividades e investimentos que não são prioridades para a população, mesmo em um estágio em que, quase tudo o que for proposto tem espaço e cabimento.
Queria ver nas propostas do modo de governar a indicação de que seria adotada uma espécie de paridade estadual, onde todos os municípios, proporcionalmente, receberiam as atividades e os investimentos do Estado, definidos pelo contribuinte, o único responsável pela sustentação das finanças do Estado, de suas próprias esperanças, mas, também, a mordomia e os gordos salários dos governantes, dos seus colaboradores e de suas ambições.
Queria ver nas propostas a disposição de fazer com que os investimentos fossem definidos em assembleias populares, com conhecimento antecipado de tudo o que seria feito, quanto custaria e quando estaria pronto.
Queria ver também nas propostas a disposição em diminuir os custos com a máquina pública, diminuindo o número de órgãos, alguns criados para atender necessidades de aliados ou para dispor de condições para responder àqueles que não entenderam que campanha é campanha e que governar é diferente.
Não queria ver a proposta como se fosse apenas um documento para cumprimento de exigência para registro de candidatura, sem argumentos convincentes e longe da realidade da população do Amapá.
Não queria ver a proposta cheia de números e argumentos copiados de livros e que são feitas, apenas, para cumprir uma exigência.
Cuidar para que a proposta para governar o Estado seja adequada à realidade, além de ser uma obrigação, teria que ser uma referência verdadeira, sem as fantasias que são frequentes na maioria das que foram até agora apresentadas.
Dá para fazer certo!
Mas é preciso começar logo para que os erros sejam minimizados. A verdade e a sinceridade dos candidatos ao governo do estado precisam ser medidas a partir da proposta para governar.  

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